quarta-feira, 4 de março de 2009

(título desconhecido) - O ASSASSINATO DE NINO VIEIRA

via Estado Novo de Abrantes em 03/03/09

O ASSASSINATO DE NINO VIEIRA


Pessoalmente não podia deixar passar esta notícia sem um comentário.
Primeiro, porque a Guiné foi a terra onde deixei alguns anos de vida e onde cumpri o meu dever de militar. Em segundo lugar porque conheci, pessoalmente, João Bernardo Vieira (Nino Vieira).
O comandante Nino foi um líder que, após a independência, nunca deixou de se referir aos militares portuguesas como um exemplo de tenacidade e de coragem.
Não foi por acaso que esteve presente no funeral de António de Spínola como última homenagem aquele que, ele próprio, o chamou de "meu general".
Nino Vieira foi um combatente tenaz nas matas da Guiné.
Depois da independência sempre foi o primeiro a relembrar aos seus camaradas de armas e de partido que a independência não foi conquistada pelo PAIGC mas sim dada por Portugal.
Um dia, logo após a dita independência, o comandante Nino quando eu entrava numa sala de reuniões entre militares Portugueses e tropas do PAIGC ordenou aos seus militares que se levantassem e que cumprimentassem militarmente os representantes de Portugal, dizendo em alto som: - "Estes são os homens a que devemos a liberdade".
Isto, já depois dos políticos - julgo que no 1º Governo Provisório - terem atribuído a independência total à Guiné e Cabo Verde.

Na minha opinião, João Bernardo Vieira, foi um grande combatente mas um mau político.
Contudo – também na minha opinião – não merecia ter um fim tão triste.
Foi assassinado cobardemente!
Descansa em Paz velho combatente.
Fomos inimigos. Combatemo-nos mutuamente sem nunca deixamos de nutrir respeito.
Manuel Abrantes

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