segunda-feira, 31 de outubro de 2005

SAIBA SER FELIZ

Para ser feliz:
é preciso não pensar na idade mas vive-la;
Para ser feliz:
é preciso antes de tudo, encontrar a paciência,
suprir a necessidade da mente em busca do dia-a-dia
e consciência de entender que um dia,
você pode lutar para vencer mesmo que antes já tivesse sido derrotado,
mas sem nunca perder as esperanças.
O comodismo é a injustiça da liberdade
que provoca o transtorno do pecado,
o desamor a condição de caminhar pela paz
e a vida é todo espaço de tempo que temos
para pensar no momento em que estamos
consciente do que fazemos
em benefício do amanhã.

Fonte: Grupo Yahoo (?)

sábado, 29 de outubro de 2005

PARA PENSAR!! - de Paulo Coelho

Um homem recebeu, certa vez, a visita de alguns amigos.

"Gostaríamos muito que nos ensinasse aquilo que aprendeste todos esses anos", disse um deles.
"Estou velho", respondeu o homem. "Velho e sábio", disse outro.
"Afinal de contas, sempre te vimos rezando durante todo esse tempo.
O que conversas com Deus?
Quais são as coisas importantes que devemos pedir?".
O homem sorriu. "No começo, eu tinha o fervor da juventude, que acreditava no impossível. Então, eu me ajoelhava diante de Deus e pedia para que me desse forças para mudar a humanidade.
Aos poucos, vi que era uma tarefa além das minhas forças.
Então, comecei a pedir a Deus que me ajudasse a mudar o que estava à minha volta."
"Nesse caso, podemos garantir que parte de seu desejo foi atendido", disse um dos amigos.
"Seu exemplo serviu para ajudar muita gente."
"Ajudei muita gente com meu exemplo. Mesmo assim, sabia que não era a oração perfeita.
Só agora, no final da minha vida, é que entendi o pedido que devia ter feito desde o início."
"E qual é este pedido?"
"Que eu fosse capaz de mudar a mim mesmo."

Paulo Coelho

Fonte_Grupo Yahoo Mundo Grego

**************************************
1. - Pergunto-me sobre as razões que estarão por detrás de Paulo Coelho ser tido como o escritor lusófono com maior número de traduções e de exemplares impressos? como foi possível ultrapasar Jorge Amado?

2. - Pensei que a resposta poderia estar no tipo de escrita: a de Jorge Amado seria uma escrita de preocupações sociais, enquanto a de Paulo Coelho seria mais uma literatura light de temáticas mágicas muito do agrado da infância e da adolescência.

3. - Enviaram-me o pensamento acima descrito e, a ser verdade que o texto pertence a Paulo Coelho, há que repensar o mau juízo que dele fiz.

Contudo, a ideia que para se assumir a liderança de uma nação (grupo grande) se deve começar por conseguir a liderança no grupo restrito de amigos, depois entre os habitantes do mesmo bairro e sussessivamente entre os habitantes da mesma freguesia, entre os habitantes da mesma aldeia, entre os habitantes da mesma cidade... Ou seja, a liderança deverá ser uma conquista gradual que se inicia no grupo mais pequeno.
Esta brilhante explicação da construção da liderança social não percence originalmente ao Paulo Coelho pois já Adolfo Hitler dissera o mesmo no seu Mein Kampf que foi publicado várias décadas antes do nascimento do escritor.

Rui Moio

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

O saque, a variante terrorista da corrupção de J. Varela Gomes

Em rigor, trata-se mesmo de saque e não apenas de corrupção. Quero eu dizer na minha que aquilo que, efectivamente, se passa neste nosso infeliz País se aproxima mais do conceito de saque que da banalizada imagem da corrupção administrativa.

