quinta-feira, 30 de abril de 2009

Os primeiros diários

via Memória Virtual de Leonel Vicente em 29/04/09
[…] Mas o acontecimento mais notável, que constitui um marco na história do nosso jornalismo, é o aparecimento dos primeiros quotidianos.
O primeiro periódico português publicado diariamente foi o Diário Lisbonense, fundado por Estêvão Brocard, cujo primeiro número apareceu a uma segunda-feira, 1 de Maio de 1809 (o último número foi em 31 de Maio de 1813), impresso em Lisboa, na Impressão Régia, «com licença»; no final do primeiro número publicava o seguinte «Aviso»: «Continua a sair todos os dias uma folha igual, à excepção dos domingos e dias santos de guarda: vende-se na loja da Gazeta, e seu preço 20 réis.» Depois, a Gazeta de Lisboa, de trissemanal (saía às terças, sextas e sábados), passou a diária (a partir do dia 14 de Junho do mesmo ano de 1809). Poucos meses mais tarde, em Setembro, precisamente no dia 1, foram fundados nada menos que três jornais diários: O Mensageiro, Novo Diário de Lisboa e Journal de Lisboa (sic), todos saídos da Impressão Régia.
Apesar de alguns destes jornais terem vida relativamente efémera (como excepção, além da Gazeta de Lisboa, apenas o Diário Lisbonense, que durou cerca de 4 anos), não deixa de parecer significativo o facto de, no curto espaço de 4 meses, se fundarem no reino 5 quotidianos.
[…]
Em 18 de Abril de 1835 foi fundado O Açoriano Oriental, que ainda hoje existe, sendo assim o mais antigo jornal português e também o segundo mais antigo da Europa, depois do Daily Mail.
[…] Esta foi também a intenção de Eduardo Coelho ao fundar, em 1 de Janeiro de 1865, o Diário de Notícias, jornal popular, de preço (10 réis) e estilo ao alcance de todos, moldado no jornal de 5 cêntimos parisiense, essencialmente noticioso e sem filiação partidária.
[…]
Desta maneira, vemos desenvolver-se no nosso país, em 1865, a Imprensa preponderantemente noticiosa, que se opõe à Imprensa preponderantemente de opinião. Estava lançada a trave mestra do jornalismo contemporâneo: a informação, como sua principal preocupação e objectivo.
"História da Imprensa Periódica Portuguesa", José Tengarrinha, 2º edição, 1989, pp. 57 e 59 e 145 e 215
Com esta série de 5 textos, aqui se completa a evocação dos primórdios do jornalismo e dos jornais em Portugal, comemorando os 200 anos - que se completam amanhã - da publicação do primeiro jornal diário português, o "Diário Lisbonense".

Contas a prazo já dão 4,8% líquidos

«Os pequenos bancos estão a apostar forte em Portugal nos superdepósitos. As taxas de juro nos depósitos a prazo actualmente no mercado podem chegar aos 6,5 por cento, mais do dobro dos juros que se pagam no empréstimo à habitação.»

Fonte: Correio da Manhã de 30Abr2009

Un simulador del sistema nervioso humano al alcance de todos

via e- Academia .es de javiersaez77 em 29/04/09

Ya tienen quienes se dedican tanto a la enseñanza como a la investigación en el sector biotecnológico la opción de utilizar este simulador en sus experimentaciones o explicaciones. La ciencia avanza que es una barbaridad. No deja de sorprendernos.

http://med.javeriana.edu.co/fisiologia/nguias/snanatomy.gif

Fuente: Consumer.

Una aplicación informática desarrollada por un equipo científico de la Universidad de Granada (UGR) y bautizada como EDLUT permite reproducir cualquier parte del sistema nervioso del cuerpo humano. Gracias a este simulador, basado en software libre, se pueden observar la retina, el cerebelo, los centros auditivos o los centros nerviosos, entre otras partes.

"EDLUT representa un avance científico que permitirá analizar y comprender mejor las funciones de los centros nerviosos, investigar nuevas patologías y enfermedades o ensayar nuevos fármacos. Además, servirá para perfeccionar los robots y máquinas inspirados en el cuerpo humano y el sistema nervioso", explicaron los investigadores de la UGR.

Esta nueva aplicación, a diferencia de otras parecidas que ya existían anteriormente, permite simular varios cientos de miles de neuronas a la vez, en lugar de varias decenas. Esto es posible gracias a que "compila" el comportamiento de una neurona o varios tipos de neurona en una primera fase y luego simula sistemas neuronales de media y gran escala basándose en estos modelos precompilados. "Este hecho supone un avance tecnológico fundamental y repercute indiscutiblemente en la calidad de la simulación de los nervios", apuntó el profesor Eduardo Ros Vidal, responsable del proyecto.

El simulador presenta también como ventaja que se trata de software libre, es decir, que puede descargarse libremente a través de Internet. EDLUT supone "una versión innovadora con respecto a otros simuladores como NEURON y GENESIS", por lo que empresas del sector biotecnológico o centros de investigación interesados en este ámbito pueden emplearlo libremente y adaptarlo a sus propias necesidades, precisó Ros.

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Livro Alvorada Desfeita de Diogo de Andrade

via nonas de nonas em 26/04/09

Editado a coincidir com os 35 anos da revolução dos cravos, com a chancela da Izipress, do grupo editorial Guimarães, Alvorada Desfeita conta com um prefácio do professor de Ciência Política António Marques Bessa. A obra é uma ficção histórica alternativa, que descreve o cenário da derrota do Movimento dos Capitães, em 25 de Abril de 1974, graças à decidida resposta armada do Governo à sublevação militar. No centro do enredo está a personagem ficcional do jovem ministro da Defesa Ricardo Valera, cuja determinação faz gorar a revolução dos cravos, após sangrentos combates travados em Lisboa. O autor, de pseudónimo Diogo de Andrade, conheceu e privou com muitas das personagens reais do livro.



