sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Treine seu inglês e faça uma doação

Este post vai pra para minha maninha Tatá. No site FREE RICE, para cada palavra que você acertar o significado, o World Food Program doa 10g de arroz para os necessitados. Uma ótima forma de treinar o inglês.
Fonte: Blog Follow we - a 23Nov2007


Nota Pessoal
Este site ilustra bem um conceito novo que está a desenvolver-se no mundo e que é a partilha gratuita de conhecimento ou de prestação de trabalho por milhares ou mesmo milhões de pessoas. Os utentes das redes da web agindo egoisticamente prestam valiosos serviços altruísticos.

Creio que este conceito se vai alargar à partilha de objectos e até de bens essenciais. A humanidade vai tomando consciência da escassez dos recursos do Planeta e vai começar a partilhar com os que que precisam dos bens que já não necessita. Caberá às redes da web promover estas doações ou trocas. E, como na economia, as pessoas satisfazendo os seus próprios interesses estarão a contribuir para o bem geral da humanidade. Mas, subjacente a este conceito, terá de haver uma revolução nas mentalidades do Homem Ocidental no sentido de se amenizarem os princípios formadores da sociedade de consumo e que são o esbanjamento e o desperdício.

Rui Moio

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Livros - A SAGA DO REI MENINO

«El-rei dom Sebastião; El-rei dom Sebastião! Eis como estas palavras chegam à nossa história, fazendo do principezinho um rei de três anos de idade, o rei menino. (…) Foste talvez o único rei português que chegou ao trono sem saber o que era an­dar roído pelo desejo diabólico de poder e de glória. (…) Eras verdadeiro e autêntico em tudo o que dizias e fazias e isso chega para fazer de ti um caso especial entre os monarcas portugueses.»
«Hoje, à distância, convenço-me que a derrota de Alcácer Quibir teria ainda sido mais funda se a batalha não se tivesse perdido. (…) As vitórias são quase sempre uma distracção de superfície, um vento enganador de euforia e arrogância, enquanto as derrotas, exigindo um esforço de concentração e uma cons­ciência da humildade, podem ser o momento da criação. Alcácer Quibir foi para os portugueses uma derrota dessa ordem; ganhava-se mais perdendo e perdia-se mais ganhando. (…)Alcácer Quibir é o momento mais tenebroso da História de um povo, uma derrota ignominiosa, uma página de luto e escuridão, feita de carne, sangue e lágrimas, uma catástrofe gigantesca que é impossível fitar de frente, mas é ao mesmo tempo o seu momento mais luminoso e epifânico, aquele de que se esperou sempre salvação, vida eterna e imortalidade, tudo o que é extraordi­nário e glorioso.»
«Vejo Sebastião no momento da partida para Alcácer Quibir como um jo­vem músico antes do seu primeiro concerto. Tem no rosto as alegrias da espera e nos olhos o pavor do escuro. Amedronta-o a iniciação.»
«Ainda hoje o Encoberto é uma figura da nossa vida; basta que esteja num poema de Fernando Pessoa para andar por perto. Não admira que quase quinhentos anos depois de Alcácer Quibir ainda haja gente à tua espera, ó Sebastião. Assim, meu amigo, não custa morrer aos vinte e quatro anos, nem perder uma batalha, nem ter uma estrela funesta no destino. Por isso, o meu último vocativo para gente de carne e osso devia ser para ti, meu extraordinário rei de Portugal.»

Fonte: O Saudosista - post de 29Nov2007

Nota Pessoal
D. Sebastião é um encanto de pessoa, de patriota, de alguém que teve um sonho grande para a nação Portuguesa. Muitas pessoas o seguiram e muitos de nós ansiamos que volte.
Rui Moio

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

SIC Online - Bofetada em directo

Publicação: 21-11-2007 08:15Bofetada em directoDeputada venezuelana invade estúdio de televisão e agride jornalistaUma deputada venezuelana do partido do actual Presidente, Hugo Chávez, invadiu um estúdio de televisão e esbofeteou um jornalista, em directo. Iris Varela acusa o jornalista de calúnia.
Filipa Pereira
A deputada invadiu o estúdio de televisão e esbofeteou várias vezes o jornalista Gustavo Azócar. Perante a cena, a estação de televisão concordou com o pedido de Azócar e começou a transmitir em directo.

Entre insultos e bofetadas, a deputada Iris Varela, do partido do actual Presidente Hugo Chávez, acusou o jornalista de a caluniar, num livro lançado recentemente.

Depois do episódio, a deputada não se mostrou arrependida com o próprio comportamento e anunciou que não vai processar o apresentador, para evitar que a oposição alegue perseguição do Governo aos jornalistas.

Gustavo Azócar garante que os aspectos da vida da deputada publicados estão comprovadas e que a Iris Varela foi várias vezes convidada a exercer o direito de resposta.

Iris Varela é uma das mais radicais defensoras do regime de Chávez. Seja pelo trabalho ou pelo estilo, foi já várias vezes elogiada em público pelo chefe de Estado.

Fonte:
SIC Online - Bofetada em directo de 21Nov2007

Nota Pessoal
A violenta deputada pertence ao partido do Presidente Hugo Chávez e "seja pelo trabalho ou pelo estilo, foi já várias vezes elogiada em público pelo chefe de Estado" - citação da notícia.
Rui Moio

domingo, 25 de novembro de 2007

Oráculo online

Oráculo online

Um site que se propõe a ADIVINHAR O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO em menos de 20 perguntas. E o pior é que costuma adivinhar mesmo. São cerca de 20 idiomas diferentes (inclusivo o português). Clique aqui e confira.