Num sentido tradicional, o assalto selvagem que a burguesia arrivista neoliberal está movendo contra o Estado/Nação – visando, em última análise, a sua destruição... a apropriação dos bens patrimoniais colectivos... a dilapidação dos fundos públicos em proveito próprio – configura a licenciosidade concedida à tropa invasora quando assalta e conquista cidades inimigas ou quando os piratas procedem a pilhagem dos navios capturados.

Isso mesmo está acontecendo, isto é, temos vindo a assistir a cenas de pilhagem da riqueza e dos bens nacionais protagonizadas por políticos burgueses, cujo comportamento é o de verdadeiros inimigos do Estado, de predadores insaciáveis e sem escrúpulos. Aliás, tornou-se corrente ouvir, nas mais variadas circunstâncias, a sentença "O País está a saque".

Deve notar-se que a sentença assim expressa é de gravidade ético/política bastante superior à comum constatação da existência da corrupção... descrita como um vírus, uma chaga, um cancro, uma espécie de doença endémica que está corroendo a sociedade portuguesa.

A burguesia capitalista, nas suas infinitas metamorfoses de sobrevivência (com as quais mal sonhou Karl Marx), já absorveu há muito a corrupção no seu código genético. (Na realidade, o fenómeno da corrupção já aparece discutido nos Diálogos socráticos da "República", vai para 2.500 anos, donde se poderia concluir – dentro do mais ortodoxo marxismo – que a corrupção é componente orgânico, universal, do poder, mormente, quando exercido por classes e indivíduos cujo objectivo primacial é a satisfação dos interesses próprios e da classe a que pertencem). Nos tempos modernos, o dogma do "fatalismo da corrupção" está integrado na religião capitalista liberal, tendo-se tornado fenómeno quotidiano, encarado com naturalidade, sem pudor ou vergonha. Nem sequer será precisa grande dose de sarcasmo para afirmar que o vigarista/corrupto é o herói iconográfico do regime democrático bi-partidário, imposto ao Mundo através da cruzada imperialista americana.

Em Portugal, a corrupção banalizou-se ao fim de 30 anos de democracia constitucional, acompanhada da tolerância e impunidade de que gozam os seus mais exímios executantes.

Esta realidade histórica, embora nos custe admitir, representa um formidável trunfo ideológico da classe burguesa capitalista, que assim entra triunfante neste século XXI da era cristã.

Entretanto, admitindo como um dado adquirido a praxis corruptora nas sociedades democráticas do Ocidente cristão que seguem o evangelho da economia libertária, é altura de reconhecer e identificar a variante terrorista do saque – puro e duro, sem restrições – que se encontra em pleno desenvolvimento, designadamente, nos países pobres do chamado Terceiro Mundo e nas débeis economias periféricas, cuja esperança de progresso reside na invasão turística e num duvidoso investimento estrangeiro. Nesta última categoria está, evidentemente, o nosso País.

Em qualquer dos casos – em África, na América Central ou do Sul, na periferia do Leste e Sul da Europa –, os bandos arrivistas instalados na manjedoura do poder por via da cruzada democrática bi-partidária (as ditaduras dos filhos de puta amigos dos States também servem de exemplo) já muito comeram e devoraram nos respectivos países. Em Portugal, são 30 anos de regabofe, como é sabido.

Todavia "eles", os boys & girls do carreirismo partidário burguês, em vagas sucessivas, querem sempre mais. Entram famintos pelos corredores e antecâmaras da governança, exigindo tachos e conezias, reclamando privilégios e favorecimentos ilícitos, etc., etc.. Há que procurar novas pastagens, inventar truques para ladear restrições legais (e, principalmente, orçamentais), multiplicar as comissões, missões, altos-comissários, os contractos especiais, assaltar os remanescentes redutos da independência estatutária profissiona e, finalmente, preparar a Grande Operação de Saque contra o Estado/Nação, destinada a desmantelá-lo para melhor partilhar/partidarizar/privatizar os restos e lançá-los à voragem das clientelas e lobbies.

