quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O gigante de Manjacase

Eu, os meus irmãos e mãe com o Gigante

No tempo dos gigantes

Foi há muito, muito tempo, lá para 1967 ou 1968. Um almoço no campo, para os lados de Boane, que dista 50 ou 60 km de Lourenço Marques. Lá estavam os meus pais, irmãos e avós, mais uma meia centena de amigos e colegas do meu pai. Lá estava - nunca esqueci a figura Pantagruélica - o Coronel Anta, um gigante de quase dois metros que fora observador militar português na Frente Russa durante a Segunda Guerra Mundial. O homem, careca como Mussolini, passou a tarde a comer sardinhas - foram mais de 60 ! - regadas com cinco litros de vinho. No fim da tarde afirmou estar cheio de sede e fome. Um portento.

A surpresa do dia estava reservada a outro gigante, desta vez o de Manjacaze. Um colosso triste e lento, a quem agarrei a enorme mão, quase mitológica, mas que inspirava simpatia e pena. O homem foi atracção mundial, casou com uma portuguesa e regressou a Moçambique para morrer. A lembrar, como Ozymandias, que a estatura não é eterna.

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