Titâ com mares de hidrocarbunetos
Saturno, possui centenas de vezes mais hidrocarbonetos no estado líquido do que todas as reservas de petróleo e gás natural existentes na Terra. Na superfície de Titã existem vastos depósitos na forma de lagos e dunas, criados pela acumulação de hidrocarbonetos que chovem do céu.
A superfície de Titã encontra-se coberta de material à base de caborno, o que torna esta lua uma fábrica gigante de compostos orgânicos. A grande quantidade de carbono presente em Titã é uma "janela" importante pela qual os cientistas podem olhar para a história geológica e climática desta lua de Saturno.
Titã é bastante diferente da Terra. A sua temperatura à superfície é de -179 ºC e, ao invés de água, os seus lagos extensos são constituidos por hidrocarbonetos na forma de metano e etano. Acredita-se que as suas dunas sejam provavelmente formadas por moléculas orgânicas complexas.
Para ver uma ilustração artística da superfície de Titã, consulte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/planetas/tit1.jpg
Com o auxílio do radar que a sonda Cassini possui, os cientistas mapearam já cerca de 20% da superfície de Titã. Nesta porção, foi possível detectar várias centenas de lagos e oceanos. Muitos destes "depósitos" possuem, cada um, mais hidrocarbonetos líquidos do que todas as reservas de petróleo e gás na Terra. As dunas escuras que atravessam o equador de Titã, contêm um volume de material orgânico várias centenas de vezes maior que as reservas de carvão no nosso planeta.
As reservas de gás natural conhecidas na Terra totalizam cerca de 130 mil milhões de toneladas. Esta quantidade é suficiente para providenciar 300 vezes mais energia do que aquela que um país como os EUA, com cerca de 300 milhões de habitantes, consome anualmente para o aquecimento, arrefecimento e iluminação de todas as suas habitações. Muitos dos lagos existentes em Titã, possuem individualmente o equivalente a esta quantidade de energia na forma de metano e etano.
A estimativa global realizada é baseada sobretudo nas observações dos lagos existentes na região polar do hemisfério Norte de Titã. Assumiu-se que o hemisfério Sul é semelhante, embora não se saiba de facto a quantidade de líquido existente nesta região da lua. O radar da Cassini observou esta região apenas uma vez até agora, tendo sido detectados unicamente dois pequenos lagos.
Com base nos lagos presentes na Terra, os cientistas estimaram a profundidade dos lagos de Titã. Para tal consideraram a área e profundidade média de lagos terrestres, tendo em conta o ambiente que os rodeia, como por exemplo, as montanhas. Na Terra, a profundidade de um lago é geralmente um décimo da altura do terreno circundante.
Sabe-se que alguns lagos de Titã possuem mais de 10 metros de profundidade, pois na imagem de radar estes são extremamente escuros. Se estes lagos fossem pouco profundos, seria possível observar o seu fundo.
Para ver uma imagem de radar da superfície de Titã obtida pela Cassini, consulte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/planetas/tit2.jpg
Saber a quantidade de líquido existente na superfície de Titã é importante, pois o metano é um gás que participa activamente no efeito de estufa. Se todo o líquido observado em Titã fosse metano, este duraria apenas uns poucos milhões de anos, pois ao migrar para a atmosfera é decomposto e acaba por escapar para o espaço. Caso isto acontecesse, Titã poderia tornar-se um local muito mais frio. Os cientistas acreditam que a atmosfera de Titã pode estar a ser abastecida de metano através de erupções crio-vulcânicas que libertam este gás do interior da lua. Se assim for, a quantidade de metano, e a temperatura de Titã, podem ter sofrido variações dramáticas no passado.
A vida tal como a conhecemos tem como base o carbono. A compreensão do quão longe, ao longo da cadeia de complexidade em direcção à vida, a química pode chegar num ambiente como o de Titã, é importante para se perceber a origem da vida no Universo.