Nos dias que correm (meados de Setembro de 2005), com campanhas eleitorais autárquicas e presidenciais misturadas, ambos os lideres dos maiores partidos – supostos rivais – debitam o mesmo discurso, proclamam enfaticamente a mesma panaceia para curar todos os males da Pátria: "Morte ao Estado e ao seus servidores"; "Partir a espinha à Função Pública", nomeadamente, professores, magistrados e militares.

Com franqueza, ilustres políticos da nossa praça, desgraçados ilusionistas que a ninguém iludem! Falando a sério. Não tendes consciência que toda a gente está farta de saber que a vossa classe, respectivos familiares e amigos, colegas de partido e de negócios... que todos vocês vivem e engordam à custa do Estado? Matar a galinha dos ovos de ouro?! Não brinquem connosco. Vocês, o que querem é levar a galinha para o vosso quintal. Deixem-se de retóricas farisaicas.

A estratégia de ataque contra "o monstro burocrático estatal", compartilhada por todos os partidos burgueses portugueses, tem, seguramente, inspiração e respaldo imperialista. Tradição antiga, com raízes em 1975, na abjecta contra-revolução, na altura obrigada a usar máscara socialista. Aliás, essas raízes deram árvore frondosa numa região do País que, há muito, atingiu o ideal americano – o vosso ideal – de democracia totalitária. Refiro-me, claro está, ao arquipélago da Madeira com o vosso bem alimentado cacique... à custa do "malvado" Estado do cótinente cubano. (Sendo nós, ao fim e ao cabo, contribuintes continentais, os "cubanos" esmifrados pelo vilhão madeirense).

Os argumentos economicistas que tentam justificar os ataques à administração pública convertem-se em motivo de escárnio geral quando cotejados com os escândalos vindos a lume quase diariamente.

Funcionários públicos em excesso? Mas é notório e sabido que cada novo governo mal é empossado começa a destacar hordas de apaniguados para ocuparem o aparelho de Estado! Em poucos meses são milhares. Não só na administração central, mas ainda mais nas direcções regionais dos vários sectores, nas empresas públicas e municipais, institutos, etc. A cada nova vaga de arrivistas/assaltantes correspondem outros tantos milhares de funcionários desalojados. São os excedentes. Outro método muito usado de criar excedentes consiste nas consultorias externas. Escritórios e empresas privadas são contratados para realizar trabalhos desde sempre da competência dos quadros orgânicos. Estes ficam desocupados... acusados de baixa produtividade. Os "privados" contratados acabam amiúde admitidos na função pública.

São infinitas as manigâncias inventadas por esta gente dos partidos para sofismar as restrições legais (em particular, as orçamentais). Seria necessário um Livro Negro de milhares de páginas para se fazer ideia aproximada. Podemos apenas imaginá-las a partir de alguns casos ocasionalmente mencionados pela comunicação social.

Um exemplo, recentíssimo: o assalto ao Tribunal de Contas. A manobra, aliás, foi iniciada em Maio de 2004 pela então ministra das Finanças PSD/CDS, Manuela Ferreira Leite, quando contratou um tal Paulo Macedo para director-geral das Contribuições e Impostos (DGCI) pelo ordenado milionário de 16.000 euros por mês, mais extras, entre os quais o pagamento de mais 3.700 euros por mês para o fundo privado de pensões de S. Exa.! Tudo isto ao arrepio das normas vigentes na administração pública. Novo governo PS e o milionário Macedo permanece inamovível. Até ao presente, o Estado já pagou ao sujeito 275.000 euros... só em vencimentos. Sócrates finaliza a manobra: neste mês de Setembro nomeia quatro novos directores gerais da área das Finanças; e anuncia a designação para presidente do Tribunal de Contas de um quadro proeminente do PS, Oliveira Martins. Depois de Salazar, o governo passa a controlar totalmente a alavanca fundamental do poder: as Finanças e seus fiscais. O cacique Alberto João apressou-se aplaudir a manobra: o modelo madeirense, da democracia totalitária, impunha-se no cótinente. Só imaginar podemos quantas centenas de boys & girls, de camisolinha rosa vestida vão engrossar as fileiras do "monstro burocrático" nas belas e rendosas funções de fiscais das contas do Estado... incluindo as do partido a que ficam devendo o tacho.

