segunda-feira, 20 de março de 2006

À tarde

À tarde,
eu me escondo como o sol,
tentando ocultar minhas falências,
minha solidão,
meu desespero,
procurando afugentar as mágoas
que caminham nos meus passos,
as dores, as saudades,
os antigos abraços,
as lembranças que vagueiam,
almas perdidas
dos meus abandonos.
À tarde,
aguardo as estrelas
como quem espera
a última chance de ser feliz.
Os pássaros se escondem à tarde
voltando aos seus recantos,
aos seus ninhos, aos seus abrigos.
À tarde,
eu não tenho para onde voltar
senão para dentro de mim,
tentando a mim mesma
me encontrar.

Fonte_Grupo do Yahoo - Namoro & Amizade

terça-feira, 14 de março de 2006

VICENTE VIEIRA VALÉRIO ( 1770?-1818? ), UM DEFENSOR DA LÍNGUA PORTUGUESA

Há nomes e atitudes que a História, injustamente, vai esquecendo. Os tempos mudam, bem como as motivações. É a roda da História, inexorável, a fazer evoluir a Humanidade... nem sempre de forma inquestionável. Não é fácil julgar com exatidão uma atitude do longínquo ano de 1805. Mas esquecê-la, e a quem a protagonizou, é o pior procedimento possível. Estava-se no dia 14 de Agosto de 1805. Luís Dias presidia a uma sessão, muito especial esta, da Câmara Municipal de Olivença. Após serem tratados vários assuntos, o "Presidente" comunica que, a partir de então, as actas seriam redigidas em castelhano, coforme ordens superiores. O secretário, de nome Vicente Vieira Valério, protesta. A tradição diz que terá afirmado: "Esta é a última acta que escrevo. As outras, em língua estrangeira, não as faço. A minha mão nega-se a escrevê-las, e eu não as farei. Só sei escrevê-las na minha língua." Ninguém o conseguiu demover. E escreveu: "Salla das sessões em Olivença, aos 14 Dyas do mez dagosto de 1805". Era o fim. Vicente Vieira Valério deixava o seu cargo. A tradição conta que naquele dia, por ironia suprema aniversário da Batalha de Aljubarrota, chovia, e que Vicente Vieira Valério, depois de ir a casa, terá percorrido a pé os dez quilómetros a que distava a destroçada Ponte da Ajuda. Ao voltar, amigos, parentes, e vários populares ter-lhe-ão oferecido os seus préstimos, no sentido de o ajudar. Orgulhoso, tudo rejeitou: "Obrigado, mas não quero viver de esmolas!" Transformado em pária, Vicente Vieira Valério terá acabado por morrer à míngua de recursos... afinal, pelo simples facto de se negar a trair a sua cultura. Mesmo que haja algum exagero quanto a alguns factos, parece assente que morreu em situação de pobreza. Pode-se discutir o que é o patriotismo, e que valos tem. Mas...principalmente hoje, em que tanto se fala da importância da Língua Portuguesa no Mundo e na necessidade de a defender, não se pode esquecer gente com esta determinação. Seria uma "distrcção" indesculpável.

Estremoz, texto revisto em 03 de Março de 2006
Carlos Eduardo da Cruz Luna
Fonte- Grupo Yahoo Galiza-Protugues-Espanhol de 14Mar2006

sexta-feira, 10 de março de 2006

LÂNGUIDAS PALAVRAS

É ASSIM QUE TE ESPERO,
ANCIOSA POR SENTIR-TE,
TÃO INTEIRO,
TÃO COMPLETO.
NESTE TEU PERCORRER,
ÉS O AMOR PERFEITO.
QUERO-TE SEMPRE DESTE JEITO,
ÉS A MEDIDA DO MEU SER.
RECEBO-TE EM MEUS BRAÇOS.
ESPARRAMAS EM MEU COLO
COMO UM MEMINO EM APOGEO.
BRINCAS EM MEU CORPO,
E ESTREÇO AO OUVIR-TE
LÃNGUIDAS PALAVRAS,
SENSUAIS OU INDECENTES,
COMPONDO ESTE MOMENTO MEU E TEU.
O TEU AMOR SE ELEVA
TORNANDO-TE OUSADO
EM TEUS MOVIMENTOS.
DIZES-ME QUE SOU TEU CÉU
E NELE ADENTRAS.
ENTRE GEMIDOS DE PRAZER
TODO O MEU SER PERGUNTA!
DE ONDE VENS?
SERÁS UM COMETA ÍMPAR?
VIAJANDO NESTA CONSTELAÇÃO?
OFUSCANDO O BRILHO DE TANTAS OUTRAS ESTRELAS.
ÉS O MAIS BELO DOS AMANTES.
TÃO DOCE.
TÃO QUENTE.
E ADENTRANDO NO MEU CÉU
FAZES-ME TUA.
FAÇO-TE MEU.

ATHENÁPOETISA1.

Fonte_Grupo Antiguidade Clássica: Roma e Atenas

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