Em Marte, à procura de vida
É como se estivéssemos lá: Comprovadamente em Marte há sol e há sombras, há calhaus, areia, luz, horizonte...
Bendito tempo este em que vivemos por podermos conhecer pela primeira vez estes mistérios!
Rui Moio
Em Marte, à procura de vida
Bendito tempo este em que vivemos por podermos conhecer pela primeira vez estes mistérios!
Rui Moio
Uma das primeiras imagens enviadas pela sonda: já estamos outra vez com um pezinho em Marte
O sinal demorou quinze minutos a percorrer os 679 milhões de quilómetros que separam Marte da Terra, mas finalmente a equipa da missão Mars Phoenix recebeu a confirmação de que a aterragem fora perfeita. Pela primeira vez desde a missão Viking 2, em 1976, uma aterragem foi feita sem recurso a airbags; em vez de saltitar na superfície até estabilizar, a nave aterrou com precisão no local planeado, uma zona localizada na região polar marciana.
O passo seguinte, igualmente crucial, foi verificar se a abertura dos painéis solares se verificara sem acidentes. Sem eles, não há energia para alimentar os instrumentos científicos a bordo. Outro sucesso.
Terceiro passo: armazenar energia solar durante 48 horas, após as quais entrará em acção, provavelmente já amanhã, um braço robótico de quase 2,5 metros de comprimento. O braço perfurará o solo marciano com o objectivo de analisar a água gelada que se sabe existir no subsolo e, nessa água, descobrir vestígios de microrganismos que se supõe terem existido no passado longínquo de Marte, quando o clima do planeta vermelho era húmido e mais ameno. Se os encontrarmos, teremos demonstrado que a vida pode ocorrer em qualquer lado onde as condições mínimas se proporcionem, não apenas no nosso planeta - e esta seria uma das descobertas científicas do século.
Procurar vestígios de vida marciana não é o único objectivo da missão. Os cientistas também tentarão conhecer melhor as circunstâncias ambientais que acabaram por transformar Marte num corpo seco e árido.
Phoenix (Fénix, em português) é, na mitologia grega, um pássaro de enorme beleza que renasce das cinzas da sua própria morte. A escolha deste nome deriva do facto de esta sonda ter sido feita a partir da estrutura de uma nave já existente e cuja missão fora cancelada em 2001. O cancelamento deveu-se a uma série de falhanços ocorridos nesse período: em Dezembro de 1999, a sonda Polar Lander perdeu-se durante a descida; dois meses antes, também se tinha perdido a Mars Climate Orbiter. Desta vez correu tudo bem!
Existem várias formas de acompanhar as novidades da missão: via Twitter, com uma série de actualizações muito concisas com hiperligações a sites de interesse; através da página oficial da missão (Phoenix Mars Mission) e pelos diversos blogues mantidos pelos membros da equipa.
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