Já está nas livrarias Alvorada Desfeita, uma história alternativa onde o MFA é derrotado e o 25 de Abril fracassa. O autor, de pseudónimo Diogo de Andrade, falou ao DN sobre esta obra inédita em Portugal.
A história alternativa é um género praticamente desconhecido em Portugal. Foi influenciado por alguma obra para escrever Alvorada Desfeita, ou o livro é apenas um reflexo da sua vivência da época, e das suas meditações sobre o 25 de Abril e as consequências que teve?
A história virtual romanceada tem escassa projecção em Portugal. Na opção que tomei terão pesado algumas obras estrangeiras de ficção alternativa, como Fatherland, de Robert Harris (que retrata a vitória do III Reich e a sua nova ordem décadas depois), Terra Nostra, de Carlos Fuentes (o triunfo da Invencível Armada), e o A Conspiração Contra a América, de Philip Roth, que concebe uns EUA em que Roosevelt é derrotado por Charles Lindbergh.
Porque é que optou por um enredo que integra o romanesco no cenário alternativo ?
Nos últimos 35 anos vingou, como verdade única e indiscutível, uma interpretação "autêntica" do 25 de Abril, feita pelos capitães vitoriosos e crismada pela historiografia oficial da III República, a qual considera que a revolução era irreversível, que só essa opção poderia ter vencido e que o destino de Portugal e do seu Ultramar só poderia ter sido o que foi. A discussão de cenários alternativos ao da revolução triunfante nunca foi trabalhada por historiadores e politólogos, em nome de um "dogma de fé" de correcção política transformado em filosofia pública, o qual formatou a mesma revolução como via única para um regime democrático. Um novo estudo, 35 anos depois, seria, apenas mais um, enquanto um romance de história virtual consegue ser inovador. É um meio mais lúdico, mais provocador e mais apto a transmitir uma ideia, às pessoas fora das áreas militar, política e académica.
A personagem do ministro Ricardo Valera é totalmente ficcional? E porque não houve um Ricardo Valera, na realidade?
O ministro Ricardo Valera, que encarna a resistência à revolução, é uma figura ficcionada, já que não existia no Governo de Marcello Caetano ninguém cujo perfil lhe pudesse corresponder. Em qualquer caso, a sua personalidade seria sempre incompatível com a geron- tocracia incolor, servil e imobilista que predominava no último Governo de Caetano, pelo que a sua nomeação teve que ser concebida como obra do acaso. Ora o acaso é uma realidade imponderável que faz muitas vezes história, mas que, às seis da manhã de 25 de Abril de 1974 não visitou o Terreiro do Paço. No seu lugar estava a figura previsível do professor Silva Cunha.
Qual foi o momento- -chave que definiu a vitória da revolução e a derrota das forças do antigo regime, impedindo que o cenário alternativo de Alvorada Desfeita se realizasse?
No plano militar, o triunfo da revolução foi traçado no momento em que, no Terreiro do Paço, elementos das forças leais, comandadas pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, recusaram acatar a ordem deste oficial para abrirem fogo sobre os revoltosos. As forças governamentais detinham um maior poder de combate do que o dos rebeldes, pois eram mais numerosas e tinham carros de combate claramente superiores aos dos seus adversários. Não tenho dúvidas de que, se a ordem de fogo do brigadeiro Reis tivesse sido acatada e o material estivesse operacional, a coluna de Santarém seria derrotada. Tal não significaria, necessariamente, o colapso da revolução, mas constituiria para esta um sério revés, já que os revolucionários teriam perdido a sua força móvel de "embate" mais importante. No plano político, a derrota do regime foi ditada pela bizzarra clausura de Marcello Caetano no refúgio indefensável do Carmo e pela ordem ( da qual existe uma gravação) que deu ao director da DGS para não fazer correr sangue. Ora uma revolta com a dimensão da do 25 de Abril não poderia ser vencida sem o uso da força. No fundo, Marcello recusou bater-se.
Há neste livro algum wishful thinking retroactivo, alguma catarse ou "ajuste de contas" com o 25 de Abril, 35 anos depois? Ou é apenas uma obra de especulação histórica, tout court?
Trata-se de um mero exercício romanceado de especulação histórica. Quem questiona subliminarmente se o 25 de Abril valeu a pena parecem ser aqueles que o comemoram todos os anos e que assinaram este ano um manifesto algo sombrio sobre o estado a que o País, na sua opinião, chegou.
Eurico de Barros
In Diário de Notícias

Administração do Moxico aposta no sector social

via Leste de Angola de Jorge Santos - Op.Cripto em 29/04/09
Luena, 29.Abril – O administrador do município sede (Moxico), Alberto Calumbi Keshipoco, disse esta quarta-feira, no Luena, que o seu pelouro vai continuar a apostar na construção de empreendimentos sociais com vista a garantir melhores condições de vida às populações...

O Plano Morgenthau (II) - A Crueldade dos Vencedores

via Revisionismo em Linha de Johnny Drake em 29/04/09

Em resposta à mensagem de Eisenhower, o CCS (6) aprovou o estatuto de DEF apenas para prisioneiros de guerra em poder dos americanos. Os membros britânicos do CCS haviam recusado adoptar o plano americano para os seus próprios prisioneiros. As principais condições que Eisenhower havia estabelecido eram as seguintes:


«B) Os alemães são responsáveis pela alimentação e manutenção das tropas alemãs desarmadas.

C) O procedimento adoptado não se aplicará a criminosos de guerra nem a outras categorias de pessoal alemão procurado nem a outras pessoas localizadas no seio das Forças Armadas Alemãs e retidas por questões de segurança. Dever-se-á continuar a proceder à detenção de todas as pessoas suspeitas como criminosos de guerra ou por questões de segurança militar e não como prisioneiros de guerra. Estas serão alimentadas, alojadas e em geral administradas pelas Forças Aliadas. As autoridades alemãs não exercerão qualquer controlo sobre elas.

D) Não deve haver declarações públicas acerca do estatuto das Forças Armadas Alemãs ou das tropas desarmadas.»

Segundo esta mesma disposição, a contravenção à Convenção de Genebra foi mantida secreta. Quanto ao segundo parágrafo da mensagem, esta refere que: «É acrescentada a seguinte declaração dos Chefes de Estado-Maior Britânicos: Se o Reino Unido decidir que requer mais prisioneiros de guerra... esse pessoal não deverá ser por isso incluído na categoria de tropas desarmadas.» O último parágrafo acrescenta: «Subentende-se que não haverá, por parte desse lugar, a declarar mais prisioneiros de guerra após a derrota... para satisfazer os requisitos de mão-de-obra do SHAEF fora da Alemanha.»

No mesmo documento, pode-se destacar a recusa em concordar com os americanos sobre a política de DEF, o que constitui um surpreendente desvio em relação à cooperação que até então tinha existido entre os aliados. A fim de partilharem a carga de uma forma equitativa, os britânicos eram obrigados a aceitar prisioneiros de guerra americanos. A recusa prévia dos prisioneiros seria algo insultuoso, caso os americanos não tivessem concordado previamente que os Britânicos tinham justificação para o fazer. Na verdade, os americanos sabiam tão bem quanto os britânicos que quaisquer alemães submetidos ao rótulo de DEF, não estariam decerto em condições de trabalhar. O mais provável era que estivessem à morte.

Os discordantes britânicos decidiram não empregar o termo americano DEF para quaisquer prisioneiros que soubessem não poder tratar de acordo com as normas estipuladas pela Convenção de Genebra. Decidiram pois utilizar o termo SEP (7) (Pessoal inimigo sob rendição) para distinguir os seus POWs pós-rendição dos outros.

