domingo, 22 de março de 2009

A China vai colocar em órbita em 2010 uma estação espacial militar

via Q u i n t u s de Clavis Prophetarum em 22/03/09

(a estação espacial chinesa Tiangong 1 em http://astropt.org)

A China prepara-se para realizar um autêntico "salto quântico" no seu programa espacial com o lançamento para órbita de uma estação espacial de pouco mais de 7 toneladas até 2010. A estação será utilizada sobretudo em missões militares, ou seja, em atividades de vigilância fotográfica e através de outros sensores, mas especialmente focalizados na vigilância de alvos militares. O lançamento por um foguetão "Longa Marcha 2F" vai concidir com o último voo do Vaivém espacial dos EUA, em 31 de maio de 2010, com o Endeavour. A estação receberá a designação "Tiangong 1" ("Palácio Celestial") e uma réplica está agora a ser testada, em terra. A estação é dividida por um módulo habitável com um sistema de atracagem e um módulo de serviço com painéis solares e tanques de combustível. Em termos de concepção e objetivos, a estação chinesa faz lembrar a estação militar norte-americana "Manned Orbiting Laboratory" (MOL) que os EUA lançaram na década de 60 e que era precisamente uma estação espacial militar de reconhecimento… de certa forma, isso coloca o programa espacial chinês no mesmo patamar de desenvolvimento que os EUA tinham nos finais da década de 60…

O aspeto militar da Estação torna-se especialmente flagrante quando se sabe que a liderança do projeto cabe ao "departamento de armamentos" do exército popular de libertação.

A primeira atracagem na estação espacial será realizada pela cápsula Shenzhou 8, no começo de 2011, mas seguindo a política (correta) de pequenos, mas seguros passos no seu cuidadoso programa espacial, a missão não será tripulada, sendo a atracagem totalmente automatizada, o que a ser conseguido, representará um feito notável para o programa espacial chinês, tendo em conta a dificuldade que existe em fazer aproximar e ligar dois objetos em órbita, movendo-se a milhares de quilómetros por segundo e em segurança, e de forma totalmente automatizada… os russos, por exemplo, na Mir sempre preferiram as atracagens manuais às automáticas. As missões seguintes já serão tripuladas permanecendo os taikonautas alguns dias no interior da estação.

O facto da designação "Tiangong 1″ incluir o número um, indica que há já planos para construir e lançar novas estações, provavelmente também com objetivos militares, o que é consistente com o começo da produção industrial das cápsulas Shenzhous, até agora construídas de forma quase manual, mas que a partir das próximas semanas vão passar a ser produzidas em série, aumentando a produção e reduzindo o custo de cápsula, alimentando estas estações militares com um fluxo constante e regular de novas cápsulas, num regime que poderá representar uma ocupação permanente da estação, devendo contudo esta estação (com uma vida estimada de apenas dois anos) receber apenas duas missões tripuladas, a Shenzhou 8 e a 9. Até 2015, a China vai lançar mais duas estações Tiangong, manendo uma presença humana quase constante no espaço.

Mas a China não mantêm apenas este programa de uma estação militar… paralelamente, decorre um programa mais civil, de uma estação espacial semelhante à Mir russa e que será colocada em órbita até 2020, pela nova geração de foguetões "Longa Marcha 5".

Fontes:

http://www.space.com/missionlaunches/sfn-090309-china-space-lab.htmlhttp://dsc.discovery.com/news/2008/07/08/space-shuttle-final.html

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