sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Dicionário que falta

É necessário e urgente elaborar um dicionário onde caibam todos os abrileiros que destruíram a nação portuguesa e que contribuíram para o Portugal amputado de hoje.

E, é necessário, também, fazer-se um dicionário dos heróis e patriotas da Guerra do Ultramar. Sobretudo, os patriotas do exército africano, das forças de segurança e de governação africanas das províncias ultramarinas de Portugal. E, isto para que se clarifiquem verdades que têm sido continuamente equecidas ou propositadamente não lembradas.
Pois, o golpe abrileiro foi obra de uma campanha internacional para destruir Portugal, pois a vencedora política ultramarina de Portugal ia contra os interesses imperiais soviéticos e americanos de domínio do Mundo e de exploração dos recursos africanos.

Vamos a isto, companheiros, para que a História dos últimos anos do verdadeiro Portugal não continue a ser escrita apenas e só por aqueles que pretendem justificar como inevitáveis os hediondos crimes de lesa-Pátria e lesa-humanidade que ocorreram por acção directa do golpe abrileiro.
Rui Moio”

O Dicionário que falta
via Euro-Ultramarino de noreply@blogger.com (Euro-Ultramarino) em 07/01/09
Um antigo compromisso obrigou-me a mergulhar na historieta mal-cheirosa da abrilada cravícola, algo que prefiro manter nas valetas do esquecimento. Mas lá fui eu, a topar com MFAs, anti-fascismos, amanhãs que cantam, (des)constituição a caminho do socialismo, sanguinolentas entregas africanas e, naturalmente, com a canalha de costume: criminosos, patifes, sem-vergonhas e idiotas de variada extracção. Foi então que lembrei do Rivarol e do seu magnífico Petit Dictionnaire des grands hommes de la Révolution. Em muitos casos basta substituir os nomes correspondentes às entradas e o resto encaixa como luva em muitos dos "nossos" abrileiros.

La Poule:

Poucos grandes homens ascenderam com tanta naturalidade [...]. A que se deve a sua ascenção? À sua baixeza.

Mirabeau (Conde de):
Esse grande homem compreendeu muito cedo que a menor virtude poderia detê-lo no caminho da glória, e, até ao dia de hoje não permitiu-se nenhuma.

[...] é capaz de tudo por dinheiro, até de uma boa acção.

[...] é o homem que mais se assemelha à sua reputação: é horrível.

Agora digam lá: não é que o descolonizador exemplar, multi-doutor honorário, globetrotter e milionário pode enfiar os barretes do La Poule e do Mirabeau?

Liancourt (Duque de):

[soube acomodar-se com todos]
Um êxito tão universal é sumamente raro, e que exige um homem de uma mediocridade insuperável.

Dubois:
Soldado raso na Guarda Francesa, mas desertor imortal.

Deixo os dois barretes acima ao critério dos amáveis leitores (a escolha é fartíssima...)

Mas o languedoquiano contra-revolucionário ainda dedica uns mimos ao palratório democrático...

Assembleia Nacional:
Neste augusto areópago é onde temos visto brotar génios que, sem a Assembleia, seriam ainda dejectos da sociedade [...].

Imagina-se hoje que um homem é um parvo, porque carece de elegância, fala mal de qualquer tema, suas próprias ideias o confundem, e a razão aniquila-se na sua boca. A experiência destrói todos os dias esse horrendo preconceito. Se esse mesmo homem está realmente marcado com a chancela da mediocridade, logra pelo menos uma espécie de fama [...], eis aqui o que caracteriza todos os grandes homens da revolução.

Fica, pois, a sugestão para uma versão luso-abrilina do Dictionnaire. Como se pode ajuizar, não será trabalho de monta - apenas uma adaptação.

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