O Google não pode ser como o Abrupto
O Abrupto voltou este mês a referir-se aos “truques para subir no Google“; tencionava responder-lhe na altura mas o blog esteve indisponível, o que me deixou bastante desiludido pela oportunidade que se desvanecia diante dos meus olhos: JPP certamente que não deixaria de dar eco da minha lista dos blogs portugueses no Google Reader onde o Abrupto se destaca claramente dos demais blogs que se dedicam à política. Era a oportunidade da minha vida para conseguir um link ou pelo menos uma citação do Abrupto, a honra suprema na blogoesfera lusitana…
Só mais tarde me apercebi do quão errado estava. Não porque a listagem tenha critérios subjectivos (sic) mas porque JPP certamente não se atreveria a dar conhecimento aos seus leitores de uma lista onde um blog (pplware), que embora de outro campeonato, lhe dá uma goleada das antigas: quase quatro vezes o seu número de subscritores.
Ou talvez porque salte à vista, no sucesso de dois blogs recentes (Markl e Digital, ambos com apenas meio ano de vida) a poção mágica para obter visibilidade e sucesso na blogoesfera: visibilidade nos media.
Para JPP, que não liga muito a isto dos rankings a não ser para se queixar dos blogs ou para louvar o Abrupto, apenas a visibilidade mediática é legítima para gerar visitas. A visibilidade nos motores de busca consiste de truques técnicos que abundam hoje, usados por conselheiros especializados de como se sobe nas listas, como se falsificam rankings, listas e lugares no Google. Pobre Google, indefeso perante os bloggers manipuladores!
Outra técnica que suponho o Abrupto tenha por forma legítima de conquistar audiências é o link bait, já que JPP tem sido um mestre no uso dos Evil hooks: dizer algo impopular ou bizarro pode ser uma excelente fonte de links, como parece ser o caso deste texto. E quem é que não se lembra das micro-causas que reuniram dezenas de blogs a ligar para o Abrupto?
Não que eu pretenda insinuar alguma coisa com isso.
No seu texto, JPP explica também porque o efémero blog da Constança e do VPV (rapidamente) ultrapassou a audiência do
Abrupto: “Tudo isto sem comentários abertos, um dos meios mais fáceis para obter “audiências”,”. Os comentários, que para muitos são o que os destingem dos jornais de parede, outros sites na rede e pseudoblogues, são aqui transformados em mais um truque para iludir os rankings. A sua ausência deve ser uma virtude, calculo.
Já em Janeiro JPP tinha alertado para estes truques:
Truques na blogosfera portuguesa para incrementar visitas e ligações artificialmente. À medida que a blogosfera se torna mais relevante quer no plano político, quer no plano dos negócios, a tentação de usar mil e um pequenos truques - criação de falsos blogues, criação de redes de blogues densamente ligados por referências mútuas para subir no rankings, colocação estratégica de contadores, truques de indexação para aparecer no Google, número elevado de auto-ligações, etc., etc. - tem vindo a crescer.
É possível que JPP tenha entretanto mudado de ideias, uma vez que o Abrupto passou a contar com auto-ligações recorrentes para entradas antigas: Boas práticas de acessibilidade para os motores de busca digo eu que sou suspeito. Afinal de contas sou um dos tais conselheiros especializados de como se sobe nas listas.
No mesmo texto, JPP diz que os blogs do Expresso não são vistos como tais pelos seus pares, já que ninguém os cita. O mesmo se poderia dizer do Abrupto, mas aqui só pode haver conspiração para negar ao Abrupto toda a glória que lhe é devida. A verdade é que raramente JPP cita alguém.
O que aconteceu ao Abrupto
A minha teoria é a de que algures entre 2005 e 2006 (não sou leitor assim tão regulr) o Abrupto deu-se conta que um link do seu blog era valioso para quem o recebia. Tão valioso que o tentavam intrujar frequentemente para conseguir uma recomendação do seu blog. À medida que se foi dando conta do fenómeno, a reacção de JPP terá sido a de adoptar uma posição defensiva e refugiar-se no seu canto. Não o censuro e quase o compreendo, mas parece-me no mínimo desonesto vir agora invocar uma suposta conspiração da blogoesfera. JPP não quer participar da rede e os bloggers também não estão para lhe passar cartão, e é tudo que há para dizer. A não ser que se tratem dos noviços que copiam a lista de links de alguns blogs ou incluem o nome de 2 ou três blogs de que ouviram falar no blogroll, onde invariavelmente está o Abrupto.
Acho que JPP se esqueceu de referir isso no seu texto.
O Abrupto e o Google
Não sei se terá sido a primeira vez, mas foi curioso notar a invocação de um Page Rank no Google de 5, por sinal o mesmo deste blog novato. Sabe JPP o que isso significa e vale ou será apenas mais um argumento para a fogueira das vaidades?
Saberá o Abrupto que existem vários blogs portugueses com um pagerank 6 e que havia pelo menos um ilustre desconhecido com PR 7? Notem que a escala não é aritmética, passar de 5 para 6 é bem mais difícil do que subir de 4 para 5, e por aí adiante.
A verdade é que o PR 5 não lhe vale de muito enquanto o template do Abrupto continuar a dificultar a correcta indexação pelos motores de busca, algo que também afecta outro blog popular, o Blasfémias. No caso do Abrupto os problemas são agravados por uma estrutura de links deficiente e um sistema dual de urls. Sem dúvida, incompetência do blogger.
Se lhe interessa, posso resolver-lhe isso em três tempos de forma a possibilitar uma correcta indexação pelos motores de busca, talvez assim mude de opinião sobre o SEO.
Porque é que o Google não pode ser como o Abrupto?
Disse acima que o Abrupto se deu conta do valor que um link seu gerava para terceiros e optou por não ir a jogo. O Google é uma plataforma e como tal dá muito dinheiro a ganhar a muito boa, ou nem por isso, gente. Ao contrário do que alguns geeks de vistas curtas ou outros mais abruptos gostariam, o Google não pode pura e simplesmente deixar de servir, apaparicar e dar a atenção aos webmasters, bloggers e SEOs, os mesmos que se pretendem manipular os seus resultados para proveito próprio. Os motores de busca não podem ignorar o poder e a influência deste grupo.
No dia em que o google deixar de servir este grupo estará aberto o caminho para a sua irrelevância, ou pior, o seu contrário: a domínio completo dos resultados por um único motor de busca, que poderá assim ditar as regras que bem entender.
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