Exposição - Maria Callas no Museu da Electricidade
A mostra abre ao público sábado e ficará patente até 21 de Setembro, com mais de 600 peças, incluindo jóias, vestidos (muitos trajes de cena), objectos pessoais e diversos documentos.
Há um núcleo dedicado à «Traviata», a ópera que cantou em Lisboa, onde será possível observar alguma da correspondência trocada entre o então director do São Carlos, José de Figueiredo, e Ansaloni, agente de Callas, para acertar os detalhes da vinda da cantora.
Nesta troca de cartas, os dois falam «dos caprichos e das exigências» da Callas e é pedida a quantia de 2.500 dólares para a cantora actuar duas noites no São Carlos, disse à Lusa fonte da organização da exposição.
Figueiredo manifesta ainda alguma preocupação face à possibilidade da actuação ser cancelada.
Dois meses antes de vir a Lisboa, a soprano causara escândalo ao abandonar em Roma uma récita da «Norma» no primeiro acto.
Mas Maria Callas veio e ficou instalada no Hotel Avis, como ficara acertado entre Ansaloni e Figueiredo, que foi esperá-la à chegada.
A lembrar a Traviata de Lisboa, protagonizada por Maria Callas e Alfredo Kraus, a exposição vai mostrar os cenários originais do segundo acto dessa produção, recriando numa sala um palco e uma plateia onde é possível ouvir a gravação da ópera.
É uma fotografia de Maria Callas tirada no camarim que ocupou no São Carlos, em pose descontraída e com os pés levantados, que surge nos cartões de apresentação da exposição.
Esta começa com uma espécie de túnel onde vai estar uma imagem do rosto da Callas e se ouve a sua voz.
A ideia é recriar o ambiente do início da ópera quando as luzes se apagam, disse à Lusa José Manuel dos Santos, director cultural da Fundação EDP, explicando o percurso da exposição, em fase de montagem.
Depois, surgem alguns objectos pessoais e cartas da cantora, incluindo uma carta que dirigiu (em inglês) ao armador grego Aristóteles Onassis, na altura do romance deste com Jacqueline Kennedy.
De entre as peças relacionadas com a vida e a carreira de Maria Callas, destacam-se ainda um vestido que usou na «Tosca» encenada por Franco Zeffirelli e que cantou nos palcos do Covent Garden, da Ópera de Paris e da Metropolitan Opera House e uma coroa criada por Christian Dior para a «Norma» que estreou na capital francesa em 1965.
Há também sapatos e chapéus que pertenceram à célebre cantora e uma grande colecção de programas de espectáculos em que participou, alguns dos quais autografados.
A grande maioria das peças pertence à colecção de Bruno Tosi, presidente da Associazione Internazionale Maria Callas, de Veneza.
A exposição (com entrada livre) apresenta também pequenas cabines onde são apresentados filmes sobre a cantora e no final há uma espécie de «retiro» para se ouvir a voz da soprano.
Maria Callas morreu a 16 de Setembro de 1977, em Paris, aos 53 anos.
Fonte: Visaoonline de 10Jul2008
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