domingo, 18 de julho de 2010

Falecimento de Basil Davidson

Falecimento de Basil Davidson

via Lusofonia Horizontal by Daniel on 7/17/10

A morte do controverso jornalista, historiador, ensaísta político e grande conhecedor das culturas dos países africanos de língua portuguesa, com a idade avançada de 95 anos, foi destaque recente no obituário feito pelo britânico The Guardian (clicar aqui).


Um pequeno resumo: Homem de espírito inquieto, já aos 16 anos abandonou a escola porque queria ser escritor. Durante a Segunda Guerra, esteve associado ao Destacamento de Operações Especiais dos Aliados, e depois ao lado das guerrilhas iugoslavas de Josip Tito. Conheceu a fundo o processo de formação do Estado de Gana, sob a liderança de Kwame Nkrumah. Mais tarde, ainda nos anos 6o, chegará a ser um dos primeiros jornalistas estrangeiros a acompanhar as guerrilhas anticoloniais em Angola e na Guiné-Bissau. Em solo africano, reiterou sua afeição ao espírito de camaradagem, de senso de verdade e a força de espírito a serviço de elevados ideais, antes polidas a duras penas nos Bálcãs. Apresentou ao mundo algumas realidades dos colonialismos e do apartheid, com suas reportagens e seus livros. Em Cuba, nos anos 80, criticou pessoalmente o apoio de Fidel Castro ao coronel Mengitsu, da Etiópia, cujas tropas primeiro surraram o Exército somali do invasor Siad Barré e depois sufocaram o movimento separatista da Eritreia. E, ainda nos anos 80, dedicou-se a teorizar o que havia visto sobre a política africana. Embora não fosse exatamente um marxista, foi também um dos intelectuais ligados ao amplo movimento da New Left britânica, ao lado de seus amigos Thomas Hodgkin, E. P. Thompson e Eric Hobsbawm. Trabalhou em diversos jornais ingleses e chegou a participar de uma série de televisão, sobre história. Recebeu condecorações de várias universidades, inclusive em Portugal e Cabo Verde.

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