Nota Pessoal
Experimentem... Comigo deu certo.
Rui Moio

Nas ruínas do palácio do inimigo


Fim de semana em viagem na companhia de um dos mais inteligentes homens de cultura da nossa distante terra para lá dos oceanos. Revisitação dos lugares por onde passaram, viveram e morerram gerações de portugueses; ecos grandiosos e esforçados de uma gesta que teima em assomar à lembrança, mesmo quando, regressados e fechados ao autismo da micro-Europa, as pedras das casas, dos entrepostos e das igrejas entretanto caídas em ruínas nos dizem que fomos grandes, que arrostamos perigos, que o mundo suspendeu a respiração perante a nossa feroz ousadia. Passagem por Lopburi, cem quilómetros a norte de Ayuthia, antiga capital do Sião, onde o Rei Narai mandou edificar um palácio. Este lugarejo, agora entregue ao formigueiro do bazar e dos trabalhos agrícolas, foi testemunha de uma tragédia. Constantino Falcão, o aventureiro grego que servira e traíra os britânicos, que se servira dos missionários portugueses para ganhar a confiança do monarca siamês para logo se transformar em factotum dos franceses, aqui mandou construir um verdadeiro palácio. O homem, vindo do nada mas cheio de expediente e inteligência, galgou a hierarquia do mandarinato até se transformar na eminência parda do monarca. Encheu-lhe a cabeça de mirabolantes ideias imperiais, precipitou uma crise nas relações com os holandeses da VOC e com os ingleses da Companhia das Índias e mancomunou-se com os infames padres das Missions Etrangères de Paris, que serviam mais os ânimos do Rei Sol que o interesse dessas muitas comunidades católicas que jesuítas e dominicanos portugueses haviam laboriosamente constituído ao longo de dois séculos. O nosso embaixador Pero Vaz de Siqueira aqui esteve em 1686 na vã tentativa de alertar o Grande Rei para os perigos em que incorria ao franquear as portas a esses sui generis prelados franceses, génios da calúnia anti-portuguesa e mansos servos da megalomania do monarca de Versalhes. Em vão, pois não lhe deram ouvidos. O Grego subiu ao zénite, fez da sua casa o emblema do triunfo e fortuna. Os siameses - o povo, a nobreza, o exército - não gostaram. A água transbordou quando se fez constar que os missionários franceses se preparavam para converter o Grande Rei. A indignação atingiu o rubro quando um exército francês desembarcou em Banguecoque com a pueril desculpa de vir "proteger o Sião". Revolta popular, revolta do exército, aprisionamento do monarca, já doente e incapaz de controlar os acontecimentos. O Grego foi apanhado à porta da sua sumptuosa mansão, arrastado pelas ruas, cortado às postas e dado a servir à canzoada faminta. Os missionários franceses fugiram e só conseguiram sobreviver graças à protecção dos bons padres portugueses. Quanto ao corpo expedicionário francês, meteu a cauda entre as pernas e retirou-se sem dar protecção àqueles que o haviam mandado vir. Ao olhar para estas ruínas, paradigma da inutilidade de tanto esforço, não posso deixar de me lembrar que os padres portugueses e os católicos por eles semeados eram - e continuaram a ser - respeitados por terras do Sião. Em frente à casa do Grego, a suprema ironia. A rua que conduz às ruínas exibe o nome de Avenue de France !

Fonte: Combustões - post de Miguel Castelo-Branco de 24Nov2007


Nota Pessoal
"Lopburi, cem quilómetros a norte de Ayuthia, antiga capital do Sião"

Um dia... também gostaria de ir a Ayuthia para, tal como acontece com o Miguel, embriagar-me com a grandeza da Pátria.
Rui Moio

Plataforma para a recepção na Galiza dos canais televisivos portugueses


Plataforma para a recepçom das Televisons e Rádios Portuguesas na Galiza
Lista de trabalho da Plataforma

Nota Pessoal
A nossa Lusofonia inclui os galegos e a Galiza.
Parabéns "Plataforma" pelos sucessos que têm vindo a alcançar.
Rui Moio

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Testemunhos

http://nacionalalentejano.blogspot.com/2007/11/testemunhos.html
Fonte: Blogue O Saudosista - post 23Nov2007

Nota Pessoal
Testemunho de José Luciano Sollari Allegro - Secretário particular de 1947-60 do Dr. Salazar.

Rui Moio

Google analityc - análise estatística das visitas ao post A vingança de Gaia - Entrevista com o autor James Lovelock





Nota Pessoal
Os assuntos relativos ao ambiente preocupam os Brasileiros. No Alma Viva o post que teve mais visitas no período compreendido entre 1 de Setembro e 22 de Novembro de 2007 foi a reprodução de uma entrevista concedida pelo cientista inglês James Lovelock que considera a Terra um organismo vivo e que só a energia nuclear pode adiar o desastre.

Pelo Google Analityc constata-te que no período acima indicado ocorreram 33 visitas ao referido post e que quase todas vieram de cidades do Brasil.
Em Portugal, os portugueses não sentem os problemas do ambiente!???

Rui Moio

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Salário médio de 840 euros

«A remuneração de base média mensal dos portugueses ronda os 840 euros, mas há profissões que são extremamente bem pagas em relação às restantes.»

Fonte: Correio da Manhã de 13Nov2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

«Ir pró maneta» ou de como Pulido Valente relata «revolução» popular contra invasores napoleónicos


General Louis Henri Loison, o Maneta
General Louis Henri Loison, o Maneta
«O investigador Vasco Pulido Valente foi buscar a expressão popular "ir pró maneta", alusiva a um general napoleónico que participou nas invasões francesas, para intitular o seu novo livro, que apresenta quarta-feira.»

"Ir pró maneta" tem a chancela da Alêtheia e é apresentado no Museu Militar, em Lisboa, pelo general Gabriel do Espírito santo. Ao longo de 110 páginas, Pulido Valente faz o relato de como o povo - "pescadores, trabalhadores rurais, camponeses, oficiais mecânicos, e um ou outro comerciante pobre ou ínfimo empregado público", escreve - tomou a iniciativa de "libertar-se" do invasor napoleónico.

Fonte: CienciaHoje de 20Nov2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Livros que queremos ler / Descobertas feitas e por fazer


Semana da Ciência e da Tecnologia 2006



livros que queremos ler descobertas

Perguntámos a pessoas da ciência e da cultura quais os livros de divulgação científica que vale a pena ler. Aqui estão os seus testemunhos:

Perguntámos a pessoas da ciência e da cultura qual é a descoberta científica mais importante já realizada e qual é a que está ainda por fazer. Aqui estão os seus testemunhos:

participe participe

Qual é o livro de divulgação científica que recomenda?

Qual é, para si, a descoberta científica mais importante já realizada? E qual é a descoberta que falta ainda fazer?