Nas três maiores empresas do Estado – Caixa Geral dos Depósitos, Galp e Telecom – o assalto está consumado... e quase esquecido/absorvido. Com retoques e requintes de rara fineza: a Telecom ofereceu tachos aos filhos dos políticos mais dedicados à causa do bem público – entre vários outros, Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa e, para que haja moralidade, os filhos do dr. Jorge Sampaio. Também sem aflições de desemprego continuam Cavaco Silva, com 9.000 euros de pensões e honorários; Ferro Rodrigues, feito embaixador à pressão, com outros 9.000; e correligionários avulso, depois de breve estágio em virtuais assessorias, nomeados apesar da interdição ética solenemente proclamada por Sócrates. Nestes últimos dias veio a lume o escândalo do "contracto" (textual!) de António Vitorino, deputado do PS, como advogado particular da Galp. Descobre-se que Vitorino é sócio de um escritório de advogados acabado de comprar pela Iberdola... empresa com negócios importantes na área dos combustíveis, cujo representante em Portugal é Pina Moura, militante e antigo ministro do PS. É o saque, puro e duro, sem restrições nem pudor!

O horizonte próximo não augura bom tempo.

A nau do Estado navega acossada por barcos piratas hasteando bandeiras partidárias. À proa, conhecidos veteranos de muitas capturas e saques. Mesmo disfarçados com paleta no olho e perna de pau, há quem distinga por estibordo (a amurada enganadora), numa velha escuna de velame esfarrapado, o jerarca Soares; à bolina, numa nave melhor aparelhada, assobiando para um pequeno papagaio empoleirado na mezena (faz lembrar alguém do PSD), o Tony Blair português poupa munições, aguardando o afundanço do outro corsário.

Estará a tripulação da nau do Estado em condições de repelir o assalto e o saque das barcaças piratas? É lícito duvidar-se, visto ser sabido que a tripulação está altamente desmoralizada e, em grande parte, infiltrada por elementos piratas.

O original encontra-se no semanário Alentejo Popular , edição de 13/Outubro/2005.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Os incêndios do regime

O território português que está a arder - que arde há vários anos - não é um território abstracto, caído do céu aos trambolhões: é o território criado pelo regime democrático instalado em Portugal desde as eleições de 1976 (a III República Portuguesa). Está a arder por causa daquilo que o regime fez, por culpa dos responsáveis do regime e dos eleitores que votaram neles.

Ardem, em Portugal, dois tipos de território: em primeiro lugar, a floresta de madeireiro, as grandes manchas arborizadas a pinheiro e eucalipto. A floresta arde porque as temperaturas não param de subir e porque, como toda a gente sabe, está suja e mal ordenada. Não foi sempre assim: este tipo de floresta começou a crescer nos últimos 50 anos, com a destruição progressiva da agricultura tradicional, ou seja, com a expropriação dos pequenos agricultores, obrigados em primeiro lugar a recorrer à floresta pela ruína da agricultura, para, depois, perderem tudo com os incêndios e desaparecerem do mapa social do país. Também isso está na matriz da III República: ela existe para "modernizar" o país, o que também quer dizer acabar com as camadas sociais de antigamente, nomeadamente os pequenos agricultores. Em 2005, os distritos de Portalegre, Castelo Branco e Faro ardem menos que os outros e não admira: já ardeu aí muita da grande mancha florestal que podia arder, já centenas de agricultores e silvicultores das serras do Caldeirão ou de S. Mamede perderam tudo o que podiam perder.