No entanto, não existia esta discordância relativamente a certos prisioneiros de valia, como criminosos de guerra, espiões e cientistas de elevada tecnologia que os americanos e os britânicos estavam decididos a deixar viver. Estes eram apelidados de «desejados», para os distinguir dos outros, os «não desejados». Obviamente que estes prisioneiros desejados não eram incluídos na categoria de DEF. Ao invés eram alimentados, alojados e em geral administrados pelas Forças Aliadas. Esta ordem não só contribuía para isolar os suspeitos num local para posterior julgamento, como também os resguardavam das condições de miséria a que estavam sujeitos os prisioneiros DEF. Como as atenções se concentrariam em personalidades distintas (como Rudolf Hess ou Herman Goering), era imprescindível que estes não se mantivessem entre os prisioneiros DEF. Um dos factos que corrobora as condições desumanas que existiam nos campos de DEF era demonstrado pela ordem dos Chefes de Estado-Maior a Eisenhower no sentido de «não deverem ser feitas declarações públicas relativamente ao estatuto das forças armadas alemãs ou das tropas desarmadas.» Não havia, no entanto, grande necessidade de esta ordem ser dada. Eisenhower estava já a mentir descarada e hipocritamente à opinião pública acerca dos planos relativamente aos prisioneiros. Numa conferência em Paris, disse: «Se os alemães estivessem a raciocinar como seres humanos, aperceber-se-iam de que toda a história dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha é de generosidade para com o inimigo derrotado. Nós acatamos todas as leis da Convenção de Genebra.»

A Convenção de Genebra, que o Governo dos EUA e o exército americano repetidamente diziam observar, conferia três importantes direitos aos prisioneiros. Estes eram:

• Serem alimentados e alojados de acordo com os mesmos padrões que as tropas de base ou de depósito da potência captora. (Neste caso os EUA.)

• Poderem expedir e receber correspondência.

• Terem o direito a ser visitados por delegados do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que depois faria um relatório em segredo à potência protectora (o governo alemão) e às autoridades americanas. Em caso de abusos, a potência protectora podia ameaçar torná-los públicos ou promover retaliações.

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Notas:

[3] (Prisoners of War) Prisioneiros de guerra, supostamente protegidos pela Convenção de Genebra. Determinados documentos utilizam a abreviatura PW.

[4] Dia da Vitória na Europa a 8 de Maio de 1945.

[5] (Disarmed Enemy Forces) Forças Inimigas Desarmadas. Determinados prisioneiros alemães em poder do exército dos EUA no noroeste da Europa. Não eram tratados de acordo com a Convenção de Genebra.

[6] (Combined Chiefs of Staff) Estado-Maior Combinado da Grã-Bretanha e dos EUA. O Canadá era representado pelos britânicos.

[7] (Surrendered enemy personnel) Pessoal inimigo sobre rendição. Termo utilizado pelos britânicos e canadianos para designar os prisioneiros de guerra alemães aos quais não tencionavam dispensar um tratamento conforme a Convenção de Genebra da qual eram signatários.

Valor das casas baixou 5,8% até Março

Cada metro quadrado vale, em média, 1149 euros.

Fonte: Diário de Notícias online de 29Abr2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Algumas notas sobre a relação de Portugal com a Europa

via Q u i n t u s de Clavis Prophetarum em 12/04/09
Aquilo a que chamamos hoje de "União Europeia" teve o seu nascimento no Tratado de Roma, em 1957 quando Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo acordaram em formar a "Comunidade Económica Europeia" (CEE) e a " Comunidade Europeia da Energia Atómica" (Euratom). A adesão portuguesa a estas organizações só data de 1986, momento a partir do qual se começou a verificar uma série de transformações na sociedade portuguesa, como a explosão da construção e da renovação de diversas infra-estruturas, especialmente aquelas ligadas às redes de transportes. O fluxo súbito de grandes fundos comunitários durante alguns anos foi mais significativo do que todos os fluxos jamais registados na nossa História, sendo mesmo maiores do que o auge do período da exploração diamantífera no Brasil, no século XVIII e no apogeu da chegada da Pimenta das Índias, entre 1500 e 1525. A adesão mudaria também o foco da política externa portuguesa de uma vertente essencialmente atlantista, privilegiando a relação com o Reino Unido - aliado histórico de Portugal - e com os Estados Unidos para algo que nunca sucedeu em Portugal: uma prioritização dada às relações com o centro da Europa, dominado pelo duo França-Alemanha e abrindo fronteiras físicas e mentais com a Espanha, com cuja contraposição se forjou tanto do espírito da nacionalidade…
Com a adesão à CEE não foram somente as prioridades diplomáticas e o investimento nas infra-estruturas que mudaram. Foi todo um quadro mental novo que penetrou de chofre e nem sempre da forma mais discreta ou moderada num espírito nacional que até 1974 se conformou a existir em movimentos centrípedos em torno do Império e neste, para África. O princípio do "orgulhosamente sós" de Oliveira Salazar, com o famoso mapa em que as colónias se comparavam ao mapa do continente europeu…

…era um dos pilares de sustentação do regime e uma justificação para a sua neutralidade durante o conflito, assim como para a exclusão de Portugal (deliberada e desejada por Salazar) do Plano Marshall. Paradoxalmente, seria a guerra anacrónica e baldada em esforço e sangues locais e metropolitanos que levaria ao colapso do regime em 1974…
A Europa de hoje é substancialmente diferente daquela da época da fundação do edifício europeu que haveria de formar mais tarde aquilo que hoje conhecemos como "União Europeia". A queda do Muro de Berlim tornou o modelo ocidental de desenvolvimento esmagadoramente atraente e todas as economias planificadas do Leste se convetem aos dogmas neoliberais - com maior ou menor grau de convicção - uns, tornaram-se oligarquias opacas, como a Rússia e a Bielorússia, outras tornaram-se réplicas de países ocidentais, como a Hungria ou a Polónia. Outros, ainda mantiveram partidos neocomunistas muito influentes até aos dias de hoje (como a Bulgária). Todos, tornaram-se pólos de fluxos migratórios que em vagas sucessivas haveriam de se derramar sobre a Europa, alcançando até os seus pontos mais periféricos, como Portugal e a Irlanda. De facto, a escala das migrações na Europa é hoje maior do que alguma vez foi no passado e esta escala está a criar sérios problemas de integração em muitos países europeus, especialmente agudos em época de recessão e de disputa por um número cada vez mais escasso de postos de trabalho… A sua admissão no espaço europeu permite renovar uma demografia decadente e introduzir algum dinamismo social em sociedades aniquilosadas e demasiado estabilizadas, como o são as sociedades dos países mais desenvolvidos da Europa Ocidental
Apesar de todos os seus problema: um individualismo galopante; uma convicção pseudo-religiosa nas virtudes da tecnocracia e de uma obsessão "normalizadora" que tudo devora, de grandes massas de migrantes mediocremente integrados e de sectores tecnológicos a agrícolas incrivelmente desadequados para as necessidades do mundo moderno, sob muitos aspectos a Europa continua a ser o melhor local do mundo para se viver. A Europa é um oásis de democracia parlamentar, de liberdades cívicas e laborais, de respeito pela ecologia e pelo ambiente, de solidariedade social. Nas últimas décadas, a pressão do neoliberalismo, da redução do papel do Estado e dos constrangimentos orçamentais impostos pela visão restrita do BCE e da UE, fizeram erodir algumas destas vantagens, mas no global, o continente europeu continua a ser um lugar invulgar provido de radicalismo islâmico, de regimes monárquicas, de democracias "musculadas" e de outras formas mais ou menos moderadas de tirania.