Junte a sua participação a estas 70 que já recebemos:

Ver todos >

Junte a sua participação a estas que já recebemos:

rodapé logos

Fonte. http://www.cienciaviva.pt/diga/

Mocidade Portuguesa Feminina de Irene Flunser Pimentel

«Uma mulher que me deixasse ler o jornal em paz (…), que, quando eu estivesse a trabalhar, soubesse fazer silêncio (…), não olhasse para a minha mãe com olhos de nora ciumenta (…), não me esgotasse a paciência fazendo-me sempre esperar (…), não me desequilibrasse o orçamento (…). Uma mulher capaz de compreender a doce sujeição que a esposa deve ao marido.»
Revista da MPF – Menina e Moça, 1948

Em 1937, a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) nascia com o objectivo de criar a nova mulher portuguesa: boa esposa, boa mãe, boa doméstica, boa cristã, boa cidadã sempre pronta a contribuir para o Bem comum, mas longe da intervenção política deixada aos homens.
A historiadora Irene Flunser Pimentel traça-nos a história deste movimento, obrigatório para mulheres dos sete aos catorze anos, através do Boletim do MPF e mais tarde da revista Menina e Moça, veículos de transmissão dos valores e comportamentos ditados pelo regime salazarista.
Ao folhearmos estas páginas, deparamo-nos com raparigas fardadas de bandeira em punho, lições de lavores e trabalhos manuais ou outros afazeres da vida doméstica, indicações sobre o fato de banho oficial com decote pouco generoso e saia não muito curta, lemos textos sobre a atitude a ter em casa com o marido, conselhos sobre livros fundamentais e outros proibidos aos olhos destas jovens e aprendemos as virtudes dos grandes heróis nacionais como D. Filipa de Lencastre ou o Santo Condestável.

Fonte: In Blogue "O Saudosista" - post de 19Nov2007

Félix de Avelar Brotero - Uma História Natural

É a primeira vez que é apresentada uma análise biográfica de cientistas portugueses. Pela mão de Cristina Castel-Branco, surge agora como resultado de cuidadosa investigação, a análise biográfica extensamente documentada de Félix de Avelar Brotero.

Cristina Castel-Branco (28-09-2007)


É a primeira vez que é apresentada uma análise biográfica de cientistas portugueses. Pela mão de Cristina Castel-Branco, surge agora como resultado de cuidadosa investigação, a análise biográfica extensamente documentada de

Félix de Avelar Brotero, cientista, pensador, Primeiro Botânico de Portugal. Um homem multifacetado e uma biografia apaixonante elaborada por Cristina Caste-Branco. O livro, de leitura absorvente dá-nos um panorama muito completo e aprofundado da História e ambiente da época ao longo das suas 206 páginas. Imprescindível para quem quer conhecer melhor.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sentires sentidos - Poemas da minha preferência

Desde Sábado passado (17Nov2007) está online um novo blogue de Rui Moio
Sentires sentidos


Vocacionado para a Poesia do MUNDO PORTUGUÊS E LUSÓFONO... E de todo o Mundo

Rui Moio

Alma Viva - visitas na semana de 05-11Nov2007

Weekly Stats Report : Nov 5 - Nov 11 2007
Project: Alma Viva
URL: http://almaviva.blogspot.com/


MonTuesWedThurFriSatSunTotalAvg
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Outorga do prémio personalidade da educação 2007 a Aldo Novak



«Outorga do Prêmio Personalidade da Educação 2007 para Aldo Novak, especialista em Mapeamento Mental, Coach e Lei da Atração (O Segredo) concedido pela ABTD - Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento do Paraná.»
Fonte: Youtube http://www.youtube.com/watch?v=C_ItQr5lI_U

Nota Pessoal
Obrigado Aldo Novak pelos luzes que me dás pelo teu site.
Rui Moio

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Presentacions exitosas

From: levarcol, 6 months ago
Adapataciòn y mejoramiento de un original de Utcl, traducida al español, que contiene una serie de mejoras y cambios no solo en su estructura, sino en sus patrones, ya que esta dirigido a audiencias menores.

Slidecasting

From: jboutelle, 3 months ago
This is an instructional slidecast showing how to make a slidecast. Very meta, no? Anyway, it's a good example of the possibilities that slidecasting has. It's a new medium, somewhere in between pictures and video. We can't wait to see what kind of slidecasts YOU come up with!

O Movimento Nacional-Sindicalista

Fonte: Blogue Legião Patriótica - post de Legionário de 16Nov2007
Nota pessoal

Importante artigo sobre a História do movimento nacional-sindicalista criado e orientado por Rolão Preto na década de 30. Salienta-se a oportuna oposição de Salazar, contrariamente ao Marechal Carmona que apoiou o movimento.
Rui Moio

via Legião Patriótica by Legionário on 11/2/07
«Não pode haver duas revoluções dentro da mesma revolução (...) Rolão Preto imaginou o contrário; supôs erradamente que a "Revolução" nacionalista (...) podia ser bicéfala, dupla: tranquila e frenética, conservadora e revolucionária, calma e extrovertida, mesquinha e grandiosa, serena e apopléctica, salazarista e nacional-sindicalista.» (1)



INTRODUÇÃO

O Movimento Nacional-Sindicalista (NS) nasceu em 1932, já em plena fase de afirmação do regime salazarista. De forma simples e resumida podemos considerar que o NS foi o que de mais próximo existiu em Portugal a um movimento fascista, e não poderia ser mais oportuno falar de fascismo em Portugal e das suas relações com o Salazarismo, do que agora, neste ano em que se comemoram os 30 anos da Revolução de Abril.

Os fascistas portugueses envergando as suas camisas azuis, representando os trabalhadores, e a cruz de Cristo, representando a Tradição portuguesa, chegaram a abanar os alicerces do Estado Novo nascente, no entanto, a sua vida foi curta. Pode-se mesmo dizer que o NS "foi uma estrela fugaz, deslumbrante e rápida, com uma ascensão vertiginosa, mas rapidamente eclipsado".