Fonte_ Boletim Astronovas de 22Fev2008 Sugestes de notcias podero ser enviadas para o endereo: astronov@oal.ul.pt
A superfície de Titã encontra-se coberta de material à base de caborno, o que torna esta lua uma fábrica gigante de compostos orgânicos. A grande quantidade de carbono presente em Titã é uma "janela" importante pela qual os cientistas podem olhar para a história geológica e climática desta lua de Saturno.
Titã é bastante diferente da Terra. A sua temperatura à superfície é de -179 ºC e, ao invés de água, os seus lagos extensos são constituidos por hidrocarbonetos na forma de metano e etano. Acredita-se que as suas dunas sejam provavelmente formadas por moléculas orgânicas complexas.
Para ver uma ilustração artística da superfície de Titã, consulte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/planetas/tit1.jpg
Com o auxílio do radar que a sonda Cassini possui, os cientistas mapearam já cerca de 20% da superfície de Titã. Nesta porção, foi possível detectar várias centenas de lagos e oceanos. Muitos destes "depósitos" possuem, cada um, mais hidrocarbonetos líquidos do que todas as reservas de petróleo e gás na Terra. As dunas escuras que atravessam o equador de Titã, contêm um volume de material orgânico várias centenas de vezes maior que as reservas de carvão no nosso planeta.
As reservas de gás natural conhecidas na Terra totalizam cerca de 130 mil milhões de toneladas. Esta quantidade é suficiente para providenciar 300 vezes mais energia do que aquela que um país como os EUA, com cerca de 300 milhões de habitantes, consome anualmente para o aquecimento, arrefecimento e iluminação de todas as suas habitações. Muitos dos lagos existentes em Titã, possuem individualmente o equivalente a esta quantidade de energia na forma de metano e etano.
A estimativa global realizada é baseada sobretudo nas observações dos lagos existentes na região polar do hemisfério Norte de Titã. Assumiu-se que o hemisfério Sul é semelhante, embora não se saiba de facto a quantidade de líquido existente nesta região da lua. O radar da Cassini observou esta região apenas uma vez até agora, tendo sido detectados unicamente dois pequenos lagos.
Com base nos lagos presentes na Terra, os cientistas estimaram a profundidade dos lagos de Titã. Para tal consideraram a área e profundidade média de lagos terrestres, tendo em conta o ambiente que os rodeia, como por exemplo, as montanhas. Na Terra, a profundidade de um lago é geralmente um décimo da altura do terreno circundante.
Sabe-se que alguns lagos de Titã possuem mais de 10 metros de profundidade, pois na imagem de radar estes são extremamente escuros. Se estes lagos fossem pouco profundos, seria possível observar o seu fundo.
Para ver uma imagem de radar da superfície de Titã obtida pela Cassini, consulte: http://www.oal.ul.pt/astronovas/planetas/tit2.jpg
Saber a quantidade de líquido existente na superfície de Titã é importante, pois o metano é um gás que participa activamente no efeito de estufa. Se todo o líquido observado em Titã fosse metano, este duraria apenas uns poucos milhões de anos, pois ao migrar para a atmosfera é decomposto e acaba por escapar para o espaço. Caso isto acontecesse, Titã poderia tornar-se um local muito mais frio. Os cientistas acreditam que a atmosfera de Titã pode estar a ser abastecida de metano através de erupções crio-vulcânicas que libertam este gás do interior da lua. Se assim for, a quantidade de metano, e a temperatura de Titã, podem ter sofrido variações dramáticas no passado.
A vida tal como a conhecemos tem como base o carbono. A compreensão do quão longe, ao longo da cadeia de complexidade em direcção à vida, a química pode chegar num ambiente como o de Titã, é importante para se perceber a origem da vida no Universo.
Fonte_ Boletim Astronovas de 22Fev2008 Sugestes de notcias podero ser enviadas para o endereo: astronov@oal.ul.pt
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