sábado, 17 de fevereiro de 2007

João Silva - Um fotógrafo português-moçambicano no estrangeiro

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Photo by João Silva...............................................................

Prisioneiros no Malawi, onde algumas das celas chegam a albergar 160 reclusos

João Silva, Photo by Debbie Yazbek/The Star
PP.
"Os Silvas"
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..........Uma fotografia tirada numa prisão do Malawi garantiu ao Silva o segundo lugar na categoria de Contemporary Issues Singles do World Press Photo 2005. João Silva nasceu em Portugal em 1966 e viveu em Moçambique até 1976, quando teve que partir (leia-se emigrar) com os pais para a África do Sul, como tantos outros portugueses.
..........Ficamos sempre contentes quando os portugueses se destacam no estrangeiro. No entanto, não consigo deixar de pensar neste hábito tão nosso de, quando as pessoas não se evidenciam, serem liminarmente rotuladas por "os pretos", "os cabo-verdianos", "os retornados", "os romenos", "a máfia russa", "os ciganos", "os monhés", os "travestis do Brasil" ou "os emigrantes". Só finalmente quando nos apercebemos do valor dos Decos, dos Obikuelos, dos Eusébios, dos Quaresmas, dos Dâmasos e dos Silvas, lembramo-nos que fazem parte dos nossos. Com Einstein passou-se mais ou menos o mesmo: os alemães diziam que não era judeu, que era alemão, e os franceses que era cidadão do mundo.
..........Pois cá eu, dou os parabéns ao Silva que é português de Portugal e que viveu na minha terra Moçambique até se ver forçado partir para a África do Sul. Fez ele muito bem! Porque se tivesse vindo para Portugal, não se teria safado. Dou-lhe os parabéns por ter sido confirmado este ano o seu talento com a menção honrosa na categoria Spot News, por um portefólio apresentado no prestigiado jornal nova-iorquino "The New York Times". O trabalho mostra-nos um soldado americano em Karmah, no Iraque a ser alvejado por um sniper. João Silva trabalha para o "The New York Times" e é um dos mais conhecidos repórteres de guerra.
..........Fez parte com Kevin Cárter, Grey Marinovich e Ken Oosterbroek do grupo de fotojornalistas que ficou conhecido por Bang Bang Club porque diariamente, se dirigiam às cidades próximas de Johanesburgo para fotografar a fase mais violenta da luta entre os partidários do ANC (African National Congress) de Nelson Mandela e os do líder zulu Buthelezi, no final do apartheid. Depois da morte de Ken Oosterbroek a 18 de Abril de 1994 e do suicídio a 27 de Julho do mesmo ano de Kevin Cárter, o fotógrafo português e Grey Marinovich publicaram o seu testemunho do período entre o fim do apartheid e as primeiras eleições livres da África do Sul, no livro com o mesmo nome porque ficariam conhecidos os quatro fotógrafos “Bang Bang Club”. João Silva esteve na grande maioria das guerras civis de países africanos, assim como na Bósnia, Iraque e outras paragens do globo martirizadas pelo deus da guerra e pelas carpas. João Silva, premiado agora pelo trabalho de um sniper a alvejar um soldado americano, acabou de lançar o seu segundo livro - In the company of God - onde figuram centenas de fotos da Jiade Islâmica em combate com forças da coligação ocidental estacionadas no Iraque.



Parabéns João Silva


Ataque sniper, Karmah, Iraque, 31 Outubro


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João Silva reporter fotográfico do The New York Times na África do Sul
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