Surpresas da Biblioteca
via MANLIUS de José Carlos em 03/04/09
Li hoje - no Público - uma crítica à reedição (a cargo da Quasi Editora) da obra do poeta Antóio Boto (ou como ele gostava de ser chamado - António Roto) que agora decorre. E lembrei-me de um livrito que anda lá por casa sobre Fátima.
Como podem ver a obra original tem a aprovação do Cardeal Patriarca de Lisboa, pese embora o elevadíssimo teor homosexual da obra, centrada no desejo sexual sobre ele exercido pelo pastorinho Jacinto. Como se vê até aos Cardeais lhe passam certas coisas ao lado... (ou então, o que é mais possível, ninguém leu o livro antes da autorização... era sobre Fátima, logo é de publicar...)
Só quero falar de uns pequenos detalhes sobre este poeta (que a mim nunca me disse nada, em todos os tipos de poesia). O reviralho criticou profundamente o regime por ter despedido da função pública o referido Boto. O castigo está no Diário do Governo, as razões são bem explícitas:
a) ...;
b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;
c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."
Bom, despedido da função pública teve de ir para o Brasil onde levou uma vida miserável, vindo a morrer atropelado. Quanto ao seu despedimento e pretensa "hipocrisia moralista" do Estado Novo, só quero lembrar que se fosse hoje estaria no banco dos réus em Monsanto no caso Casa Pia. O seu desejo de fedelhos era superior às suas forças. Quem não conhece os versos "gosto,/ gosto de fedelhos,/ vou-lhes .../ dou-lhes conselhos.
Ou seja hipócritas são os de hoje, porque conhecendo os factos não se inibem de criticar Salazar, só para chatear. Pedofilia, vindo de um homem da oposição, não é crime, é anti-fascismo.
Vão dar banho ao cão, e não chateiem.
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