Língua: Disparidade entre número de falantes de português e influência da língua no mundo
via NOVA ÁGUIA de Direcção: Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio em 21/05/08
Lisboa, 21 Mai (Lusa) - A influência da língua portuguesa no mundo não corresponde ao seu número de falantes, conclui um estudo encomendado pelo Governo português.
Encomendado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ao reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, o estudo constatou também a dispersão da política da língua e o fraco empenho dos sucessivos executivos portugueses na sua promoção.
Em declarações à Agência Lusa, Carlos Reis salvaguardou que o estudo só estará concluído no final de Maio, mas indicou que já tirou conclusões preliminares.
"Existe uma grande disparidade entre o universo falante de português e a efectiva influência internacional da língua portuguesa", afirmou o professor.
"Somos mais de 200 milhões de falantes", disse o reitor, defendendo que tem de se reconhecer as consequências internacionais do peso do português.
Carlos Reis adiantou que o estudo foi iniciado em Fevereiro e teve como base documentos sobre o ensino de português no estrangeiro da Assembleia da República, da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Além do Instituto Camões e do Conselho das Comunidades Portuguesas, o Reitor da Universidade Aberta contactou também com alguns coordenadores do ensino de português no estrangeiro, nomeadamente na Suíça, Reino Unido, Espanha e África do Sul, considerando estes testemunhos como dos mais importantes para se aperceber desta realidade.
No âmbito da promoção da língua portuguesa, Carlos Reis sublinhou que "se fazem muitas coisas bem", mas "muitas vezes de uma maneira dispersa".
"Tem de haver uma racional articulação dos esforços", disse o reitor, defendendo que, "com o mesmo dinheiro, pode fazer-se melhor".
Carlos Reis concluiu ainda que "até agora não houve um efectivo envolvimento [dos governos portugueses] nesta matéria".
"Ainda não houve uma efectiva vontade política de manter uma política de língua séria e credível", afirmou.
"Aparentemente, há agora essa vontade política de ir além da retórica", acrescentou o professor.
O reitor da Universidade Aberta referiu também que, "coincidência ou não", essa vontade surge "no momento em que também o Brasil aposta muito na política de língua".
"É uma causa comum e só temos vantagens em entender que é preciso fazer uma aliança estratégica com países de língua portuguesa", defendeu.
No início do mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, anunciou que o primeiro-ministro, José Sócrates, vai apresentar até ao final de Maio uma nova estratégia para a promoção da língua e cultura portuguesas.
De acordo com o ministro, esse anúncio vai "antecipar a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) prevista para Julho em Lisboa", cujo tema "é precisamente a língua portuguesa".
A estratégia já tem financiamento orçamental assegurado e "já está a ser trabalhada" pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Cultura e da Educação, disse o ministro.
Em linhas gerais ela vai contemplar, designadamente, "vários aspectos da política do governo a desenvolver nos próximos anos", como "a ratificação do Acordo Ortográfico, um reforço do ensino da língua portuguesa a estrangeiros e às comunidades portuguesas e uma expansão desse ensino através, por exemplo, dos programas de ajuda ao desenvolvimento".
Encomendado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ao reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, o estudo constatou também a dispersão da política da língua e o fraco empenho dos sucessivos executivos portugueses na sua promoção.
Em declarações à Agência Lusa, Carlos Reis salvaguardou que o estudo só estará concluído no final de Maio, mas indicou que já tirou conclusões preliminares.
"Existe uma grande disparidade entre o universo falante de português e a efectiva influência internacional da língua portuguesa", afirmou o professor.
"Somos mais de 200 milhões de falantes", disse o reitor, defendendo que tem de se reconhecer as consequências internacionais do peso do português.
Carlos Reis adiantou que o estudo foi iniciado em Fevereiro e teve como base documentos sobre o ensino de português no estrangeiro da Assembleia da República, da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Além do Instituto Camões e do Conselho das Comunidades Portuguesas, o Reitor da Universidade Aberta contactou também com alguns coordenadores do ensino de português no estrangeiro, nomeadamente na Suíça, Reino Unido, Espanha e África do Sul, considerando estes testemunhos como dos mais importantes para se aperceber desta realidade.
No âmbito da promoção da língua portuguesa, Carlos Reis sublinhou que "se fazem muitas coisas bem", mas "muitas vezes de uma maneira dispersa".
"Tem de haver uma racional articulação dos esforços", disse o reitor, defendendo que, "com o mesmo dinheiro, pode fazer-se melhor".
Carlos Reis concluiu ainda que "até agora não houve um efectivo envolvimento [dos governos portugueses] nesta matéria".
"Ainda não houve uma efectiva vontade política de manter uma política de língua séria e credível", afirmou.
"Aparentemente, há agora essa vontade política de ir além da retórica", acrescentou o professor.
O reitor da Universidade Aberta referiu também que, "coincidência ou não", essa vontade surge "no momento em que também o Brasil aposta muito na política de língua".
"É uma causa comum e só temos vantagens em entender que é preciso fazer uma aliança estratégica com países de língua portuguesa", defendeu.
No início do mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, anunciou que o primeiro-ministro, José Sócrates, vai apresentar até ao final de Maio uma nova estratégia para a promoção da língua e cultura portuguesas.
De acordo com o ministro, esse anúncio vai "antecipar a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) prevista para Julho em Lisboa", cujo tema "é precisamente a língua portuguesa".
A estratégia já tem financiamento orçamental assegurado e "já está a ser trabalhada" pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Cultura e da Educação, disse o ministro.
Em linhas gerais ela vai contemplar, designadamente, "vários aspectos da política do governo a desenvolver nos próximos anos", como "a ratificação do Acordo Ortográfico, um reforço do ensino da língua portuguesa a estrangeiros e às comunidades portuguesas e uma expansão desse ensino através, por exemplo, dos programas de ajuda ao desenvolvimento".
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