28 de Abril

via ALMA PÁTRIA - PÁTRIA ALMA de Vítor Ramalho em 28/04/09

No dia 28 de Abril pelas 16.30 será celebrada na Igreja dos Mártires (no Chiado) em Lisboa uma missa pela alma do Dr. António de Oliveira Salazar.
A data escolhida coincide com o dia do nascimento do antigo primeiro-ministro, pretendendo-se assim comemorar os 120 anos do seu nascimento.

Aos bibliotecários, com carinho

via Vou vivendo... em 21/04/09
Momentos sempre sofridos quando é preciso dar um jeito na falta de espaço doméstico: que livros ficam? que livros vão? Caiu em minhas mãos um livro que gostei muito 20 anos atrás, quando começava meu interesse por bibliotecas. Tem até valor afetivo, pois minha relação com bibliotecários, e principalmente bibliotecárias, ...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"As antiguidades da Lusitânia"

via o sexo dos anjos de manuel.azinhal@gmail.com (Manuel) em 23/04/09

QUE TAL VOCÊ COM UM PÓ-PÓ TOPO DE (JAIME) GAMA!

Os abusos de sempre de uma classe política!... Que falta de respeito pelo povo que dizem representar!... Que vergonha não termos ainda dito - basta!...
Rui Moio

Henrique Dias

via Carreira da Índia de Leonel Vicente em 27/04/09
Militar (?-Pernambuco, Recife, Junho de 1662). Negro, oriundo de Pernambuco, que se distinguiu nas lutas contra os holandeses no Nordeste do Brasil. Em 1636, interveio militarmente pela primeira vez, em defesa do engenho de São Sebastião. Defendeu a Baía em 1638, e nessa mesma altura recebeu de Filipe IV o foro de fidalgo e o hábito da Ordem Militar de Cristo. Um ano depois foi nomeado cabo e governador dos crioulos, mulatos e negros que integrassem a guerra contra os holandeses. Na Insurreição Pernambucana, colocou-se ao lado de Fernandes Vieira, tendo participado nas duas batalhas de Guararapes.
(via "História de Portugal – Dicionário de Personalidades" (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)

As Vitórias do Revisionismo do Holocausto (XV)

via Revisionismo em Linha de Johnny Drake em 27/04/09

15) Em 1992, Yehuda Bauer, professor na Universidade Hebraica de Jerusalém, declarou numa conferência internacional sobre o genocídio dos judeus, realizada em Londres: «O público continua a repetir, dia após dia, a história tola (the silly story) segundo a qual foi em Wannsee que se decidiu o extermínio dos judeus» (comunicado da Jewish Telegraphic Agency reproduzido no The Canadian Jewish News, 30 de Janeiro de 1992).


Observação: Para além do facto de que uma leitura atenta das «actas» da reunião de Berlim-Wannsee de 20 de Janeiro de 1942 demonstra que os alemães contemplavam uma «solução final territorial [eine territoriale Endlösung] da questão judaica», tendo em vista a fixação dos judeus num espaço geográfico por determinar, a declaração bem retardatária de Yehuda Bauer confirma que esse ponto capital da tese de extermínio dos judeus carece, de facto, de qualquer valor. Acrescentaremos, da nossa parte, que o extermínio dos judeus não foi decidido nem em Wannsee nem em parte alguma. A expressão «campos de extermínio» não é mais do que uma invenção da propaganda de guerra americana e há exemplos que demonstram que, durante a guerra, o assassinato de um só judeu ou de uma só judia expunha o seu autor, quer fosse civil ou militar, membro ou não das SS, a ser julgado em conselho de guerra do exército alemão e a ser fuzilado (em sessenta anos, nem um só historiador ortodoxo deu jamais qualquer explicação para este tipo de factos revelados pela defesa perante até o Tribunal de Nuremberga).

Convite - Apresentação do livro Salazar e o Rei -

via Os Veencidos Da Vida de Lory em 26/04/09


domingo, 26 de abril de 2009

Identidade

via ALMA PÁTRIA - PÁTRIA ALMA de Vítor Ramalho em 25/04/09

Um poema, que tanto nos diz, de António Manuel Couto Viana e que se recomenda na voz (um tanto silenciada, muito convenientemente...) de José Campos e Sousa:

O que diz Pátria mas não diz glória 
Com um silêncio de cobardia, 
E ardendo em chamas, chamou vitória, 
Ao medo e à morte daquele dia 

A esse eu quero negar-lhe a mão, 
Negar-lhe o sangue da minha voz, 
Que foi ferida pela traição 
E teve o nome de todos nós 

O que diz Pátria sem ter vergonha 
E faz a guerra pela verdade 
Que ama o futuro, constrói e sonha 
Pão e poesia para a cidade 

A esse eu quero chamar irmão 
Sentir-lhe o ombro junto do meu 
Ir a caminho de um coração 
Que foi de todos e se perdeu

Autor do poema: António Manuel Couto Viana


E se o 25 de Abril tivesse falhado?

Se em vez de ficção, tivesse sido verdade!!! 
Seríamos ainda a grande nação do mundo, teríamos fronteira com mais de duas dezenas de países, continuaríamos a ser a nação plutiracial e pluricontinental que sempre fomos e não teriam morrido milhões de compatriotas nossos.
Rui Moio

via jantar das quartas de Eurico de Barros em 25/04/09
Um novo livro de ficção histórica alternativa, Alvorada Desfeita, editado esta semana, especula sobre o falhanço do golpe militar do 25 de Abril, graças à resposta armada do Governo à sublevação do Golpe dos Capitães, e à consequente derrota deste. Escrito por Diogo de Andrade, pseudónimo de um quadro superior do Estado que optou pelo anonimato, com um prefácio da autoria do professor de Ciência Política António Marques Bessa, e publicado pela Izipress, uma chancela do grupo editorial Guimarães, Alvorada Desfeita está nas livrarias exactamente 35 anos após a revolução dos cravos. Este livro de história virtual, ou alo-história, um género quase sem expressão na literatura em português, vulgarmente conhecido no mundo anglo-saxónico como what if... ("e se..."), baseia-se num conjunto de factos reais para elaborar uma alternativa ficcional mas verosímil, causada por um factor ou conjunto de factores que deram origem à divergência histórica. 

