domingo, 26 de abril de 2009

25 DE ABRIL... 35 ANOS!


Magnífico e corajoso texto. Obrigado por mais este acto bonito, em prol da nossa nação tão vilmente traída pelo auto-proclamando Movimento das Forças Armadas de tão má e criminosa memória.
Morreram 6 milhões de judeus na Segunda Guerra. Fala-se muito disso. 
Quantos milhões de portugueses morreram por acção directa do denominado movimento dos capitães? Seguramente, mais de 2 milhões. 
Caiu um holocausto sobre o antigo, grande e glorioso Portugal e os indivíduos que o provocaram passeiam-se impunes, cheios de galões e de honras como se fossem exemplos a seguir - de dignidade, de honra, de coragem, de patriotismo, de abnegação!? Que tristes e envergonhados tempos estes!!!
Rui Moio

via BATUQUES DO NEGAGE de rotivsaile em 25/04/09
Os "putos" vêem passar os "militares de Abril"
*
Com a revolução "dos Cravos", acontecida no dia 25 de Abril, faz hoje 35 anos, começou a reescrever-se a história de um País que foi grande, espalhado pela imensidão do mundo, e a principal notícia tem a ver com a realidade da guerra que se travou no Ultramar e levou às independências dos territórios que eram parte indelével de Portugal há mais de 500 anos.
Não acredito que Portugal alguma vez pudesse mudar os caminhos da História dos Povos, que se cruzam com o inalienável direito à sua independência ou autonomia, mas acredito firmemente que a melhor maneira de "descolonizar", um dos 3 "D" constantes do programa do Movimento das Forças Armadas, não foi a seguida pelas novas autoridades saídas da revolução.
É que mais parecia estarem essas autoridades interessadas em cumprir alguma promessa que possam ter feito aos que contra nós se levantaram em armas. Talvez fosse a continuação daquele apoio que alguns líderes partidários e seus "kamaradas" foram dando aos MPLA's, FRELIMO's ou PAIGC's, dando até apoio às deserções que alguns "heróis" do 25 de Abril vieram a protagonizar.
Depois... um território dado a Portugal, como reconhecimento da ajuda prestada na luta contra a pirataria, foi devolvido ao país ofertante... que aproveitou para exigir contrapartidas para receber esse território, que por acaso se chamava Cidade do Santo Nome de Deus de MACAU. Outro território, que nem era habitado quando os Portugueses há 500 anos atrás o demandaram, foi também entregue à sanha da independência... abandonou-se o povo de Timor à sua sorte, tendo-se emendado a mão apenas depois do massacre de Santa Cruz...
Mas o 25 de Abril foi uma porta aberta para a fomentação de novas riquezas, em paridade com as misérias a que foram votados muitos dos que ousaram combater nas guerras do Ultramar! Hoje enviam-se "tropas" para ganharem rios de dinheiro como mercenários voluntários para estarem ao serviço de quem lhes pagar melhor, enquanto ontem se dizia "nem mais um Soldado para Angola".
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Não é que agora se tenta incentivar os Portugueses a irem trabalhar para Angola, não apenas a pedido do governo deste país, outrora português, como do governo de Portugal?
"Malhas que o Império tece", dizia-se. Hoje apenas julgo pertinente dizer: Coisas que a Revolução dos Cravos nos deu! Coisas que a Revolução nos tirou!

3 comentários:

F. Fernandes disse...

Fico, pelo menos, aliviado em constatar que mais ninguém lhe liga nenhuma, e o meu, é o único comentário.

O salazarismo delirante, inconsequente, egoísta e fanático como o seu já esgotou o prazo de validade, há 35 anos...

Tenha pelo menos o mínimo de coragem e aprove a publicação deste comentário (talvez seja pedir-lhe demais...). A PIDE também já acabou. De qualquer das formas, este aspecto é secundário pois este comentário é para si!

Rui Moio disse...

Contrariamente ao que acontece com a maioria dos bloguistas abrileiros que não publicam os meus comentários, educados e identificados, aos seus posts, eu publico o comentário do sr. F. Fernandes (que se apresenta sem indicação de e-mail), apesar de o apresentar de modo tão descortês e sectário. A liberdade deles começa quando os outros também a pretendem exercer .

