Descobrimentos (XV)
Em 1436, Afonso Baldaia prosseguiria o reconhecimento da costa, chegando a um braço de terra que penetrava pelo mar – praticamente na linha do Trópico de Capricórnio –, o qual, por erro, confundiria como sendo a foz do “rio do ouro”.
Ainda 200 quilómetros mais a sul, num local que apelidou de Pedra da Galé (eventualmente o actual Cabo Bardas, a 22º de latitude), caçando focas, as suas peles e o óleo constituiriam a primeira carga comercial transportada para Portugal pelos navegadores do Infante.
Inflectindo a sua estratégia de exploração – que assim seria suspensa durante quatro anos –, D. Henrique decidiria atacar Tânger, em Marrocos, iniciativa que seria aprovada por D. Duarte, não obstante a oposição de D. Pedro.
Seguindo com o irmão D. Fernando, a armada de apenas cerca de seis mil soldados, comandada por D. Henrique, partia de Lisboa a 22 de Agosto de 1437; depois da tomada de Tetuão, a 10 de Setembro, viriam a ser derrotados em Tânger três dias depois.
Após um cerco de quase um mês, a rendição seria consumada a 10 de Outubro, com as tréguas a serem acordadas mediante as condições impostas pelo adversário: os portugueses regressavam desarmados, comprometendo-se, por outro lado, a devolver Ceuta aos mouros.
Como garante do cumprimento do acordo, D. Fernando ficaria como refém. Contudo, numa decisão política, apoiada pela Santa Sé, foi decidido manter a praça de Ceuta, não tendo sido nunca cumprida a promessa; o “Infante Santo” acabaria por morrer no cativeiro, em Fez, no ano de 1443.
Bibliografia consultada
- “A Viagem do Descobrimento - A Expedição de Cabral e o Achamento do Brasil”, de Eduardo Bueno, Editora Pergaminho, 2000
- “Descobrimentos - História e Cultura”, edição da Comissão Nacional Para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1987
- “História de Portugal”, de A. H. de Oliveira Marques, Palas Editores, 1980
- “História de Portugal”, de Jean-François de Labourdette, Publicações D. Quixote, 2003
- “O Império Colonial Português (1415-1825)”, de C. R. Boxer, Edições 70, 1981
- “Portugal – O Pioneiro da Globalização”, de Jorge Nascimento Rodrigues e Tessaleno Devezas, Edição Centro-Atlântico, Maio de 2007
Nota Pessoal
Conheci dois ou três Baldaias. Seriam certamente descendentes dete heróico navegador.
Rui Moio.
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