Misturando personagens imaginárias e semificcionais com figuras históricas reais, do regime deposto na realidade mas vitorioso neste Portugal alternativo, da oposição e dos golpistas aqui derrotados, o enredo de Alvorada Desfeita tem como pivô Ricardo Valera, o jovem e dinâmico ministro da Defesa do trémulo Governo de Marcello Caetano. A determinação deste perante a eclosão do golpe militar leva ao fracasso do Movimento dos Capitães, à repressão dos movimentos marxistas clandestinos e a uma solução de regime em que Marcello Caetano e Américo Tomás são afastados dos seus cargos, a "descolonização exemplar" não se dá e os países do Ultramar não caem nas mãos dos movimentos de obediência soviética. 

Há, assim, uma alteração do poder político e militar em Portugal na sequência da revolução abortada, à qual nem o general Spínola escapa. Alguns dos nomes envolvidos no novo processo político acabam afastados, mostrando "que as revoluções ou as contra-revoluções devoram sempre os seus próprios filhos". Pelo meio da narrativa de ficção histórica "pura e dura" de Alvorada Desfeita, passa um subenredo sentimental e romanesco, envolvendo o jovem ministro, que foi nomeado à pressa e sob pressão para o cargo na sequência do golpe frustrado das Caldas da Rainha, e que acaba por se revelar decisivo no esmagamento da revolução dos cravos. Os acontecimentos são narrados no decurso de um dia (o 25 de Abril), que abrange a maior parte do livro, e seguidos hora a hora. Os violentos combates que se travam em Lisboa (ao contrário do que aconteceu na realidade), causam centenas de mortes entre militares e civis, e levam à destruição de parte da Baixa pombalina. Os confrontos no Terreiro do Paço e ruas limítrofes são particularmente sangrentos. 

Outra personagem decisiva nos acontecimentos alternativos de Alvorada Desfeita é o coronel Sérgio de Melo, de Cavalaria 1, o "operacional" que, em ligação permanente com o ministro Valera, lidera a resposta militar do regime aos sublevados, assumindo a repressão metódica e implacável do Movimento das Forças Armadas. O autor do livro conheceu e privou com várias das personagens reais do livro, cujos "desabafos, expectativas, decepções e confidências" ajudaram a dar forma a Alvorada Desfeita. E a revolução de Abril não triunfou...

25 DE ABRIL... 35 ANOS!


Magnífico e corajoso texto. Obrigado por mais este acto bonito, em prol da nossa nação tão vilmente traída pelo auto-proclamando Movimento das Forças Armadas de tão má e criminosa memória.
Morreram 6 milhões de judeus na Segunda Guerra. Fala-se muito disso. 
Quantos milhões de portugueses morreram por acção directa do denominado movimento dos capitães? Seguramente, mais de 2 milhões. 
Caiu um holocausto sobre o antigo, grande e glorioso Portugal e os indivíduos que o provocaram passeiam-se impunes, cheios de galões e de honras como se fossem exemplos a seguir - de dignidade, de honra, de coragem, de patriotismo, de abnegação!? Que tristes e envergonhados tempos estes!!!
Rui Moio

via BATUQUES DO NEGAGE de rotivsaile em 25/04/09
Os "putos" vêem passar os "militares de Abril"
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Com a revolução "dos Cravos", acontecida no dia 25 de Abril, faz hoje 35 anos, começou a reescrever-se a história de um País que foi grande, espalhado pela imensidão do mundo, e a principal notícia tem a ver com a realidade da guerra que se travou no Ultramar e levou às independências dos territórios que eram parte indelével de Portugal há mais de 500 anos.
Não acredito que Portugal alguma vez pudesse mudar os caminhos da História dos Povos, que se cruzam com o inalienável direito à sua independência ou autonomia, mas acredito firmemente que a melhor maneira de "descolonizar", um dos 3 "D" constantes do programa do Movimento das Forças Armadas, não foi a seguida pelas novas autoridades saídas da revolução.
É que mais parecia estarem essas autoridades interessadas em cumprir alguma promessa que possam ter feito aos que contra nós se levantaram em armas. Talvez fosse a continuação daquele apoio que alguns líderes partidários e seus "kamaradas" foram dando aos MPLA's, FRELIMO's ou PAIGC's, dando até apoio às deserções que alguns "heróis" do 25 de Abril vieram a protagonizar.
Depois... um território dado a Portugal, como reconhecimento da ajuda prestada na luta contra a pirataria, foi devolvido ao país ofertante... que aproveitou para exigir contrapartidas para receber esse território, que por acaso se chamava Cidade do Santo Nome de Deus de MACAU. Outro território, que nem era habitado quando os Portugueses há 500 anos atrás o demandaram, foi também entregue à sanha da independência... abandonou-se o povo de Timor à sua sorte, tendo-se emendado a mão apenas depois do massacre de Santa Cruz...
Mas o 25 de Abril foi uma porta aberta para a fomentação de novas riquezas, em paridade com as misérias a que foram votados muitos dos que ousaram combater nas guerras do Ultramar! Hoje enviam-se "tropas" para ganharem rios de dinheiro como mercenários voluntários para estarem ao serviço de quem lhes pagar melhor, enquanto ontem se dizia "nem mais um Soldado para Angola".
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Não é que agora se tenta incentivar os Portugueses a irem trabalhar para Angola, não apenas a pedido do governo deste país, outrora português, como do governo de Portugal?
"Malhas que o Império tece", dizia-se. Hoje apenas julgo pertinente dizer: Coisas que a Revolução dos Cravos nos deu! Coisas que a Revolução nos tirou!

Ex-militares de St.ª Comba homenageado

«Um ex-combatente lançou ontem o livro 'Guiné: saudade e sofrimento', que pretende homenagear os seus camaradas naturais de Santa Comba Dão que estiveram na ex-colónia.»

Fonte: Correio da Manhã de 26Abr2009

sábado, 25 de abril de 2009

As veias abertas

«Dias atrás o presidente Hugo Chávez deu um mimo ao presidente Barack Obama. A obra “As veias abertas da América Latina”, editado na década de 70, e um clássico da literatura política de denúncia das mazelas do então chamado Terceiro Mundo. Hoje, essa expressão está em desuso, porque o Terceiro Mundo penetrou Nova York, em Londres, em Paris e Tóquio, ao mesmo tempo que temos Primeiro Mundo em Santiago, Rio de Janeiro, Joannesburgo ou Lima.»

