Descobrimentos (XVI)
Com a morte do rei D. Duarte, vitimado pela peste, em 1438, e dada a menoridade do seu herdeiro, o futuro D. Afonso V (de apenas 6 anos), a regência deveria ser assumida pela mãe, D. Leonor, ligada a Castela; contudo, numa rebelião contra uma regente estrangeira, a nobreza imporia a regência de D. Pedro, até 1446, data em que D. Afonso V completaria 14 anos.
A empresa das Descobertas seria retomada em Abril de 1441, com Nuno Tristão a chegar ao Cabo Branco (na actual Mauritânia); com Antão Gonçalves, explorando o “Rio do Ouro”, capturariam dois nativos, os primeiros escravos a ser trazido para Portugal, dando origem, a partir de 1442, ao tráfico de escravos negros, capturados ou adquiridos aos muçulmanos. Conjuntamente com o negócio do ouro, constituir-se-iam nas principais fontes do desenvolvimento dos Descobrimentos, permitindo colmatar as amplas necessidades de financiamento destas expedições.
Este império esclavagista seria aprovado por bulas papais, nomeadamente do Papa Eugénio IV (19 de Dezembro de 1442) e do Papa Nicolau V (“Dum Diversas”, de Junho de 1452) – na qual o Sumo Pontífice autorizava o rei de Portugal a atacar, conquistar e submeter Sarracenos, pagãos e outros descrentes inimigos de Cristo; a capturar os seus bens e territórios; a reduzi-los à escravatura perpétua e a transferir as suas terras e territórios para o rei de Portugal e para os seus sucessores.
Bibliografia consultada
- “A Viagem do Descobrimento - A Expedição de Cabral e o Achamento do Brasil”, de Eduardo Bueno, Editora Pergaminho, 2000
- “Descobrimentos - História e Cultura”, edição da Comissão Nacional Para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1987
- “História de Portugal”, de A. H. de Oliveira Marques, Palas Editores, 1980
- “História de Portugal”, de Jean-François de Labourdette, Publicações D. Quixote, 2003
- “O Império Colonial Português (1415-1825)”, de C. R. Boxer, Edições 70, 1981
- “Portugal – O Pioneiro da Globalização”, de Jorge Nascimento Rodrigues e Tessaleno Devezas, Edição Centro-Atlântico, Maio de 2007
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