Chefiado por Francisco Rolão Preto praticamente desde o início, o movimento cresceu muito, e muito depressa, e representou acima de tudo uma radicalização e fascização do velho Integralismo Lusitano (IL), movimento de ideologia conservadora, monárquica e nacionalista que se inspirou em grande parte na Action Française de Charles Maurras, com a qual, o jovem Rolão Preto exilado (2) na Bélgica tinha tido contacto muito próximo. Ainda enquanto membro da Junta Central do IL Rolão Preto manifestava já as suas tendências mais "trabalhistas" publicando artigos sobre a "questão social", o que vai ser um elemento central na definição ideológica do NS (3).

Anos mais tarde, Luís Cabral de Moncada, professor catedrático de Coimbra, aderente ao movimento considera que este "não passou de um epifenómeno de superfície como o da fosforescência de certas vagas no mar" marcado pelos "ventos soprados da Itália e da Alemanha, com uma grande confusão de ideias e de sentimentos" (4). De facto, o exemplo chegado do estrangeiro, principalmente da Alemanha, foi fundamental no desenvolver do NS português.

Em 1933 Hitler chegava ao poder na Alemanha, facto com que os NS se regozijavam, dedicando-lhe a primeira página do "Revolução" (coisa que mais nenhum jornal português fez) e vários artigos. Embora, ideologicamente, o NS não estivesse próximo do Nacional-Socialismo alemão, não se detectando no discurso NS traços de nacionalismo rácico ou anti-semitismo, a verdade é que o Nacional-Socialismo alemão foi um grande exemplo que os camisas azuis pretenderam copiar, talvez em ponto pequeno, à escala de Portugal.

Em 1934 Rolão Preto é forçado a partir para o exílio espanhol, onde toma contacto com os principais líderes políticos espanhóis da época, e conhece José António Primo de Rivera, fundador da Falange. Durante a sua estadia em casa de José António, Rolão Preto colabora na elaboração do programa da Falange, que ao início lhe pareceu "bastante condescendente com o processo capitalista" (5), alertando José António para que não se esquecesse da componente revolucionária. Para além de José António também conheceu Franco e Ledesma Ramos, fundador das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalistas (JONS), que se viriam a fundir com a Falange. Na revista Accion Española publicou uma série de artigos sobre o movimento NS português.

Tendo-se incompatibilizado com Salazar, o NS passa para a oposição ao regime, clamando por liberdade contra um regime conservador, autoritário e de direita.

Mais tarde Rolão Preto participa na campanha do General Humberto Delgado, e adere ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). Já após o 25 de Abril retoma o seu "primeiro amor", a monarquia, tendo participado na fundação do PPM – Partido Popular Monárquico.

O NASCIMENTO

O Movimento Nacional-Sindicalista (NS) nasce em 1932 em torno do jornal "Revolução", iniciativa de um grupo de jovens estudantes universitários que constituíam a Junta Escolar de Lisboa do Integralismo Lusitano (IL). Entre os fundadores do jornal podemos apontar: António Pedro, Dutra Faria, Amaral Pyrrait, Franz de Almeida Laghans, Barradas de Oliveira, Pereira de Matos, António Tinoco.

Esta nova geração demarcava-se dos velhos Integralistas em termos de método de acção política e consideravam ultrapassados muitos dos aspectos da ideologia dos fundadores do IL.

Em 1930, num banquete realizado no Luso, só dois dirigentes da velha Junta Central do IL se identificaram com a nova geração fascista: Rolão Preto (futuro Chefe do Movimento) e Alberto de Monsaraz (secretário geral do Movimento).

De entre estes fundadores António Pedro era, sem dúvida, o mais activo, e foi ele também o autor dos primeiros projectos de organização do NS.

O primeiro número do "Revolução" foi publicado em Fevereiro de 1932. Dutra Faria não escondia internamente que o objectivo do jornal era reorganizar o que restava do IL em bases fascistas. António Pedro, chefe de redacção, apresentava em editorial os princípios do diário. Eram anti-parlamentares, defendiam uma ordem hierárquica e autoritária, a supressão da liberdade de concorrência, a sua substituição por uma economia dirigida centralmente pelo Estado, a defesa da família e a organização corporativa das profissões numa sindicalização obrigatória.

O seu radicalismo inspirava desconfiança à notabilidade integralista, sendo que só Rolão Preto e Alberto de Monsaraz aderiram ao "Revolução". A entrada de Rolão Preto para a direcção do jornal, em meados de 1932, permitiu no entanto a adesão de muitos núcleos integralistas.

A nível local o NS pôde-se organizar muito rapidamente, sobretudo porque foi capaz de captar para si a velha malha integralista, bem como núcleos da Liga 28 de Maio, e em alguns casos até mesmo núcleos da União Nacional. A acção de Rolão Preto e Alberto de Monsaraz neste processo foi determinante. Assim se explica a rápida expansão do movimento que, segundo Rolão Preto, chegou a atingir os 50 mil militantes (6).

A IDEOLOGIA

O NS, como todos os movimentos fascistas pretendeu representar uma superação da divisão esquerda/direita, capitalismo/comunismo, e assumir-se como uma "terceira via".

O NS representou, em muitos aspectos o IL, mas dando-lhe um carácter mobilizador e orientado para o futuro, retirando-lhe a nostalgia reaccionária e tradicionalista. Também a questão do regime (os Integralistas defendiam intransigentemente a re-instauração da Monarquia) não se colocava para os NS, que entendiam ser muito mais importante que o estado fosse nacionalista e corporativo do que a sua forma. O ponto nº29 do programa NS, contido no livro de Rolão Preto, Balizas, diz o seguinte: "A Revolução Nacional dos Trabalhadores (...) não suscita (...) qualquer questão de regime político" (7).

Tendo nascido sem um programa rigorosamente definido o NS adoptou como declaração programática os "Doze Princípios da Produção" enunciados por Preto em 1920, considerando a nação como uma realidade eterna e a pátria como "uma realidade imposta pela Terra, pelo Clima, pela Língua, pela Raça e pela História" e negavam "a dissolução dos elementos de Produção nacional, isto é, negamos a existência isolada de classes, artificio que põe em litigio os componentes necessários do mesmo todo", negando também a "solidariedade do proletariado universal por cima e contra as fronteiras sagradas da nação".

O jornal "O Nacional-sindicalista", de Faro, define o NS como: anticomunista, antiliberal, antidemocrático, antiburguês, anticapitalista, anticonservador. Pela positiva o movimento é definido como familiar, municipalista e regionalista, sindicalista, corporativista, representativo, autoritário, nacionalista e revolucionário. O folheto-jornal "O Ressurgimento", da Madeira, apresenta as bases do Estado NS: "a família, a tradição, o município, o sindicato, a corporação, a nação".