 O livro de Galeano começa assim:

 Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. [...]

 Um texto excelente do grande escritor Eduardo Galeano, outro uruguaio genial.

Capture, leia, releia, guarde e divulgue as 201 páginas da obra de Eduardo Galeano, aqui na íntegra (em pdf).

Fonte: Grupo do Yahoo Observatório_Sociológico - mensagem de 23Abr2009

Interview in Paris Match

via Optimnem Blog: The Blog of Daniel Tammet de Daniel em 21/04/09






An interview with me appears in this week's Paris Match - for those who read French, it can be read in full online here: http://www.parismatch.com/Actu-Match/Societe/Actu/Autisme-Asperger-un-handicap-invisible-90878/



Hipnose no Sapo.Zen

via Hipnozz de Mário Rui Santos em 23/04/09
2ª parte da entrevista com Heloísa Miranda
Sapo.Zen

Um dia de festa? por Vasco Pulido Valente

via nonas de nonas em 14/05/09
«Para mim, o "25 de Abril" não é um dia de festa. Foi um dia de festa em 1974, mas muito pouco tempo. Porquê? Porque percebi que a gente à minha volta, na sua espessa estupidez, queria mesmo fazer uma revolução "proletária" e "socialista", que seria inevitavelmente dominada pelo PC e provocaria, tarde ou cedo, se não uma guerra civil em forma (não havia dinheiro, nem armas para isso), uma geral matança. Não havia maneira de discutir nada com um mínimo de lógica e bom senso. A retórica de esquerda, a pior e mais reles retórica de esquerda, tinha substituído qualquer forma de pensamento. As pessoas falavam em "língua de pau" e trocavam fórmulas sem sentido. Pior ainda, por baixo disso, havia uma ferocidade que só esperava o seu momento. E esse momento acabou por vir em 1975: "Uma só solução, fuzilar a reacção."
Hoje, retrospectivamente, fico espantado como não vi tudo desde a chegada de Cunhal. A chegada de Cunhal à Portela pretendeu imitar - e até certo ponto conseguiu - a chegada de Lenine à Estação da Finlândia, quando Lenine veio do exílio para meter os "bolcheviques" (que nessa altura tendiam para um compromisso com o regime "burguês") no caminho "correcto". Em Portugal, o caminho "correcto" incitou a "intelectualidade" da época e as classes ditas "dirigentes" do capitalismo a cenas de uma inimaginável indignidade e torpeza. Gente que depois serviu com respeitinho e zelo o PS e o PSD ou anda agora por aí revestida de uma estranha virtude democrática, jurava pela emancipação do povo "democrático" e desprezava com vigor "o agente do subimperialismo alemão", Mário Soares.
Sob a influência do PC e de alguns grupos da franja radical, os militares nacionalizaram a torto e a direito e ocuparam à força as terras da "reforma agrária": uma política aclamada pela "inteligência" do que já se chamava oficialmente "o PREC". Na RTP (a única televisão da época) e nos jornais, comissões de censura vigiavam os prevaricadores. Os "saneamentos" deslizavam com cada vez mais frequência para o ajuste de contas pessoal. O coronel Gonçalves, primeiro-ministro, recitava a cartilha do PC a benefício da Pátria analfabeta. E o Copcom prendia suspeitos. O "PREC" contaminou e corrompeu a curta libertação do "25 de Abril" e, de caminho, levou os portugueses para um desastre económico, que eles pagariam durante anos com língua de palmo. Não: para mim, o "25 de Abril" não é um dia de festa.»
Vasco Pulido Valente
In jornal Público, 25.04.2009

O país parado

«Os mortos ficaram longe dos olhos e dos corações. Foram dois milhões, milhão e meio ? Quem se interessa por estatísticas quando os números se tornam quase incontáveis ?»
Miguel Castelo-Branco

via COMBUSTÕES de Combustões em 24/04/09

Evito arreliar-me com as coisinhas da política portuguesa, particularmente quando se abeiram efemérides. Estou cansado de louvaminheirices, como me cansam as diatribes a favor e contra o tal 25 que, já velho, teima em ficar, concitar duelos e paixões, tomar posse da agenda, confiscar o presente e reclamar dos portugueses umas quantas velas no altar das devoções profanas.

O discurso de uns é um não-discurso: apoia-se numa crença salvífica, nas efusões daquele dia distante em que os que hoje contam 70 anos tinham metade da idade, em que os que tinham 50 já os levou a Parca e os que se abeiram dos 40 ainda nem tinham nascido. Creio, sinceramente, que é uma perda de tempo; mais, um exercício de nostalgia egoísta, possessiva e exclusivista que nos manda calar, não pensar, não atrever e jamais contestar. O discurso dos outros é um rememorar de recriminações azedas, de lembranças trágicas, medos sublimados, furibundas acusações fulanizadas. Os primeiros, fechando os olhos ao que semearam, falam com cândidas cintilações de uma revolução feita à portuguesa, isto é, sem pés nem cabeça, entregue ao Deus dará do improviso, do amadorismo e da irresponsabilidade tantas vezes criminosa. Mortos, claro, não os houve, pois quem fez a tal revolução já tinha bens e poupanças no antes da revolução e continuou a tê-los, pois é a mesmíssima gente que governa, que manobra, distribui, paga e retribui favores nesse país há mais de cento e cinquenta anos. Os mortos ficaram longe dos olhos e dos corações. Foram dois milhões, milhão e meio ? Quem se interessa por estatísticas quando os números se tornam quase incontáveis ?

Depois, foi um ver-que-te-avias para enriquecer, brincar à Europa e às elites, aos montes alentejanos, às revisões constitucionais, às bancas e às Donas Brancas, aos futebóis e às viagens aos Brasis e às Caraíbas, iludir a desorganização e a turbamulta dos espertos feitos expert em direitos, gestões e marketings, distribuir dinheiro a rodos por amigos, fazer uma ponte aqui e uma auto-estrada ali, deitar abaixo a frota pesqueira e a marinha mercante, pagar aos lavradores para não produzirem, promover generais e brigadeiros, constelar o céu medalhado das notabilidades como manda o cardápio dos regimes latinos, abrir lojas e lóbis em cada esquina, deitar abaixo a Educação, a Justiça, a Defesa, a Segurança e a Cultura, substituindo-as por honorários, progressões na carreira, despachos, contagens de tempo, remunerações extraordinárias, regimes particulares e extraordinários. Nós somos assim, um pouco como o arrombador do cofre: um dia de atrevimento dá renda cativa vitalícia. É a esquerda portuguesa, bisavó de si mesma, sem graça e sem lustro, movida pela inveja e ganância de dinheiro e respeitabilidade.

