segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Ilha de Mayote, referenda regressar à França

«Se idêntico referendo corresse em São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde, questionando sobre a reintegração desses países como "regiões autónomas" portuguesas, quantos nacionais destes países não votariam no mesmo sentido dos cidadãos de Mayote?»

Cada vez mais a História dá razão à política que se seguia e que era a da "evolução na continuidade" do que o que realmente veio a acontecer por vontade dos abrileiros, ou seja, a vergonhosa derrota militar e a entrega sem brio nem honra das Províncias Ultramarinas aos inimigos de Portugal e da Portugalidade, aos interesses da União Soviética e do grande capital e o envio para a morte violenta de, seguramente, mais de 3 milhões de compatriotas.
Rui Moio

via Q u i n t u s de Clavis Prophetarum em 30/04/09

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A pequena ilha de Mayote, no oceano Índico e situada não muito longe do extremo norte de Moçambique irá tornar-se de novo num território ultramarino francês. Com efeito, este país islâmico votou recentemente tornar-se o 101º Departamento (município) gaulês numa votação cujo resultado foi absolutamente esmagador.
Não deixa de ser irónico que este "regresso à mãe colonizadora" ocorra no mesmo momento em que as possessões francesas na Caraíbas, como Guadalupe, Martinica e até à Guiana (com fronteira com o Brasil e local de lançamentos dos foguetões Ariane) se deixam submergir por distúrbios populares de grande violência.
Ainda que seja um pequeno país, Mayote é estrategicamente vital para a França não só porque pode servir de uma base de apoio para as operações militares gaulesas no Afeganistão e na Somália, mas também porque pode servir de exemplo de paz e democracia para os países vizinhos onde a influência radical islâmica não pára de crescer, como demonstra o interesse iraniano no vizinho arquipélago das Comores que o presidente iraniano visitou recentemente e onde o Irão financiou a construção de escolas e mesquitas reforçando laços já fortes e que recuam ao tempo em que o presidente das Comores Ahmed Abdallah Mohamed Sambi estudava em Teerão.
Mayote tornou-se independente de França em 1975, mas optou por manter-se sob administração francesa ao contrário do resto do arquipélago das Comores, imerso numa sucessão de golpes de Estado desde essa época. O resultado deste referendo irá fazer cessar o modelo de "administração" e enquadrar a ilha como território francês de pleno direito, com direitos de saúde, educação, segurança social e todas as demais regalias comuns na Europa. Em troca, os habitantes de Mayote terão que abdicar da… Poligamia islâmica. O que apesar de tudo ainda pode pesar bastante na balança de alguns mayotianos…
É claro que as outras ilhas independentes das Comores (exemplos negativos de estabilidade e desenvolvimento) estão furiosas e emparelham com a União Africana num coro de críticas a este suposto regresso do "colonialismo europeu". Talvez o que mais irrite os líderes comoranos é o facto de haver uma grande corrente migratória desde as suas ilhas para Mayote onde - mercê da administração francesa - as condições de vida são muito melhores que no resto do arquipélago.
Agora, uma pergunta… Se idêntico referendo corresse em São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde, questionando sobre a reintegração desses países como "regiões autónomas" portuguesas, quantos nacionais destes países não votariam no mesmo sentido dos cidadãos de Mayote?
Fonte:
http://www.guardian.co.uk/world/2009/mar/26/mayote-referendum-polygamy-islam

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