Nos seus textos oficiais, embora se reconhecesse a propriedade privada como um direito natural, imponham-se-lhe restrições e a intervenção estatal sempre que tal se revelasse nos melhores interesses da nação. Verberavam a plutocracia, a usura e o capital apátrida das sociedades anónimas.

O seu anticapitalismo era marcado por uma visão de uma sociedade de pequenos produtores ameaçada pela concentração industrial e o capital financeiro. No entanto, o NS também dedica a sua atenção às classes médias, proclamando que "o estado Nacional-sindicalista não deixará queimar as classes médias, pois são elas quem estabelece o equilíbrio económico-social da nação, servindo-se de três meios poderosos: a sindicalização e corporatização obrigatória, o crédito e a intervenção do Estado".

Na sua propaganda o NS sempre se definiu como um movimento de vanguarda da Revolução Nacional, que eles consideravam ser os únicos capazes de levar a cabo, reclamavam-se da juventude (8) (característica tipicamente fascista), mas a "questão social" era o seu argumento fundamental. Salazar chegou a acusar a sua propaganda de "andar paredes-meias com os comunistas", e no banquete do Parque Eduardo VII, Pinto de Lemos diria, respondendo àqueles que os acusavam de bolchevismo: "Bolchevistas! Sim! Se bolchevista significa o desejo de que uma maior justiça social seja derramada sobre todos os homens... não há dúvida, nós somos então Bolchevistas!".

Há também que ter em conta que o movimento NS se desenvolve no quadro de uma ditadura autoritária e conservadora, num momento em que Salazar consolidava o seu poder e se começava a organizar o partido único governamental – a União Nacional – pelo que a sua tónica "trabalhista" e anticonservadora era constantemente brandida.

O NS tentou penetrar nos meios operários, desde o início, com algum sucesso, de que é indicativo as referências feitas pela imprensa sindical ao movimento, sendo que o "Revolução" possuía desde o seu princípio uma "página do operário", que mais tarde se transforma num suplemento semanal dirigido por António Tinoco, "A Revolução dos Trabalhadores" (que mais tarde, à medida que o conflito com Salazar se agrava, vai ser constantemente cortado na totalidade pela censura). Cerca de 15% dos aderentes ao movimento eram operários, embora a classe média (empregados, pequenos proprietários rurais e comerciantes) fosse dominante.

A ACÇÃO

As manifestações públicas do Nacional-Sindicalismo introduziram em Portugal a coreografia fascista. Os desfiles paramilitares, as canções de combate e a ritualização carismática de Rolão Preto marcaram a sua acção política, que se inspirou, sem dúvida nos modelos do fascismo italiano e sobretudo do nacional-socialismo alemão.

A sua presença na rua iniciou-se em Setembro de 1932 e teria como pontos altos os comícios de Lisboa e Porto e a manifestação comemorativa do golpe militar, em 28 de Maio de 1933 em Braga. Os primeiros comícios tiveram um carácter local e contavam com o apoio dos simpatizantes do movimento instalados na administração.

Em Fevereiro de 1933, aproveitando o primeiro aniversário do "Revolução" foi organizado o primeiro comício nacional em Lisboa. O banquete do Parque Eduardo VII, contou com a presença de 730 nacionalistas e marcou a emergência pública de Rolão Preto, que à sua chegada ao local foi saudado à romana. No seu discurso Rolão Preto considerou-se dirigente de uma "revolução que não se detém" e que há-de "transformar esta Pátria gloriosa!". No final diria, em tom desafiador: "Eu, que nunca pedi nada ao Dr. Oliveira Salazar com a cabeça bem erguida digo, a ele que me está ouvindo: Sr. Dr. Oliveira Salazar, oiça V. Ex.ª a alma nacional que vibra, escute os votos da mocidade portuguesa e, se quer, alea jacta est!".

A 7 de Maio do mesmo ano, novo banquete, desta feita no Porto. Cerca de 6200 camisas azuis marcham pelo Porto, devidamente uniformizados, e reúnem-se 1200 convivas na nave central do Palácio de Cristal.

Após a realização deste comício no Porto, no Palácio de Cristal, os NS preparam-se para uma concentração nacional em alternativa às celebrações governamentais do 28 de Maio. Mobilizaram 3000 camisas azuis, que desfilaram, devidamente uniformizados por Braga, tendo ocorrido confrontos com elementos antifascistas, sendo que alguns elementos NS ficaram feridos. Em Ermesinde um grupo de ferroviários tentou fazer descarrilar o comboio onde seguiam os NS.

Em Maio de 1933, perante estes ataques, Rolão Preto acusava os republicanos conservadores de manobrarem a UN contra o NS, e negava que houvesse conflito com Salazar.

Embora prudentes nos ataques a Salazar os NS mostravam-se intransigentes na fascização do Estado, na implantação rápida de uma ordem corporativa, na recusa da integração no partido governamental e no ataque a qualquer principio de cedência ao liberalismo republicano.

No seu opúsculo de 1933, "Salazar e a sua Época", que é um comentário às entrevistas dadas por Salazar a António Ferro, Rolão Preto considera o ditador como um "homem do centro", um "formalista universitário, que não compreende o problema social" e incapaz de fazer a Revolução.

No começo do Verão de 1933 o NS encontrava-se já numa situação dificilmente sustentável face a Salazar.

O NS negou o apoio à nova Constituição do Estado Novo, plebiscitada em 1933, na qual via um compromisso com os princípios liberais e a negação do corporativismo integral.

Servindo-se da sua influência no exército, desde cedo começou a conspirar contra Salazar (9).

Desde finais de 1932 que Salazar se demarcava dos NS, não perdendo nenhuma oportunidade para deles se demarcar no campo ideológico e político, no entanto, a sua dependência face ao Presidente da República e dos militares deixava-lhe pouca margem de manobra.

A 7 de Junho Rolão Preto é recebido por Carmona que lhe garante que dentro da ditadura há espaço para todos os nacionalistas.

