domingo, 7 de novembro de 2010

Salazar e os anõezinhos


Há uns dias ouvi na televisão o professor Silva Lopes, insuspeito de simpatias "fascistas", constatar resignado que Portugal apenas tinha conseguido ordem e rigor nas finanças públicas fora do regime democrático.
Fez-me lembrar Medina Carreira, há pouco tempo, no programa Plano Inclinado, comparando Salazar com os políticos de Abril, e elogiando a honestidade do primeiro, lembrando que até a conta da luz Salazar pagava do seu ordenado. A convidada desse dia, Filomena Mónica, insurgiu-se agitadamente com o elogio, protestando que a honestidade de Salazar era a única coisa boa que lhe reconhecia, já que, aliás, ele nem era um democrata. Ler mais

A honestidade e a rectidão de Salazar, que viveu e morreu sem posses ou fortuna, não são coisa de pouca monta. Sobretudo quando comparadas com o oportunismo, a corrupção e o nepotismo que caracteriza a classe política democrática e endinheirada saída da "revolução abrilista".
Mas não é apenas isso, como reconheceu contrariado Silva Lopes: Salazar foi também o único homem, na história mais recente da nação, que conseguiu equilibrar as finanças públicas, impor rigor na gestão do dinheiro do Estado. E isso, por mais ruído de fundo que exista, é um facto!
«Elogio ou não, Salazar recebe o título de "melhor investidor sem ganhos", já que foi o responsável pela aquisição de 695 toneladas de ouro em 24 anos. E tudo com receitas de exportações como volfrâmio e atum enlatado.
Como o ouro valorizou 26% no ano passado e este é o décimo ano de valorizações consecutivas, a decisão do antigo ditador deixa o país com um activo cada vez mais valioso, diz a Bloomberg. Mas também um de que não pôde beneficiar nas situações de maior aperto por que já passou.
João Lima da Bloomberg explica assim, que Salazar poderia ser lembrado como "o melhor investidor português", se as regras do Banco de Portugal (BdP) "permitissem ao país beneficiar do seu negócio mais astuto: A maior reserva de ouro da Europa", face à dimensão da sua economia.»
Ao contrário do que dizia irritada Filomena Mónica, Salazar não foi "apenas" (e este "apenas" tem muito que se lhe diga…) mais honesto que os democratas, foi também mais competente a gerir a economia e o Estado. As constatações envergonhas dos méritos de Salazar que se começam a generalizar, pelo menos nas mentes mais sérias e livres, são apenas a ponta de um fio mais longo que a história acabará por desvelar.
Como se isso não bastasse, o antigo líder do Estado Novo continua a gozar de enorme popularidade entre o povo.
Não foi por acaso que numa votação aberta a todos os portugueses a maioria votou em Salazar como o maior português de sempre, e Salazar não tinha, ao contrário de outros nomes, um aparelho partidário a organizar votações em seu nome (como o PCP fez com o infame Cunhal). Foi o homem "despartidarizado" que reconheceu a estatura de Salazar e deu um estalo de luva branca nas faces coradas de vergonha de toda uma classe política medíocre que destruiu Portugal em poucas décadas e que gosta de apresentar publicamente as suas credenciais antifascistas enquanto serve os seus interesses particulares em privado.
Esse contraste de capacidades e éticas tornou-se demasiado evidente numa altura em que, estando o país sob o governo socialista de José Sócrates, toda a classe política democrática reconhece implícita ou explicitamente que Portugal está em risco de falência.
Por enquanto é a mesma teia de interesses que nasceu da revolução de Abril que continua a tomar conta do Estado e da informação jornalística, depois seguir-se-ão as gerações que foram mais directamente educadas por essa horda de mentirosos e propagandistas, mas à medida que, afortunadamente e com o passar das décadas, essa corja e os seus papagaios for desaparecendo da face da terra, o mesmo sucederá à sua historiografia inventada… a História libertar-se-á da sua opressora propaganda e reconhecer-se-á a evidente diferença de grandeza entre Salazar e os seus inimigos, tão evidente como um gigante que permanece de pé junto de uma massa de anõezinhos saltitantes…e talvez já não falte assim tanto tempo. Reconhecimentos públicos, ainda que tímidos e esporádicos, como os de Silva Lopes ou Medina Carreira, são apenas os primeiros sinais da libertação da verdade histórica.

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