E a resposta aqui vai:

Que dizer dos mais de 2 milhões de mortos nacionais provocados pela acção directa de uns e indirecta de outros dos elementos que constituiram um movimento que se iniciou por um grupo de militares subalternos do Quadro Permanente que não aceitou que militares milicianos com currículum de heroicidade obtido em campanha ascendessem, numa segunda comissão no Ultramar, ao posto de capitão? E isto, para se colmatar a falta de capitães que se fazia sentir nos vários teatros de operações.

O lema de vida de um militar verdadeiro foi e deverá ser sempre o de que: "um militar escolheu um modo de morte e não um modo de vida".

O regime nasceu de reivindicações salariais, egoístas e classistas por parte de elementos em que não é aceitável que as tivessem, sobretudo numa nação em Guerra. E seguiram-se as mais torpes motivações para se destruir Portugal e fragmentar a Nação, pois,

«Portugal construía e muito bem o seu sonho de nação pluriracial e isso não convinha aos interesses soviéticos e ao capitalismo internacional. Daí que estes poderes se servissem de traidores nacionais para fazerem por eles o que eles não conseguiram fazer por si próprios - destruir Portugal e a portugalidade e o sonho de continuarmos a ser e de modo cada vez mais forte uma nação multicultural, pluriracial e pluricontinental.»
Rui Moio

Seguem-se alguns poemas de poetas consagrados e patriotas que gritam a revolta que lhes vai na alma

25 de Abril de 1974 (de Joaquim Paço d' Arcos)

Duzentos capitães! Não os das caravelas
Não os heróis das descobertas e conquistas,
A Cruz de Cristo erguida sobre as velas
Como um altar
Que os nossos marinheiros levavam pelo mar
À terra inteira! (Ó esfera armilar, que fazes hoje tu nessa bandeira?)
Ó marujos do sonho e da aventura,
Ó soldados da nossa antiga glória,
Por vós o Tejo chora,
Por vós põe luto a nossa História!
Duzentos capitães! Não os de outrora…
Duzentos capitães destes de agora (pobres inconscientes)
Levando hílares, ufanos e contentes
A Pátria à sepultura,
Sem sequer se mostrarem compungidos
Como é o dever dos soldados vencidos.
Soldados que sem serem batidos
Abandonaram terras, armas e bandeiras,
Populações inteiras
Pretos, brancos, mestiços (milagre português da nossa raça)
Ao extermínio feroz da populaça.
Ó capitães traidores dum grande ideal
Que tendo herdado um Portugal
Longínquo e ilimitado como o mar
Cuja bandeira, a tremular,
Assinalava o infinito português
Sob a imensidade do céu,
Legais a vossos filhos um Portugal pigmeu,
Um Portugal em miniatura,
Um Portugal de escravos
Enterrado num caixão d’apodrecidos cravos!
Ó tristes capitães ufanos da derrota,
Ó herdeiros anões de Aljubarrota,
Para vossa vergonha e maldição
Vossos filhos mais tarde ocultarão
Os vossos apelidos d’ignomínia…
Ó bastardos duma raça de heróis,
Para vossa punição
Vossos filhos morrerão
Espanhóis!

Redigido para o 10Junho de 1975

*********

Identidade (de António Manuel Couto Viana)

O que diz Pátria mas não diz glória
Com um silêncio de cobardia,
E ardendo em chamas, chamou vitória,
Ao medo e à morte daquele dia

A esse eu quero negar-lhe a mão,
Negar-lhe o sangue da minha voz,
Que foi ferida pela traição
E teve o nome de todos nós

Paulo disse...

Boas tardes

Foi por acaso que encontrei este blog, quando procurava uma imagem da Cruz de Cristo para um trabalho que estou a realizar.

Não tenho qualquer inclinação ou tendência politica, "apenas" sou um Cristão Português, que porcura em Jesus Cristo a orientação necessária para poder sobreviver a esta Democracia em que vivemos, onde a falta de valores impera.

Para "senhores" como o Sr. Fernandes, pergunto apenas, se acha que a Memória dos nosssos antepassados, o sangue, suor e lágrimas por Eles derramado ao longo dos séculos, para construír o que era Portugal à data do 25 de Abril de 74, foi honrada? Poderá o Sr. quantificar os corpos dos nossos Avós, tombados nos campos de batalha, para nos legar um futuro melhor?

A si Sr. Rui Moio, não tenho conhecimento, nem direito de julgar a governação do Sr.Prof. António O. Salazar, só me ensinaram uma versão da nossa recente História, graças a esses pseudo-democratas, daí o meu silêncio, mas felicito-o pela coragem de manifestar a sua opinião, que nalguns aspectos refletem a minha.

Um bem haja a todos.

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