Quem contra a revolução fala também não fez melhor. Saíu à rua, evitou o que estava escrito antes de acontecer, pôs travão ao assalto do poder pelos meninos ricos brincando às revoluções e acicatando a ralé, deu provas de adaptação inteligente ao novo regime, transformando em votos o descontentamento e o desencanto ? Olhando para o discurso dos contra - que não mudou uma linha desde o 28 de Setembro de 74 - parece nada ter acrescentado àquilo que o Diabo, a Rua e o Dia diziam em 1975, 76 ou 77 . Soube o contra fazer a dedução à democracia, compreender os sinais do tempo, retemperar argumentos, servir a Nação, manter a dimensão global do "fenómeno português", esquecer as Frelimos e os MPLA's e acreditar numa solução de continuidade, esquecer os Soares, os Otelos e Cunhais, os Vascos Gonçalves e toda a ganga de liliputianos ? Não, ficou igual ao que era, com a agravante de ter transmitido a filhos, netos e bisnetos um medo político quase paralisante, um paupérrimo arsenal de escusas e condenações sem sentido, fora de tudo e contra tudo. É a direita portuguesa, sem dúvida a "mais estúpida da Europa".

Foi há 13.000 dias e o país continua à espera do futuro ! Para mim, tudo teria sido diferente se tivessem deixado o Palma Carlos no governo - o mal menor, pois o fulano até tinha um ar de cavalheiro e até sabia usar os talheres - mais o Spínola na palácio rosa, mais os Bulhosas e os Champalimauds a manejar as contas, mais a economia a crescer 7% ao ano. Mas a esquerda queria distribuir, queria sonante e, sobretudo, queria poder; daí destruirem tudo, despejarem do Estado, das Forças Armadas, da Universidade e da Banca quem do ofício sabia e empurrar os meninos ricos a brincar às revoluções para o poder. Foi o que se viu. Quanto à direita, ficou como era e como é e será: absolutamente narcotizada, incapaz de abrir um livro, com sol e touros a debroar as manias de grandeza e pasmar-se perante o passado remoto que não fez ou, mais grave, não soube merecer.

Paco Bandeira: Lá longe, onde o sol castiga mais (1973)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

(título desconhecido) - O Santo do 26 de Abril

Bonito, irónico e interessante texto!... Explica jocosamente o significado profundo da data que alguns pretendem ainda celebrar como uma data a ser lembrada como algo de "maravilhoso que aconteceu a Portugal, no seu todo pluricontinental."!... É tempo de se começar a celebrar a História - a História verdadeira e a História verdadeira é que o 25 de Abril não foi um acto minimamente heróico, não foi um acto patriótico, não foi um acto altruístico ou solidário, não representa nenhuma revolução sem sangue. Foi precisamente o contrário de tudo isso, uma vergonha, uma negação do nosso ser de 6 séculos de multiculturalismo e de cidadãos do mundo. O transformar uma guerra vitoriosa e cheia de actos de profundo heroísmo, numa derrota e no abandono dos nossos camaradas de armas e dos nossos compatriotas, apenas por serem negros.
Portugal construía e muito bem o seu sonho de nação pluriracial e isso não convinha aos interesses soviéticos e ao capitalismo internacional. Daí que estes poderes se servissem de traidores nacionais para fazerem por eles o que eles não conseguiram fazer por si próprios - destruir Portugal e a portugalidade e o sonho de continuarmos a ser e de modo cada vez mais forte uma nação multicultural, pluriracial e pluricontinental.
Rui Moio
via O Pasquim da Reacção de O Corcunda em 24/04/09
O Santo do 26 de Abril










Os próximos dois dias serão um bizarro momento na vida dos portugueses.
Amanhã celebra-se o Anti-Portugal. O momento em que os portugueses decidiram abandonar às mãos do terror do totalitarismo comunista uma parte significativa da sua população, o momento em que Portugal se transformou numa região europeia, em que adoptámos uma Constituição abjecta, em que o Socialismo se tornou o nosso regime, em que abjuramos todos os princípios que fizeram Portugal.
No Domingo, porém, a conversa é outra. Celebraremos Portugal como se ainda o tivéssemos entre nós. Na memória do Condestável vive a Fé de um homem de vida casta, a consciência do Dever do político e da Nação ao serviço da Justiça Divina, o combate num espírito de caridade ilimitada pelo inimigo, o amor do Rei, a consciência absoluta da comunidade na amizade cristã. No Santo repousa tudo aquilo que repugna ao homem moderno e por isso não podemos deixar de rir um bom bocado com as recentes loas de todos os quadrantes da sociedade, sempre pronta a aproveitar uma boleia para o mundo do "faz de conta que temos um país".
No 26 de Abril devemos pôr os olhos no passado, para olhar de frente o futuro e vencer o Anti-Portugal.

FP - Forças Populares 25 de Abril -

via Centenário da República de joaoamorimblogge@gmail.com (João Amorim) em 24/04/09

Para gáudio de muitos, um dos rostos do terrorismo nacional foi devidamente promovido – com a assinatura do presidente da república. Os FP25 andaram pela inoperância dos tribunais e foram amnistiados dos crimes de "sangue" por outro anterior presidente desta república. Os FP, sigla que condiz em vernáculo com aquilo que são, andam por cá e com eles nos cruzamos nos "shoppings" e nos "continentes". Pela calçada jazem 17 inocentes assassinados que para os FP justificaram os ânimos revolucionários. Às portas do dia "25" esta "promoção" é uma revisitação dolorosa do abastardamento moral deste regime e um eco das convenções medíocres de uma corja que não sabendo assumir os seus fracassos assobia a "morena" e falseia a biografia dos seus "heróis".

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Algumas Vantagens das Plataformas de Colaboração Online

via portal KMOL de Ana Neves em 23/04/09

Um colega meu tem passado as últimas semanas a visitar os vários escritórios de uma organização cliente para dar formação na utilização de uma plataforma de colaboração online.

Em conversa esta manhã ele disse-me que a grande dificuldade de todos os utilizadores é a mesma. A mesma para todos e a mesma de sempre.

Todos os utilizadores, colaboradores organização em causa, estão com dificuldade a entender e a aceitar que tudo o que irão fazer no sistema será visível para os seus colegas.

"E a minha resposta é sempre a mesma", disse o meu colega. "Digo-lhes que essa transparência é exactamente a razão pela qual a organização investiu no desenvolvimento daquela plataforma."

Achei hilariante! Uma resposta tão simples e tão verdadeira em resposta a uma questão, a uma preocupação, que ouço vezes sem conta nas organizações aonde vou.

Não é que as pessoas não queiram ser vigiadas porque planeiam ou estão habituadas a fazer algo mal feito. É antes pela mudança de paradigma.

