quarta-feira, 25 de julho de 2007

Teorias da Aprendizagem


TEORIAS DA APRENDIZAGEM

As teorias da aprendizagem que predominam nas tendências da educação contemporânea são aquelas desenvolvidas por Jean Piaget e as desenvolvidas por Vygotsky, porém muitas outras teorias encontram-se presente nas práticas educativas desde os primórdios. A seguir as quatro principais teorias da aprendizagem.

BEHAVIORISMO

Jonh B. Watson (1878-1958) cunhou o termo behaviorismo para deixar claro que
sua preocupação era com os aspectos observáveis do comportamento. O
behaviorismo supõe que o comportamento inclui respostas que podem ser
observadas e relacionadas com eventos que as precedem (estímulos) e as
sucedem (conseqüências) . São também chamadas teorias estímulo-resposta.
De acordo com o pensamento comportamentalista, a conduta dos indivíduos é
observável e mensurável, similarmente aos fatos e eventos nas ciências
naturais e nas exatas. O comportamentalismo tem as suas raízes nos trabalhos
pioneiros de Watson e Pavlov, mas a criação dos princípios e da teoria em
si, foi da responsabilidade do psicólogo americano Bhurrus Skinner (1953),
que se tornou o representante mais importante da escola comportamental, ao
descrever o condicionamento operante (aquando da sua experiência do rato na
caixa de Skinner). O condicionamento operante explica que quando um
comportamento ou atitude é seguida da apresentação de um reforço positivo
(agradável), o comportamento repete-se. Os três postulados centrais do
Behaviorismo são:

- A Psicologia é a ciência do comportamento, e não a ciência da mente.
- O comportamento pode ser descrito e explicado sem recorrer aos esquemas
mentais ou aos esquemas psicológicos internos.
- A fonte dos comportamentos (os estímulos) é externa, vinculada ao meio e
não aos esquemas internos individuais.

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA - PIAGET

A Epistemologia Genética é a teoria desenvolvida por Jean Piaget
(1896-1980), e consiste numa combinação das teorias então existentes, o
apriorismo e o empirismo. Piaget não acredita que todo o conhecimento seja,
inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem que o
conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca, como
postula o empirismo.
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com
seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito. Assim sendo, a
aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do
sujeito como de sua relação com o objeto. Para Piaget, a construção do
conhecimento se dá através da interação da experiência sensorial e da razão.
A interação com o meio (pessoas e objetos) são necessários para o
desenvolvimento do indivíduo.

Estágios de desenvolvimento

Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos,
que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A
ordem destes estádios (ou estágios) seria invariável e inevitável a todos os
indivíduos.

Estágio sensório-motor (do nascimento aos 2 anos) - a criança desenvolve um
conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um
conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de
permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer
imitações, construindo representações mentais cada vez mais complexas.

Estágio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos) - a criança inicia a construção da
relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos
porquês e do faz-de-conta.

Estágio operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos) - a criança começa a
construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação
de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de
lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda
abstrações.

Estágio operatório-formal (dos 11 aos 16 anos) - fase em que o adolescente
constrói o pensamento abstracto, conceitual, conseguindo ter em conta as
hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar
cientificamente.

Estrutura e aprendizagem

Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação
das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a
consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um
estádio a outro estaria dependente da consolidação e superação do anterior.

SÓCIO-INTERACIONISMO - VYGOTSKY

Os estudos de Vygotsky (1896-1934), postulam uma dialética das interações
com o outro e com o meio, como desencadeador do desenvolvimento. Para
Vygotsky o desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de
interiorização da interação social com materiais fornecidos pela cultura. As
potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo
de ensino-aprendizagem . O sujeito é não apenas ativo, mas interativo, pois
forma conhecimentos e constitui-se a partir de relações intra e
interpessoais. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desenvolvimento é
impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estádios
descrita por Piaget seja correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica
evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o
desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprender que gera e
promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores.

Zona de Desenvolvimento Proximal

Um ponto central da teoria vygotskyana é o conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), que afirma que a aprendizagem acontece no
intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Em outras
palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe e
aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a
educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do
conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir. O conhecimento
potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP
redefinida a partir do que seria o novo potencial.

Interacionismo e desenvolvimento

Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e determinante. Para
definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é
capaz de fazer sozinho, e o potencial aquilo que ele consegue fazer com
ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o nível de riqueza e
diversidade das interações determinará o potencial atingido. Quanto mais
ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento.

ENFOQUE HUMANISTA - ROGERS

A idéia que norteia esta teoria está baseada no princípio do ensino centrado
no aluno. Este possui liberdade para aprender, e o crescimento pessoal é
valorizado. O pensamento, sentimentos e ações estão integrados. O autor
humanista mais conhecido é Rogers (1902 –1987). O enfoque humanista vê o
aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o importante é a
auto-realizaçã o, o crescimento pessoal. A auto-realizaçã o segundo Rogers é o
nível mais alto da saúde psicológica, denominada funcionamento pleno.
A aprendizagem significativa é auto-centrada e estimulada pelo
relacionamento entre aluno e o facilitador da aprendizagem. Rogers acha que
todos os seres humanos têm uma propensão natural para aprender. O papel do
professor é facilitar tal aprendizado. A teoria humanista:

- Vê o ser que aprende primordialmente como pessoa;
- Valoriza a auto-realizaçã o e o crescimento pessoal;
- Vê o indivíduo como fonte de seus atos e livre para fazer escolhas;
- A aprendizagem não se limita a um aumento de conhecimentos, ela influi nas
escolhas e atitudes do aprendiz;
- O aprendiz é visto como sujeito, e a auto-realizaçã o é enfatizada.

Fonte: Grupo Psicanalise_Lista

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