O segundo tipo de território que está a arder, em particular neste ano de 2005, é o território das matas periurbanas, características dos distritos mais feios e mais destruídos do país: os do litoral Centro e Norte. Os citadinos podem ver esse território nas imagens da televisão, a arder por detrás dos bombeiros exaustos e das mulheres desesperadas que gritam "valha-me Nossa Senhora!": é o território das casas espalhadas por todas as encostas e vales, uma aqui, outra acolá, encostadas umas às outras, sem espaço para passar um autotanque, separadas por caminhos serpenteantes, que ficaram em parte por alcatroar - é o território das oficinecas no meio de matos de restolho sujo de óleo, montanhas de papel amarelecido ao sol, garrafas de plástico rebentadas. É o território dos armazéns mais ou menos ilegais, cheios de materiais de obra, roupas, mobiliário, coisas de pirotecnia, encostados a casas ou escondidos nos eucaliptais, o território dos parques de sucata entre pinheiros, rodeados de charcos de óleo, poças de gasolina, garrafas de gás, o território dos lugares que nem aldeias são, debruados a lixeiras, paletes de madeira a apodrecer, bermas atafulhadas de papel velho, embalagens, ervas secas. É o território que os citadinos, leitores de jornais, jornalistas, ministros, nunca vêem porque só andam nas auto-estradas, o território, onde, à beira de cada estradeca, no sopé de casa encosta, convenientemente escondido dos olhares pelas silvas e os tufos espessos de arbustos, há milhares - literalmente milhares - de lixeiras clandestinas, mobília velha, garrafas de plástico, madeiras de obras (é verdade, embora poucos o saibam: o campo, em Portugal, é muito mais sujo que as cidades).

Este território foi criado, inteiramente criado, pela III República. Nasceu da conjugação entre um meio-enriquecimento das pessoas, que, 30 anos depois do 25 de Abril, não chega para lhes permitir uma verdadeira mudança de vida, e o colapso da autoridade do Estado central e local, este regime de desrespeito completo pela lei, que começa nos ministros e acaba no último dos cidadãos. É o território do incumprimento dos planos, das portarias e regulamentos camarários, o território da pequena e média corrupção, esse sangue, alma, nervo da III República.

É evidente que a tragédia dos campos e das periferias urbanas portuguesas se deve também ao aumento das temperaturas. Para isso, o regime tão-pouco oferece perspectivas. De facto, seria necessário mudar de vida para enfrentar o que aí vem, a alteração climatérica de que começamos a experimentar apenas os primeiros efeitos: por exemplo, seria necessário reordenar a paisagem, recorrendo à expropriação de casas, oficinas, armazéns, sucatas. Seria necessário proibir a plantação de eucaliptos e pinheiros. Na cidade, pensando sobretudo nas questões relativas ao consumo de energia, seria necessário pensar na mudança de horários de trabalho, fechando empresas, lojas e escolas entre o meio-dia e as cinco da tarde de Junho a Setembro, mantendo-as abertas até às oito ou nove da noite, de modo a poupar os ares condicionados - cuja factura vai subir em flecha.

Modificar os regulamentos da construção civil, de modo a impor pés-direitos mais altos, menos janelas a poente, sistemas de arrefecimento não eléctricos. Para alterações deste calibre - que são alterações quase de civilização -, seria preciso um regime muito diferente deste, um regime de dirigentes capazes de dizer a verdade, de mobilizar os cidadãos, de manter as mãos limpas.

Vivo no campo ou perto do campo, na região centro, há já alguns anos. Há três Verões que me sento a trabalhar, enquanto a cinza cai de mansinho no meu teclado, em cima dos meus livros, no chão que piso. Não tenho culpa do que é hoje este país e o regime que o representa: militei e votei sempre em partidos que apregoavam querer outro tipo de regime e deixei de militar e de votar quando vi esses partidos tornarem-se tão legitimistas como os outros. Espero um rebate de consciência política por parte destes políticos, ou o aparecimento de outros. Faço como muitos portugueses: espero por D. Sebastião, desempenho a minha profissão o melhor que posso, e penso em emigrar.