A organização com que o meu colega está a trabalhar optou para quebrar radicalmente com as formas actuais de trabalho na organização. Isto é, até agora o trabalho de um colaborador só ficava visível a outros colegas depois de ele/a se sentir suficientemente confortável com o seu estado. Só nessa altura era partilhado com os colegas de equipa ou projecto.

O que se espera agora é que as pessoas trabalhem em áreas "públicas" tornando o fruto do seu trabalho visível e pesquisável por qualquer colega em qualquer fase do processo.

As grandes vantagens são:

  • possibilidade de se detectar trabalho duplicado antes de se terem investido demasiados recursos
  • possibilidade de se fazerem sugestões que permitam melhorar a qualidade do trabalho ou a eficiência do processo
  • promoção de um clima de abertura e confiança na organização
  • aumento da visibilidade do trabalho realizado e dos próprios colegas nele envolvido
  • aumento do conhecimento que cada colaborador tem da actividade global da organização
  • aumento do conhecimento que cada colaborador tem das competências, experiência e interesse dos seus colegas.

E o que não são todas estas vantagens senão objectivos e meios para a gestão de conhecimento?
Será preciso listar mais vantagens para justificar a adopção radical, a adopção faseada ou, pelo menos, a análise de plataformas online de colaboração organizacional?

Claro que não se pode partir para uma abordagem que requeira uma mudança radical e repentina de atitudes sem um trabalho prévio, devidamente estruturado, de sensibilização e formação, e sem se considerarem nas mudanças "soft" que possam ser necessárias para apoiar e reflectir esta mudança pretendida.

Recomendação da Semana (2): Ensino Livre

Recomendação da Semana (2): Ensino Livre

Para o segundo fascículo da "Recomendação da Semana" escolhi um blog que muito recentemente tive o prazer de ficar a conhecer. Confesso que o mérito da descoberta vai inteirinho para o feed do Planet Geek já que foi graças a este que pude encontrar o Ensino Livre.

O Ensino Livre é um projecto da responsabilidade da Associação Ensino Livre, uma entidade que tem como base de trabalho a promoção da utilização de software livre e a produção de conteúdos livres nos processos de aprendizagem, nomeadamente ao nível do sistema de ensino.

Acreditamos que o conhecimento colectivo é enriquecido pela partilha livre de saberes individuais e/ou organizacionais, tendo presente que o próprio software, também ele é uma forma de conhecimento.

O projecto representa uma iniciativa de enorme valor e importância e só é pena que mais não possa fazer pela sua divulgação. Fazem falta as alternativas, fazem falta os diferentes pontos de vista. Faz falta o conhecimento, esse sim é liberdade mas melhor ainda, é libertador.

Literacia Tecnológica

Em termos estruturais o Ensino Livre está muitíssimo bem organizado e é efectivamente fácil descobrir as toneladas software livre, manuais e recursos que podemos colocar ao dispor do nosso ensino e educação. Para lá do site e caso deseje participar do crescimento e desenvolvimento do projecto não deixe de visitar as secções "Como apoiar a Associação" e "Material de Divulgação".

Há muito para descobrir no Ensino Livre.

Boas recomendações.

O que é a "Recomendação da Semana?"

Vão ser links de blogues, sejam ou não de tecnologia & informática, não são encomendados, não são pagos, não são palmadinhas nas costas nem o resultado de algum plano maquiavélico. São, tal como o próprio título poderá deixar perceber, recomendações para a leitura de sites/blogues que vou descobrindo por aí e que entendo divulgar da melhor maneira que posso.

Este tipo de post surge devido à ideia que é da responsabilidade de quem tem alguma exposição e clientela q.b., a divulgação do trabalhos dos outros, sejam ou não eles próprios trabalhos com muita exposição. O cruzamento de públicos pode ser uma experiência muito interessante. Quem sabe não alargamos horizontes.

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Algumas Notícias Soltas

via Revisionismo em Linha de Johnny Drake em 23/04/09

Alguns artigos interessantes que gostaríamos partilhar com vocês.

Um mundo sem fronteiras – o sonho do Grupo Bilderberg: A Bilderberg irá continuar a impulsionar a criação de um governo mundial na reunião secreta de 14 a 19 de Maio em Vouliagmeni, na Grécia, de acordo com um dos participantes. Alice Rivlin (na foto), que tem representado a Instituição Brookings na Bilderberg, sorri e acena afirmativamente quando questionada se a agenda deste ano inclui "um governo mundial, um mundo sem fronteiras e uma União Americana."
Há muitos anos que estes são objectivos da Bilderberg mas têm sido bloqueados pelo que os participantes se referem pejorativamente como "nacionalismo". A Bilderberg tenciona expandir o Acordo do Livre Comércio Norte Americano por todo o Hemisfério Ocidental como prelúdio ao estabelecimento de uma "União Americana" semelhante à da União Europeia. O objectivo último é a criação de um governo mundial sob a égide das Nações Unidas. A sua maior excitação na Bilderberg? [leia a notícia na íntegra]

Plutocratas irão reunir-se na Grécia: A Bilderberg vai regressar à sua cena do crime de 1993 numa tentativa de se reunir secretamente em Vouliagmeni, na Grécia, de 14 a 17 de Maio. A Bilderberg retornará à propriedade dos hotéis Nafsika Astir Palace em Vouliagmeni, a 20 milhas de Atenas, e encontrar-se resguardada por guardas no Westin Nafsika. [leia a notícia na íntegra]

Globalistas temem uma aliança entre a Bielo-Rússia e o Irão: A crise económica global do último ano está a desempenhar o seu papel na recriação de novas fronteiras e alianças políticas. Uma das mais danosas para os interesses dos EUA é o desenvolvimento de laços financeiros e militares entre a Bielo-Rússia e o Irão. [leia a notícia na íntegra]

Expansionismo e racismo são as raízes dos problemas do mundo: O presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, manifestou na cidade suíça de Genebra, onde encontra nesta altura para participar na Conferência Internacional Contra o Racismo Durban II: "A definição incorrecta do ser humano e da comunidade humana, os egoísmos, o expansionismo e o racismo, são as raízes dos problemas da humanidade." [leia a notícia na íntegra]

Parlamentar iraniano tacha de "barbárie moderna" o gesto dos apoiantes do sionismo em genebra: Kazem Yalali, port-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irão, manifestou terça-feira em declarações à IRAN: "O gesto dos apoiantes do regime sionista ao provocarem um alvoroço quando o presidente do Irão tomava a palavra na conferência contra o racismo de Durban II provocou muitas reacções. Estes gestos são uma barbárie moderna que demonstra o carácter esclavagista deles e são um indicativo da veracidade das posturas do Irão." [leia a notícia na íntegra]

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