Em 1933 Salazar tenta mudar o ministro da guerra, o que não consegue devido a movimentações dos militares, mas consegue nomear um novo ministro do interior: António Gomes Pereira, antigo governador civil de Évora, que se tinha revelado fortemente anti-NS, que vai apertar a repressão ao NS, através da censura e de limitações às suas acções públicas.

No entanto, a iniciativa de Salazar que mais impacto produziu no movimento foi a promulgação da legislação corporativa no Verão desse ano de 1933. O corporativismo era o elemento central do programa NS e muitos dos seus elementos foram convidados para cargos no novo aparelho corporativo em constituição, o que muitos aceitaram. Pedro Teotónio Pereira, subsecretário de Estado das Corporações convidou vários NS a participarem no processo de criação dos Sindicatos Nacionais, entre eles: Amaral Pyrrait, Abílio Pinto Lemos e Castro Fernandes, que aceitarem, fracturando assim o núcleo original fundador do NS.

A direcção NS, no entanto, demarcou-se desta legislação, afirmando que entre o seu projecto e o do governo "vai a distância que existe entre as soluções integrais e as meias soluções". Também a adesão destes membros provocou uma tensão no seio do movimento.

Após algumas suspensões do Revolução, ordenadas pela censura, o jornal interrompe a sua publicação no começo do Verão de 1933, reaparecendo em Setembro, completamente mutilado.

As novas instruções dadas à censura impediam todas as referências ao NS, à sua organização e actividades, as menções de partidos similares europeus e até a designação de camarada foi proibida.

A censura foi a principal arma contra o NS. A partir de Outubro de 1933 números inteiros do Revolução dos Trabalhadores vinham cortados. As manifestações públicas dos NS foram também proibidas.

A CISÃO

Desde de Maio de 1933 que o Governo procura encontrar uma facção mais moderada no seio do NS com a qual pudesse promover a integração dos NS no regime – o sector mais permeável era o Grande Conselho (10).

O grupo de Coimbra (constituído por professores universitários, como Cabral de Moncada) era favorável a uma aproximação a Salazar, mesmo que isso colocasse em causa a chefia do movimento por Rolão Preto, e o mais destacado líder do grupo que vai promover a cisão foi José Cabral. Este grupo defendia o fim da chefia personalizada, já que esta era uma condição de Salazar para tolerar o movimento, e a criação de um directório, questão em que Rolão Preto acabou por ceder. Faziam parte do recém-criado directório Rolão Preto (chefe), Alberto de Monsaraz (secretário-geral), os três secretários de zona (Alçada Padez – zona sul; Eusébio Tamagnini – zona centro; Augusto Pires de Lima – zona norte) e ainda José Cabral (provavelmente em representação do Grande Conselho).

Para clarificar estas situações, é decidido convocar o I Congresso do movimento, que realizar-se-á em 12 de Novembro de 1933. Na circular convocatória Alberto de Monsaraz definia a questão central a ser resolvida pelos congressistas: "Pelo poder, contra o poder, sem o poder?". O segundo problema referia-se à posição a tomar face à organização corporativa, principalmente porque alguns militantes tinham já aceite cargos no seu aparelho.

Vence a posição "sem o poder" e Rolão Preto sai vitorioso face ao grupo de José Cabral apesar do núcleo fundador ter sido fracturado: Amaral Pyrrait, Abílio Pinto de Lemos e Castro Fernandes assumem uma posição contrária a Rolão Preto e juntam-se ao grupo de Coimbra liderado por José Cabral.

Nesse mesmo dia reúne-se o Directório no qual se decide transferir o Secretariado-geral para Leiria, e transformar o jornal "União Nacional" no órgão nacional do movimento, uma vez que o "Revolução" se encontrava muito endividado e também como forma de evitar a censura que era mais apertada na capital.

O directório representava um equilíbrio de forças que impossibilitava qualquer tomada posição, já que os dois grupos em confronto se equilibravam numericamente (Rolão Preto, Monsaraz e Alçada Padez contra José Cabral, Pires de Lima, Eusébio Tamagnini). No entanto, ficou decidido que José Cabral e Alberto de Monsaraz deveriam apresentar projectos de estatutos.

A cisão dá-se oficialmente após a reunião de 26 de Novembro de 1933. José Cabral, que tinha sido encarregue pelo congresso de elaborar novos estatutos propõe uma orgânica que elimina Rolão Preto e Alberto de Monsaraz dos seus lugares de chefia. Segundo ele esta era uma condição indispensável para que Salazar tolerasse a existência do movimento.

Augusto Pires de Lima avança uma proposta conciliatória, que prevê a manutenção de Rolão Preto e eliminando Monsaraz. A votação dá empate (José Cabral, Augusto Pires de Lima e Eusébio Tamagnini votam favoravelmente, os restantes votam contra). Perante este impasse, Tamagnini e Cabral declaram que "recuperavam a sua liberdade de acção". Rolão Preto decide a dissolução do conselho e chama a si todas as responsabilidades de comando do NS, até que se forme novo Conselho.

Passados poucos dias, o núcleo cisionista, fortalecido pelo apoio do Poder, reúne-se, em nome do NS, com o ministro do Interior e com Salazar. Supostamente ser-lhes-ia permitida autonomia de acção, desde que actuando em convergência com a UN, não a hostilizando e apoiando o Estado Novo e as suas realizações.

O novo órgão central do movimento, o "União Nacional" demarca-se desta posição comunicando que eles apenas se representam a si próprios.

No entanto, o núcleo cisionista, através de José Cabral anuncia uma nova orgânica e uma nova direcção para o NS. Nos primeiros meses de 1934 este núcleo tentou de facto reorganizar o NS, talvez convencidos de que Salazar iria de facto tolerá-los, nomeando novos delegados distritais, incitando os filiados a renovarem os seus cartões de membro e surgindo até um novo "Revolução Nacional dos Trabalhadores" dirigido por Pyrrait. Este núcleo possuía também o seu próprio jornal, o "Revolução Nacional", dirigido por Manuel Múrias, que se dedica a atacar os NS "ortodoxos" de Rolão Preto, preconizando um entendimento com Salazar. Toda esta actividade era apoiada pelo aparelho propagandístico do Estado Novo, através do SPN (Secretariado da Propaganda Nacional).

