terça-feira, 18 de maio de 2010

ANITA GUERREIRO - Artista de Variedades

via Lisboa no Guiness by Vítor Marceneiro on 4/18/10
Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali , actriz e fadista , que adoptou o nome artístico de Anita Guerreiro nasceu em Lisboa a 13 de Novembro de 1936, no Bairro do Intendente,
Com apenas sete anos, por ser uma das "miúdas", fadistas infantis que ficavam identificados com o bairro de onde vinham, passou a ser conhecida com "A Miúda do Intendente",
Aos quinze anos de idade, Anita Guerreiro concorreu ao passatempo do popular programa radiofónico "Comboio das Seis e Meia", onde obteve tal êxito que Marques Vidal logo a contratou para artista privativa do programa.
Em 1953 estreia-se no Fado profissional como contratada no "Café Luso".
Canta com garra e vivacidade que ainda antes de completar os vinte anos, era já vedeta de revista, género em que se estreou em 1955, na Revista " Ó Zé Aperta o Laço", é aliás no teatro de revista que obtém um dos seus maiores sucessos com a criação do Fado-canção " Cheira a Lisboa" em 1969 na Revista "Peço a Palavra", foi um tema que ficou na boca do povo e até aos dias de hoje. Pouco tempo depois deste sucesso colossal, Anita Guerreiro afastou-se da revista durante mais de uma década, apenas regressando em 1982.
Manteve-se entretanto activa como fadista, cantando em casas de fados e actuando no estrangeiro, foi ainda, proprietária de uma casa de Fados no Parque Mayer a "Adega da Anita".
Esteve radicada vários anos nos Estados Unidos da América, mas quando regressou não tinha sido esquecida, voltou rapidamente a ocupar o lugar que lhe pertencia no meio artístico,
Nos últimos anos tem desfilado vezes sem conta na Avenida, no grande espectáculo de Lisboa que são as marchas populares.
Anita Guerreiro continua ainda hoje a trabalhar e a ser muito acarinhada pelo público, continua a cantar em Casas de Fado e em espectáculos e participa regularmente em telenovelas e séries de comédia na TV.
CHEIRA A LISBOA
Letra de: César Oliveira
Música de: Carlos Dias

Lisboa já tem sol, mas cheira a lua
Quando nasce a madrugada, sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro com a chinela da Ribeira
Se chove cheira a terra prometida
Procissões têm o cheiro a rosmaninho
Nas tascas das vielas mais escondida
Cheira a iscas com elas e a vinho

Estribilho

Um craveiro numa água-furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar

Lisboa cheira aos cafés do Rossio
O Fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é Verão
Nos lábios tem o cheiro dum sorriso
Manjerico tem o cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas

Estribilho

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