Cinco lições de um anúncio de emprego no blog
Há duas semanas publiquei aqui um anúncio para um projecto de uma 
landing page para este blog. A resposta que obtive dos candidatos surpreendeu-me: há muita boa gente sem emprego à altura.
A imagem ao lado, das vistas no site, fala por si. O anúncio foi publicado aqui e divulgado junto de dois sites de emprego. Recebi algumas dezenas de candidaturas, de pessoas com bastante experiência até. Destaquei um grupo de 9 candidatos aos quais pedi mais informação.
No processo aprendi sobre o mercado de trabalho, a colocação de anúncios, as oportunidades que se abrem para quem anuncia e as expectativas a satisfazer. Aqui ficam cinco lições que recolhi do processo:
1- Só há uma oportunidade para causar uma primeira boa impressão. As centenas de visitantes que afluiram ao site constituiram uma surpresa para mim. O que não surpreendeu foi apenas uma minoria desses visitantes ter ficado e explorado o blog: No anúncio não vendi o ebook nem apresentei devidamente o blog, porque contava apenas com o interesse dos leitores deste blog. Desperdicei desse modo a atenção de potenciais interessados no meu produto.
A perda é tanto maior quando muitos deles poderão um dia desempenhar funções em orgãos de comunicação social e em empresas com preocupações naturais sobre a reputação online, pessoal e corporativa. Para não falar nos que blogam e poderiam ter interesse em divulgar o trabalho e a iniciativa.
2- Um profissional sabe o que faz. Dada a natureza deste projecto, contratar um profissional estava à partida fora de questão. Porém, o aconselhamento de um profissional competente teria prevenido vários equívocos nos anúncios: em vez de copy teria pedido um webcopy ou copy para web. Um bom redactor de anúncios teria identificado persuasão como um atributo chave e realçado a natureza promocional deste projecto e a visibilidade associada à sua execução com êxito.
3- Em casa de ferreiro espeto de pau. Um número surpreendente de candidatos que se apresentava para um projecto que exige criatividade e imaginação optaram pelo envio de candidaturas pré-formatadas, com alterações de pormenor, textos vagos e promessas intangíveis.
A exigência é maior quando se trata da nossa área de especialização.
4- Vemos aquilo que os nossos olhos querem ver. Muitos dos candidatos não compreenderam que se tratava de um projecto e recebi aplicações dirigidas a uma empresa, de quem procura emprego a tempo inteiro. Aqui divido as responsabilidades: da mesma forma que um webmaster parte em vantagem se oferecer aos seus visitantes aquilo que estes procuram, eu deveria ter feito sobressair imediatamente a especificidade da tarefa e a natureza da iniciativa. Nada de surpresas.
5- Há quem queira ficar com o bolo e comê-lo também. No carga de trabalhos, o texto completo dos anúncios é disponibilizado apenas aos utilizadores que se registem gratuitamente no site. Ainda assim, um número assinalável de interessados chegou até à página pesquisando pelo nome da entidade. O optimista em mim diz-me que estavam a pesquisar informação sobre o empregador, o que será verdade no caso de alguns. Todavia, o realismo diz-me que há quem não se importe de atalhar caminho para não perder tempo com minudências como registos, mesmo estando em causa algo importante como é o emprego.
Não é à toa que se fala em anúncios de emprego: a entidade oferente procura cativar os candidatos mais adequados à função e aproveitar ao máximo a atenção dos interessados. Não é por passar-se da habitual escassez de oferta à escassez da procura que a sua preparação deva ser menos cuidada que os demais anúncios.
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