A própria criação da Acção Escolar Vanguarda (AEV), predecessora da Mocidade Portuguesa, em finais de 1933, pelo SPN, deve-se a uma tentativa de neutralizar a influência do NS junto da juventude e dos estudantes. A dirigi-la encontrava-se inclusivamente um antigo NS: Oliveira e Silva.

No entanto, as actividades deste núcleo eram também muito limitadas, sendo que lhes era constantemente negada a autorização para a realização de demonstrações públicas, os editoriais mais "excessivos" e de temática social do "Revolução Nacional" eram constantemente cortados pela censura e as referências às suas actividades pela imprensa eram proibidas, o que os deixava desorientados, já que por um lado o governo fazia declarações de apoio e por outro tentava limitar as suas actividades ao máximo.

Era claro que Salazar não toleraria a existência de qualquer NS, nem sequer um NS "domesticado".

O FIM

Nos últimos meses de vida legal do NS o movimento tentou a conciliação com os dissidentes e o Poder, para permitir a sobrevivência da organização. No entanto, internamente, assistia-se a uma radicalização ideológica a partir do "soviete" (11) de Lisboa, que não seria acompanhada por muitos militantes, principalmente na província, que não estavam dispostos a realizar actividades clandestinas. Apesar da maioria dos núcleos se manter fiel a Rolão Preto começava a assistir-se a um certo desânimo e desmobilização em alguns deles.

Com o aparecimento do "Revolução Nacional", e os seus violentos ataques a Rolão Preto assiste-se a uma radicalização "para o exterior", ou seja, o tom anti-salazarista há muito utilizado na correspondência interna alastra para o exterior, para os comunicados do movimento distribuídos na rua. Por outro lado a linguagem revolucionária era acentuada e o movimento começava a "virar à esquerda". Num panfleto clandestino o movimento definia-se como uma força que iria "revolucionar a actual sociedade, arrancando da miséria, (...) as classes trabalhadoras, oprimidas pelo capitalismo". Rolão Preto também acompanha este desvio socialista nos seus editoriais do "União Nacional".

Ao mesmo tempo que promovia a cisão, o governo começou, a partir de 1934 a repressão sistemática de qualquer acção NS. A participação de Rolão Preto em reuniões e visitas aos núcleos locais foi praticamente proibida. A sede nacional em Lisboa foi encerrada por decisão governamental, bem como várias sedes locais. Ocorreram também várias prisões a NS, no geral intimidatórias, já que não duravam mais do que uma semana.

Perante esta situação desesperada o movimento confiava cada vez mais nos militares para a sua sobrevivência (desde 1933 que o sector militar do NS participava em manobras anti-salazaristas).

A 20 de Junho de 1934 Rolão Preto decide enviar ao Chefe de governo, através de Alçada Padez, uma longa exposição sobre a situação do país. Considera que se assiste, no seio da ditadura, a um confronto entre duas concepções diferentes, uma conservadora e outra revolucionária, que aqueles que sonharam e fizeram a revolução não ficaram na posse do poder, ao contrário do que aconteceu na Alemanha e na Itália. Acusava o governo de perseguir o seu movimento e atacava a UN, "grupo eclético, composto das mais antagónicas correntes políticas, sem nenhuma espécie de consciência nacionalista". Terminava apelando ao Presidente da República para que interviesse no sentido de permitir a liberdade de acção do NS.

Perante isto, Salazar decide dissolver o movimento. A 4 de Julho Rolão Preto é preso, e mantido incomunicável; o mesmo acontece a Alberto de Monsaraz poucos dias depois. A 11 de Julho o Conselho de Ministros decide expulsar os dois do país, por um período de seis meses. A 14 de Julho os dois líderes do movimento NS são postos na fronteira espanhola. Rolão Preto só regressa a Portugal em Fevereiro de 1935.

Em 29 de Julho de 1934, por nota oficiosa de Salazar, o movimento NS é oficialmente dissolvido. Na nota publicada pelo "Diário de Notícias" pode ler-se que o NS é "inspirado em certos modelos estrangeiros", e que "o elemento de ordem que pretendera ser se transformara em elemento perturbador e de desagregação das forças nacionalistas do Estado Novo". A nota refere-se também aos cisionistas que lutaram "contra a adulteração do pensamento nacional-sindicalista" e considera que "a experiência não demonstrou a necessidade de duas organizações". A nota termina com um "sincero apelo para que abandonem os redutos particulares da sua luta e ingressem com pureza de intenções na União Nacional", "ficam também abertos os quadros da AEV" e adverte que todos aqueles que não queiram aderir à nova situação passarão a "ser considerados indiferentes ou inimigos".

Apesar da proibição do movimento este manteve-se activo até ao final da II Guerra Mundial. Segundo António Costa Pinto a vida clandestina do NS divide-se em dois períodos: entre 1934-1936 o movimento ainda consegue manter alguma actividade, a partir de 1936 e até ao final da guerra este não passa de uma "rede de amigos políticos".

Até 1936 mantém uma chefia, uma organização e um núcleo de militantes com um dado projecto ideológico, e uma acção politica, que pretende ser uma oposição clandestina ao salazarismo. O golpe falhado de 1935 marca a última tentativa do NS para derrubar o regime salazarista, e com o final da guerra de Espanha, em 1936, o NS pulveriza-se.

A 10 de Setembro de 1935 vários sectores da oposição tentam derrubar Salazar, sendo que Rolão Preto e os NS participaram activamente na conspiração falhada.

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Bibliografia

AAVV, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. XIII, Lisboa, Verbo

AAVV, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XVIII, Lisboa, Editorial Enciclopédia

AAVV, Enciclopédia Luso-Brasileira, edição séc. XXI, Vol. XX, Lisboa, Verbo, 2001

Costa Pinto, António, Os Camisas Azuis, Ideologia, Elites e Movimentos Fascistas em Portugal, 1914-1945, Lisboa, Editorial Estampa, 1994

Frugnoli, Elisa Maria, O Nacional-Sindicalismo de Rolão Preto, Lisboa, ISCSP, Estudos Políticos e Sociais, Volume XII, nº 1-2, 1984

Leonard, Yves, Salazar e o Fascismo, s.l., Editorial Inquérito, 1998

Medina, João, Salazar e os Fascistas, Salazarismo e Nacional-Sindicalismo a história dum conflito 1932-1945, Lisboa, Livraria Bertrand, 1978

http://www.cepp.pt.vu/ (consultado em 23/05/2004)


www.angelfire.com/pq/unica (consultado em 1/06/2004)

http://www.cphrc.org.uk/ (consultado em 7/03/2004)
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Notas:

1. Medina, João, Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 8

2. Rolão Preto exilou-se na Bélgica devido à sua participação, ainda muito jovem, nas incursões monárquicas de 1911-12 de Paiva Couceiro, a partir da Galiza.