Paulo Varela Gomes (in Público, de 11-08-2005)

[Historiador (Podentes, concelho de Penela)]

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

O Vencedor e o Perdedor

Um vencedor é sempre parte da resposta
Um perdedor é sempre parte do problema

Um vencedor possui sempre um programa
Um perdedor possui sempre uma desculpa

Um vencedor diz "Deixe-me ajudá-lo"
Um perdedor diz "Não é minha Obrigação"

Um vencedor vislumbra uma resposta
para cada problema
Um perdedor vê todos os problemas,
sem Resposta

Um vencedor diz "Pode ser dificil, mas
não impossivel"
Um perdedor diz "pode ser possivel,
mas é dificil"

Um venvedor entende que sem Deus
não poderá encontrar-se com o melhor,
para a sua Vida.

Um perdedor crê que pode viver sempre
baseado em seus Recursos póprios e seu
orgulho pessoal

Fonte: Mundo Grego

CASIMIRO DE ABREU, O ANJO ROMÂNTICO

José Marques Casimiro de Abreu (1839 Barra de São João 1860), poeta e dramaturgo fluminense, era filho de um rico comerciante e dono de terras no Estado do Rio de Janeiro. Estudou humanidades em Nova Friburgo, mas não chegou a concluir o curso, pois obrigado a se dedicar ao comércio. Esse episódio o deprimiu muito. Entre 1853 e 1857 viveu em Lisboa onde encenou sua peça “Camões e o Jaú” que, inclusive, obteve certo êxito, embora Casimiro fosse eminentemente poeta. De volta ao Brasil, novamente foi trabalhar no comércio da família. Em 1859, publica o volume de poesias “As Primaveras” com o apoio financeiro do pai. O poeta, depois que voltou ao Brasil, começou a levar uma vida desregrada. Diante disso, o poeta contraiu tuberculose e veio a falecer com apenas 22 anos de idade. O amor expresso em seus poemas é sempre impossível, platônico e idealizado. A saudade é um sentimento bastante cultivado nos versos do poeta, acentuada pela distância da pátria e da família, assim como o lamento da infância perdida. A grande maioria dos críticos torce o nariz para o trabalho de Casimiro, entretanto, no meu entender, a literatura brasileira deve muito a este poeta terno, delicado e inspirado que deixou seus poemas em apenas um livro. O poeta pertence à segunda geração do Romantismo, denominada Byroniana ou Mal do Século. Fiquemos, portanto, com uma raríssima jóia produzida pelo vasto universo da mente de Casimiro.


Três Cantos
Quando se brinca contente
Ao despontar da existência
Nos folguedos de inocência,
Nos delírios de criança;
A alma, que desabrocha
Alegre, cândida e pura —
Nesta contínua ventura
E' toda um hino: — esperança!

Depois... na quadra ditosa,
Nos dias da juventude,
Quando o peito é um alaúde,
E que a fronte tem calor:
A alma que então se expande
Ardente, fogosa e bela —
Idolatrando a donzela
Soletra em trovas: — amor!

Mas quando a crença se esgota
Na taça dos desenganos,
E o lento correr dos anos
Envenena a mocidade;
Então a alma cansada
Dos belos sonhos despida,
Chorando a passada vida —
Só tem um canto: — saudade!




QUE É - SIMPATIA

Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.

Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.

São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.

Simpatia - meu anjinho,
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é quase amor!



MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem, mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
—Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Enzo Carlo Barrocco
Publicado no Recanto das Letras em 08/08/2005

Fonte: Glupo Yahoo - Grandes Civilizações - Roma e Atenas

Se eu ainda tivesse minha vida para viver

Se eu ainda tivesse minha vida para viver...
Teria falado menos e escutado mais.
Teria convidado amigos para o jantar,
mesmo que o carpete estivesse manchado e o sofá desbotado.
Teria comido pipoca na sala de visitas
e me preocupado menos com a sujeira
quando alguém quisesse acender um fogo na lareira.
Teria tido tempo para escutar o meu avô relembrar sua juventude.
Nunca teria insistido para que as janelas do carro
ficassem fechadas em um lindo dia de verão,
só para não desfazer meu penteado.
Teria acendido a vela esculpida em forma de rosa
antes que ela envelhecesse guardada.
Teria sentado no chão com as crianças
e não me preocupado com as manchas de graxa.
Teria chorado e rido menos assistindo à televisão...
e mais assistindo à vida.

Teria ido para a cama quando estivesse doente ao invés
de pensar que a Terra iria parar se eu não estivesse lá.
Não teria comprado nada unicamente por ser prático,
não mostrar a sujeira ou ser garantido por toda vida.
Ao invés de passar os nove meses de gestação
desejando que ela chegasse ao fim,
teria curtido cada momento, reconhecendo que a maravilha
crescendo dentro de mim era a única chance
de observar Deus em um milagre.

Quando meus filhos viessem me beijar impetuosamente,
eu nunca teria dito "Mais tarde. Agora vão se lavar para jantar."
Teria havido mais "Eu te amo"...,
mais "Me desculpe"...
Mas principalmente, se me fosse dado mais um pedaço de vida,
eu teria medido cada minuto...
Olhando-o e realmente vendo-o... vivendo-o.

e nunca desperdiçando-o!

Eu teria dito a todos os meus amigos como eu os amo...
e preciso deles!


Por Erma Bombeck

Fonte_ Grupo Yahoo Civilizações da Antiguidade - Roma e Atenas - 14Out2005

Não critique!

Não critique!
Procure antes colaborar com todos, sem fazer criticas.
A critica fere, e ninguém gosta de ser ferido.
E a criatura que gosta de criticar, aos poucos, se vê isolada de todos.
Se vir alguma coisa errada, fale com amor e carinho, procurando ajudar.
Mas, sobretudo, procure corrigir os outros, através de seu próprio exemplo.



LEMBRE-SE de que colheremos, infalivelmente, aquilo que houvermos semeado.
Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas do passado.
Fique alerta quanto ao momento presente!
Plante apenas sementes de otimismo e de amor, para colher amanhã os frutos doces de alegria e da felicidade.
Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou.


Os conselhos ajudam, não há dúvida...
Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas está dentro de nós mesmos, na voz silenciosa de nossa consciência, que é a voz de Deus dentro de nós.
Não se deixe enganar; só você será o responsável pelo caminho que escolher.
Ninguém poderá prestar contas por você.
Procure, portanto, viver acertadamente, de acordo com sua consciência.


RESOLVA, seu problema!
Há muito tempo você se propõe reformar sua vida, melhorar seus atos, cessar definitivamente sua fraquezas.
Vamos, então, começar a partir deste momento!
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje...
De certo você não há de resolvê-lo do dia para a noite.
Mas, comece já!
E se cair de novo, não desanime; saiba recomeçar quantas vezes for preciso!


Mantenha uma atitude vitoriosa!
Quando você olha para uma pessoa curvada e triste, perde a confiança, porque verifica que está abatida e preparada para uma derrota.
Não deixe que ninguém pense isso a seu respeito!
Mantenha-se de cabeça erguida, confiante e risonho, e todos confiarão em você.
Irradie força e entusiasmo até por meio de atitude de seu corpo.

Fonte: grupo Yahoo - Grandes civilizações - Roma e Atenas - 14Out2005

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Para Proudhon - Ser governado é...

Ser governado é...
Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...).
Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido.
É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado.
Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!

Proudhon

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