3. António Costa Pinto considera Rolão Preto o "Valois poruguês". Valois, político francês, proveniente do anarquismo, ligou-se mais tarde à Action Française que acabou por abandonar para fundar o Faisceau, o primeiro partido fascista francês.


5. Entrevista dada por Rolão Preto a João Medina, publicada na obra Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 171

6. Segundo António Costa Pinto este número é provavelmente exagerado, sendo que a militância real do NS deveria rondar os 30 mil elementos.

7. Citado em Medina, João, Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 224

8. Rolão Preto chegou a escrever um artigo no "Revolução" intitulado "Todo o poder aos novos"

9. A orgânica do movimento incluía um Secretariado Militar clandestino. Os NS tinham alguma influência no exército, sendo que muitos dos tenentes do 28 de Maio eram afectos ao movimento.

10. O Grande Conselho era um organismo de carácter consultivo que incluía individualidades não filiadas no NS.

11. Era assim que o núcleo duro do "Revolução", constituído por António Pedro, Dutra Faria, Barradas d'Oliveira, António Tinoco, Campos e Sousa, Pereira de Matos, e outros, se auto intitulava.

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Estudo conclui que stress contribui para a doença de Alzheimer


«Uma equipa de investigadores que inclui um português descobriu que o stress contribui directamente para o desenvolvimento da doença de Alzheimer e que um corticóide usado para tratar os pacientes poderá agravar a doença, em vez de a atenuar.»

O estudo, a ser publicado na revista "Molecular Psychiatry", foi conduzido por três investigadores, entre os quais o goense Osborne Almeida e o português Nuno Sousa, e resultou da colaboração entre diversos cientistas da Alemanha, Reino Unido e Portugal.

N.D. Ver artigo de Catarina Amorim em http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=24247&op=all

Fonte. CienciaHoje 01Nov2007

Investigadores portugueses ganham menos 7.000 euros por ano do que parceiros da UE


«Os investigadores em Portugal recebem em média 29.000 euros por ano, cerca de 7.000 euros abaixo da média comunitária, revela um estudo sobre os salários na área da investigação divulgado hoje pela Comissão Europeia.»


Fonte: CienciaHoje 13Nov2007

Jovens europeus gastam mais tempo on-line do que a ver televisão

Jovens preferem navegar na Internet
Jovens preferem navegar na Internet

«Seis em cada 10 europeus acedem à Internet com regularidade e os jovens preferem navegar na web do que ver televisão, segundo um estudo hoje divulgado.»

O estudo da Associação Europeia de Publicidade Interactiva indica que 82 por cento dos jovens, na faixa etária dos 16 aos 24 anos, prefere navegar na Internet, entre cinco a sete dias por semana, enquanto 77 por cento gosta de ver televisão com regularidade, o que representa uma quebra de cinco por cento em relação a 2006.

Neste estudo fica também claro que mais de 80 por cento dos inquiridos afirmaram “não poder viver” sem pelos menos uma actividade na Internet.

Fonte: CienciaHoje 13Nov2007

Os 5.000 dedos da Google

Fonte: Blog Follow we

Nota Pessoal
Resumo sobre as muitas funcionalidades do Google
Rui Moio

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Luta contra a diabetes - Governo anuncia comparticipação a 100% de duas terapias

Arquivo SIC

Publicação: 14-11-2007 08:24 | Última actualização: 14-11-2007 15:06

Luta contra a diabetes

Governo anuncia comparticipação a 100% de duas terapias

Hoje é Dia Mundial da Diabetes e há boas notícias para os doentes. A partir de Janeiro, o Governo vai comparticipar a 100% duas terapias: a insulina de acção lenta e a terapêutica com bombas infusoras, uma medida que vai beneficiar entre 20 a 30 mil doentes nos próximos anos.

SIC
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Primeiro Jornal
Criança diabética
PLAYRicardo é doente desde os 16 meses
Edição da Manhã

Diabetes

PLAYGoverno comparticipa terapias
O Estado vai comparticipar a 100% as bombas de insulina e um outro tipo de medicamento também de consumo lento. A bomba custa cerca de 3500 euros, um preço que a deixava fora do alcance de muitos diabéticos.

A comparticipação da bomba de insulina pelo Estado é uma batalha antiga de diabéticos e associações ligadas à doença. Portugal era o único país da Europa que não tinha qualquer apoio para esta terapêutica.

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil pessoas com Diabetes.

Que tipos de diabetes existem?

Diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino-Dependente) - É a mais frequente. O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção da insulina. O pâncreas é obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção de uma dieta alimentar, de maneira a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular.

Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulino-Dependente) - É mais rara.
O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.

Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina.

Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico.

Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.

A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada.

Quais são os sintomas?

Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
Sede constante e intensa (polidipsia);
Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
Fadiga;
Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
Visão turva.

Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
Ter muita sede;
Emagrecer rapidamente;
Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
Comer muito sem nada aproveitar;
Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Como prevenir a diabetes?

Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
Bons hábitos alimentares;
Prática de exercício físico;
Não fumar;
Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Fonte: Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal

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Nota Pessoal
Creio que se devia já iniciar uma luta forte por parte da medicina do trabalho para que fossem reconhecidos os trabalhadores diabéticos. Se o Estado e as entidades patronais atendessem às características dos doentes diabéticos, os trabalhadores veriam prolongar as inevitáveis consequências da doença, nomeadamente, as relativas à deterioração das coronárias. Todos nós sabemos o quanto são prejudiciais para os diabéticos os trabalhos sob pressão, os maus ambientes interelacionais, a alimentação inadequada nos restaurantes e cantinas. Para os diabéticos, o stress mata, meus senhores, e, em poucos anos!...

Rui Moio

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